publicidade

Rogério Ceni relembra trajetória e decreta: "O São Paulo é meu máximo"

Um dia antes de entrar em campo pela milésima vez com a camisa do São Paulo, Rogério Ceni tomou conta do Morumbi. Torcedores fizeram fila para esgotar os 60.039 ingressos e jornalistas se aglomeraram na sala de imprensa para ouvir o capitão falar por 45 minutos sobre o duelo desta quarta-feira, contra o Atlético-MG, suas marcas pessoais, o passado e o futuro.
Milhões de torcedores têm muito a agradecer ao goleiro são-paulino, colecionador de recordes e títulos. Mas foi o camisa 01 quem disse "muito obrigado" na tarde desta terça-feira, depois de relembrar as dificuldades vividas em seus primeiros dias de trabalho no clube onde curiosamente chegou há exatos 21 anos, dia 7 de setembro de 1990.
"Hoje vou ao centro de treinamento de Cotia e vejo todo aquele conforto e aquela estrutura. Talvez se eu tivesse tudo isso quando cheguei, não tivesse a mesma gana, a mesma vontade de vencer. Para mim, o São Paulo era o máximo. E continua sendo até hoje", raciocinou Ceni, lembrando que o departamento amador tricolor era muito inferior ao profissional no início da década de 90.
"Passei por dificuldades como todo garoto passou, não é um privilegio meu. Para você ter uma ideia, não tinha uma lâmpada acesa nos corredores do Morumbi à noite e os caras contavam histórias de pessoas que tinham morrido na construção, almas que vagavam. Com 17 anos, eu morava aqui e tinha medo de andar nessa escuridão, mas o café era servido ali. Não bebo leite nem café, mas tinha pão e margarina. Eu ganhava como se fossem 200 reais, não tinha dinheiro para comprar qualquer coisa. Às vezes tinha barata no meio dos pães, mas era aquilo ou ficava com fome", contou.
"Foi por causa disso que eu pude dar o valor exato que tem esse clube. Um ano depois, fui treinar no profissional, no campo que o Telê cuidava, gramado perfeito. Um dia jantei lá e disse: rapaz, não posso deixar de ficar aqui, quero poder jantar todos os dias da minha vida aqui", relembra ele, considerado por muitos o maior ídolo da história do São Paulo.
Com mais de duas décadas de carreira e 38 anos nas costas, Ceni sabe que o dia da aposentadoria se aproxima. Seu contrato termina no dia 31 de dezembro de 2012, mas ele não faz previsões. A única coisa da qual o arqueiro tem certeza é que a vida vai seguir normalmente. Apesar de ter colaborado para que a grandeza do clube, o exterminador de recordes acredita que sua saída não terá um impacto tão grande como todos pensam.
"Depois que eu parar, o São Paulo será ainda maior, cada vez maior, já é muito grande. Ninguém é insubstituível. Quando o Raí parou foi uma tristeza, mas a vida continuou. Eu pararei, mas a vida vai seguir", previu o mito dos são-paulinos.

VEJA TAMBÉM
- Muricy expõe motivos do insucesso de James no São Paulo
- VAI PERMANECER? Titular do São Paulo fala sobre propostas para saída do tricolor
- NÃO JOGA MAIS?? Zubeldía explica ausência de James Rodríguez em sua escalação


Receba em primeira mão as notícias do Tricolor, entre no nosso canal do Whatsapp


Avalie esta notícia: 11 1

Comentários (7)

Enviar Comentário

Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado e logado no nosso site. Para se cadastrar, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui.