Até uma semana atrás, Ney Franco era coordenador das categorias de base da seleção brasileira e se preparava para auxiliar Mano Menezes durante os Jogos Olímpicos de Londres. Nesta segunda-feira, apresentado como novo técnico do São Paulo, ele já sente pele como é estar do outro lado. E admite: é possível que peça à CBF a liberação de Bruno Uvini e Lucas para o clássico contra o Palmeiras, domingo - quando fará sua estreia diante da torcida tricolor.

"Já tem clubes se articulando para fazer isso. Se o caminho for esse, não podemos ficar atrás. É um jogo que podemos ganhar posição em termos de classificação. Desde que definimos minha vinda para cá, já escalava a minha equipe, você começa a criar. E o Lucas sempre esteve nessa equipe. Ainda não me passa pela cabeça a hipótese de perder o Lucas, conto com ele. Um jogador que joga no São Paulo, no Santos, Cruzeiro, não precisa jogar no exterior. Tem condições de desenvolver sua carreira aqui", afirmou Ney Franco.

"Três dias atrás eu estava do outro lado. Lembro que tínhamos sete jogadores do São Paulo na lista do Mundial, era legal convocar... Agora estou do lado contrário. O Inter vai passar por isso, o Santos vai passar por isso. Temos que nos adaptar. O elenco tem qualidade. Vimos a atuação do Osvaldo, temos variações. Ontem (vitória por 3 a 1 sobre o Coritiba) jogamos sem Luis Fabiano, e ganhamos com propriedade. Como treinador, terei que achar as soluções. Lucas está em um bom momento. Faz falta em qualquer situação de jogo", completou.



Sobre Bruno Uvini, entretanto, Ney Franco deixa transparecer que não deve ter chances de contar com o jogador no São Paulo - ele foi capitão em quase todas as equipes do técnico na seleção. Depois das Olímpiadas, a Lazio deve ser o destino do zagueiro, de saída do Tricolor. Fernandinho, outro jogador constantemente envolvido em conversas sobre uma possível saída do São Paulo, também segue nos planos de Ney - que ainda não pensa em contratações e deve trabalhar com o que tem em mãos.

"Hoje o São Paulo tem um elenco em condição de fazer um bom Brasileiro e buscar títulos. Mas estamos sujeitos a perder um ou dois jogadores para o exterior. Começo a conhecer o elenco profundamente agora, na sequência dos jogos e treinos. Meu pensamento é o de primeiro utilizar ao máximo os jogadores que estão aqui, não importa se são da base ou se vieram de outros clubes", completou.

"Não tenho preferência por esquema tático. Alguns clubes em que trabalhei eu era forçado a montar uma equipe em função das características dos jogadores. Aqui não será diferente. Clube nenhum pode ser dependente de um sistema, temos que ter variações. Já percebi que terei na mão um elenco que pode mudar a forma de um jogo para outro sem perder a força ofensiva. Jogar sempre procurando resultado. Sempre adaptando a eqiupe para ser ofensiva", finalizou.