Nação do maior do Mundo;

Finalmente despachamos essa asa negra colombiana do nosso caminho. E mesmo com um futebol sem aquela identidade de Libertadores, o tricolor conseguiu o objetivo na fase de grupos: O primeiro lugar e, ao menos, a segunda colocação na classificação geral do torneio.

O time do questionadíssimo Ricardo Gomes veio a campo com Ceni, Cicinho, Alex Silva, Miranda e Richarlyson. Rodrigo Souto, Hernanes, JW e Marlos. Fernandinho e Dagoberto. O técnico abriu mão de seus laterais esquerdos de ofício para bancar o camisa 20, além de deixar Washington no banco para promover um ataque com mais mobilidade e velocidade entre seus rápidos atacantes, com a ajuda providencial de Marlos.
Foi um jogo complicado, conforme eu esperava. O Once Caldas, apesar de ser o segundo pelotão dos favoritos a conquista da Libertadores, é um time que funciona. Explorou muito bem os contra-ataques no primeiro tempo. Apesar do tricolor desperdiçar algumas chances no início do jogo, foi da equipe colombiana a bola mais clara do primeiro tempo.

O tricolor tinha a posse de bola, mas seu ataque carecia de referência. Dagol e Fernandinho se movimentavam muito mas não conseguiam sair cara a cara no gol de Martínez. Os alas não colaboravam e o meio-campo tinha muita dificuldade em criar as jogadas. Mas a equipe estava aguerrida e com isso criava chances de gol. Quando o primeiro tempo estava indo ao seu final e a torcida mostrava sinais de impaciência, Dagoberto lançou Marlos que, em uma grande jogada de linha de fundo, serviu Fernandinho. O atacante estufou as redes para os mais de cinquenta mil torcedores presentes. Alívio no Cícero Pompeu de Toledo. Um primeiro tempo que não foi um primor, mas teve um placar justo pelo que as duas equipes fizeram.
Veio a segunda etapa e o adversário, em desvantagem, resolveu atacar. Aí vem a maior crítica ao trabalho de Gomes dentro dos jogos. A equipe recua e chama a pressão adversária. Para piorar, nosso técnico tira um atacante para colocar um volante, convidando meio time do Once Caldas (com direito a pulseirinha VIP e tudo) a frequentar a área tricolor. Por pouco, mas por muito pouco mesmo não tomamos o gol do empate. Teve até bola na trave de Rogério.

O estádio todo (com absoluta razão) gritou “BURRO, BURRO, BURRO” para Ricardo Gomes.

Parece que ele percebeu a bobagem que fez e voltou a ter uma dupla de ataque, com Washington e Dagoberto. Mesmo assim, sem Jorge Wagner, a equipe perdeu o meio campo e a equipe se postou nos contra-ataques. Até tivemos boas chances mas o Coração Valente não é um velocista. E Marlos poderia também ter soltado mais a bola. Com o apito final o tricolor espantou o fantasma da vice-liderança e de quebra venceu, pela primeira vez, a sua asa negra na Libertadores. Excelente resultado em mais uma atuação sofrível e uma escalação prá lá de duvidosa. Mas chegamos lá e, de quebra, espantamos a asa negra de Malizales.

Agora é esperar os cruzamentos após os jogos de amanhã e ver o que teremos pela frente. Nas minhas projeções, o mais provável é que peguemos o Universitário. Temos uma probabilidade de pegarmos o Internacional ou até mesmo ficarmos em primeiro lugar, pegando o Flamengo ou o Deportivo Quito. Mas, se prevalecer a normalidade, nosso destino nas oitavas será Lima, no Peru.

Mas ainda precisa melhorar muito. E o nosso técnico rever algumas convicções. Caso contrário será bem difícil conquistar o objetivo maior nessa competição.

Saudações tricolores!

Nota dos principais personagens da partida:
(notas absolutamente interpretativas)

Rogério Ceni Partida bem segura. Algumas boas defesas. Nota: 7,5

Cicinho Ainda não está na sua melhor forma, mas vai melhorando. Pelo menos não é improvisado e vibra em campo. Nota: 5,5

Alex Silva Mais uma partida segura e bem jogada. Vibração na hora certa. Nota: 8,0

Miranda Boa partida na zaga tricolor, certamente o setor mais seguro do time. Nota: 7,5

Richarlyson Sinceramente não dá para entender a sua volta a lateral esquerda. Do mesmo modo que Cléber Santana disputa posição com Hernanes e Léo Lima com Marlos, ele deveria disputar posição com Rodrigo Souto e não tomar a vaga dos outros laterais. Incoerência. Hoje não demonstrou segurança no setor e deu uma entrada que poderia até ter sido expulso. Nota: 4,0

Rodrigo Souto Partida boa, se impondo em sua faixa de campo. Nota: 6,5

Hernanes Um pouco abaixo do que pode render como segundo volante. Nota: 6,0

Jorge Wagner Não gostei da partida dele hoje. Errou passes bobos e fez algumas faltas próximas da nossa área. Nota: 4,5

Marlos Tirando a ótima jogada do gol (quase toda feita por ele) fez uma partida regular, prendendo muito a bola nos contra-ataques tricolores. Nota: 6,5

Dagoberto Partida regular. Não desenvolveu seu futebol de velocidade para cima da meta colombiana. Nota: 5,0

Fernandinho O autor do gol salvador sofreu com a falta de mais gente nas chegadas ao ataque. foi substituído mas fez o gol providencial, então leva o DEZ da noite!

Jean Entrou para fechar a direita e soltar mais o Cicinho. Partida regular. Nota: 5,5

Washington Entrou e tentou algumas boas jogadas, mas jogar no contra-ataque é sacanagem com o nosso centroavante. Mas eu achei que foi bem no tempo que ficou em campo. Nota: 6,5

Cléber Santana Entrou no segundo tempo, não cheirou nem fedeu. Nota: 5,0

Ricardo Gomes Não tem como defender. Para mim veio com a escalação errada e hoje deu mais uma prova evidente daquela covardia típica de técnico de time pequeno ao tirar um atacante para colocar mais um homem de defesa no início do segundo tempo. Mereceu o côro de BURRO entoado por quase todo o estádio. Nem a vitória disfarçou a desconfiança do torcedor sobre seu trabalho no São Paulo, que para mim é grande demais para algumas atitudes promovidas por ele. Nota: 2,0

Torcida Cinquenta mil pagantes. Parabéns ao torcedor tricolor que aplaudiu, vibrou, criticou, vaiou e principalmente compareceu ao Morumbi na noite deste feriado. Nota MIL!!!

Imagens: Vipcomm