Quem ouve as entrevistas de Ganso ou assiste a participação do meia nos jogos do Santos não pode falar com precisão se o jogador quer ou não permanecer na Vila Belmiro ou se está jogando tudo aquilo que pode. No entanto, quem observou com atenção ao treino de ontem certamente saiu do CT com a certeza de que ele não está feliz.

A “ousadia e alegria” que Neymar, André e David Braz esbanjavam, por exemplo, passou longe do camisa 10. Durante quase meia hora de rachão, Ganso quase sorriu ou brincou com os companheiros. Até a movimentação foi discreta, tanto que ele ficou o jogo todo dentro da área. Primeiro como zagueiro. Depois, quando os times inverteram de lado, ele continuou no mesmo lugar, desta vez atuando como centroavante.

A reação mais surpreendente do jogador, no entanto, aconteceu no fim da atividade. Enquanto Neymar cobrava faltas, observado de perto por Patito, Ganso foi para o banco de reservas, descansar na sombra. Além de não treinar bolas paradas, ele logo deixou o gramado rumo à concentração, muito antes dos demais atletas.

Para os santistas que imaginavam que a volta do amigo André poderia animar o meia, isso não surtiu efeito. O atacante mostra que não perdeu o entrosamento com Neymar e já fez novas amizades, com Patito e David Braz, por exemplo, mas, pelo menos em público, não está tão próximo do camisa 10 como no passado.

Há, porém, que se fazer uma importante ressalva: o desânimo de Maestro nada tem a ver com corpo mole. Ele realiza todas as atividades propostas nos treinamentos, seja com o técnico Muricy Ramalho ou com o preparador físico Ricardo Rosa. Assim, Ganso tem razão quando diz que não é “chinelinho”. A questão é: triste, ele consegue desempenhar o melhor futebol? Obviamente, não.