Lucas comemora o golaço contra o Mirassol (Foto: Ari Ferreira)

O Mirassol decepcionou a quem esperava fazer do jogo que pouco valia, pelo Paulistão, um teste para a decisão de quarta-feira diante do Santa Cruz, pela Copa do Brasil. Perseguido por Everton Sena no torneio nacional, Lucas teve espaço na Arena Barueri. Assim, fez o que costuma fazer: deitou e rolou.

O camisa 7 encarnou de verdade o espírito do Papa-Léguas e deu sequência à maratona particular com lindas jogadas e um golaço. Mas teve vida bem mais fácil do que na quarta-feira, quando Everton Sena o perseguiu por 90 minutos.

Mais pelo lado direito, como gosta Paulo César Carpegiani, Lucas não recebeu marcação individual. Jairo, Magal e Diego se revezavam na tentativa de parar o menino. O primeiro, após levar drible da vaca, levou cartão amarelo. Só restou agarrar a camisa do Papa-Lucas.

Em entrevista ao LANCENET!, o craque afirmou estar traçando estratégias para escapar de Everton Sena. Talvez seja a velocidade. Neste domingo, sempre que recebia a bola, já tentava colocá-la na frente com o primeiro toque, no domínio. Quando não recebia, Lucas tratava de roubá-la. Depois de um desarme, deixou Magal e Dezinho para trás, além do goleiro Fernando no chão, antes de cutucar com o pé esquerdo para a rede.

– Um gol de gênio – definiu Rogério Ceni, que, no vestiário, disse ainda ao parceiro ter sido mais bonito do que o seu centésimo gol.

No segundo tempo, com o Tricolor sonolento, coube a Lucas os lances de maior euforia, como os dribles no meio de campo e a triangulação com Casemiro e Jean, que quase resultou em gol do lateral. Carpa colocou Rivaldo e pediu um Lucas "mais solto". Em nova tabela com Casemiro, o gol não saiu por pouco. E o camisa 7 ainda mostrou fôlego e disciplina para ajudar na marcação, acompanhar os rivais e seguir com desarmes.

Na quarta-feira, a parada será mais dura. Lucas não terá os espaços de ontem, mas o talento é permanente. E pode fazer diferença.