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Ceni brinca: 'Pelé tem alguns gols a mais que eu, uns mil apenas'

Goleiro diz que o Rei não poderia fazer parte das estatísticas, lembra da chegada ao Tricolor e fala da polêmica com o ex-presidente Paulo Amaral



Conquistas, curiosidades, a chegada à cidade grande. O desejo pela vitória, o sonho da Libertadores. Temas que foram abordados na concorrida coletiva do goleiro e capitão do São Paulo, Rogério Ceni, antes da partida desta quarta-feira, contra o Atlético-MG. No entanto, o que mais chamou a atenção foi a reverência mostrada pelo camisa 1 ao Rei Pelé, que é o recordista máximo de jogos no futebol brasileiro por um clube, com 1.114 apresentações pelo Santos.
Questionado se era possível superar o recorde do ex-santista, Ceni disse:
- Primeiro, acho que qualquer estatística em relação ao Pelé não poderia ser comparada, até pelo que ele representa. A única coisa que posso dizer em relação ao Pelé é que sou melhor goleiro que ele. No resto, não existe a menor comparação. Ele só tem alguns gols a mais do que eu, coisa de mil, mais ou menos – brincou o goleiro, que arrancou risadas dos jornalistas presentes na coletiva. Ele já havia dado uma exclusiva para o GLOBOESPORTE.COM, na qual disse que gostaria de ser 'dono' do São Paulo.
Veja abaixo outros momentos de destaque da entrevista coletiva:
Como encara o fato de ser chamado de mito pela torcida?
Eu aceito e fico muito feliz. Adoro o carinho do torcedor, seja expressado da maneira que for. Amanhã (quarta-feira) o Morumbi vai estar tomado por 60 mil pessoas e não existe palavra que substitua isso. Se o cara não conseguir correr, lutar, se doar, é porque é complicado mesmo
O maior de todos os tempos?
Eu sei como é ter ídolos porque quando criança vi o Careca jogar. Depois tive o prazer de jogar com o Raí, que é um dos maiores da história, Tive também a companhia do Zetti. Posso ir mais longe, lembrar do Pedro Rocha, do Muricy, do Roberto Dias, do Poy. Cada época, cada geração teve as pessoas que representaram o clube. O São Paulo sempre será grande, ninguém é insubstituível. Quando o Raí parou foi uma tristeza e a vida continuou.


Coletiva de Ceni no Morumbi demorou cerca de 50 minutos (Foto: Marcelo Prado/Globoesporte.com)

O goleiro que o substituir no futuro terá vida dura, não?
Quem me substituir terá a mesma dificuldade que tive quando substituí o Zetti. Só que botei na cabeça que precisaria fazer algo diferente e acho que fui muito feliz nisso.
Como foi a chegada ao São Paulo em 1990?
Eu era um menino de 1,82m com 68kg. Vocês têm noção de como eu era magro? Quando vi o Morumbi pela primeira vez foi a coisa mais impressionante da minha vida. Era gigantesco demais. Hoje, como moro do lado e passo na frente todos os dias, acho que tem um tamanho aceitável. Quando comecei, devia ganhar algo em torno de R$ 200. Soube enfrentar as dificuldades e hoje acho que elas foram importantíssimas para que eu tivesse sucesso e desse valor.
E o desejo por uma nova Libertadores?
Quando ganhei a primeira, na reserva do Zetti, em 1993, falei que gostaria de vencer como titular. Demorou, mas chegou. E agora já se passaram seis anos. Por isso, é o que eu penso, é o que imagino todos os dias, é para isso que eu trabalho. Quero a Libertadores no ano que vem, de preferência como campeão brasileiro mais uma vez.
Posso dizer que sou um cara predestinado"
Rogério Ceni
Quais foram os melhores zagueiros que viu jogar?
Muitos de grande qualidade atuaram comigo. Mas sem dúvida, posso citar dois que são extremos. O Miranda é o mais técnico que eu já vi, impressiona a sua qualidade. Ele marca qualquer atacante do mundo no mano a mano. Difícil existir outro igual. O outro, e não poderia deixar de citar, é Diego Lugano. Chegou aqui com limitações, mas soube vencer. É um cara batalhador. A vontade dele era algo contagiante.
E os treinadores?
Essa eu vou passar. Todos foram importantes. Poderia citar o Telê, mas teve Levir, Nelsinho, Muricy, Oswaldo de Oliveira, Carpegiani. Vocês acham que o Mário Sérgio era mala, mas acho ele um excelente profissional e principalmente, autêntico.
Qual time que mais gostou de derrotar nestes 21 anos?
Sem dúvida, o Liverpool, em 2005, quando fomos campeões mundiais.
Como foi o episódio em 2001 com o ex-presidente Paulo Amaral, que o acusou de inventar uma proposta do Arsenal (ING) para ganhar aumento?
Na época, por pouco não fui embora. Fiquei quatro semanas fora do clube. Mas não me arrependo de absolutamente nada. Na verdade, ser honesto nesse país parece que não está entre as principais qualidades. Fui sempre limpo e transparente com todas as respostas, e tentaram, porque não conseguiram de outra maneira, me passar de ser desonesto. Não posso explicar a fundo essa história porque tem coisas que não posso provar sobre um ser humano que presidiu o clube
E a coincidência do milésimo jogo no dia do 21º aniversário de clube?
Posso dizer que sou um cara predestinado.

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