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“Trapalhada me tirou do São Paulo”

Técnico sonha em voltar a comandar um time paulista - mas só depois de fazer um grande trabalho no Cruzeiro


Cuca voltou a encarar o Tricolor na última quinta-feira, seis anos depois de deixar o clube. O técnico do Cruzeiro, um dos melhores times do campeonato, declara que deseja voltar ao estado, mas primeiro quer fazer um grande trabalho no clube mineiro.
O Cruzeiro é o clube de melhor estrutura e com o melhor elenco no qual você já trabalhou? No que difere do futebol carioca e do paulista?
A estrutura do Cruzeiro é, junto com a do São Paulo, a melhor. Aqui não vaza nada. No Rio, por exemplo, a imprensa fica a 10 metros do gramado, ouvindo tudo, isso pode trazer algum desgaste. Além disso, aqui o clube tem piscina aquecida, sauna, conta com meios de recuperar rapidamente os jogadores, tem hotel e paga rigorosamente em dia.

No Cruzeiro, diferentemente de alguns de seus últimos trabalhos, você chegou com a missão de levar o time à Libertadores ou ao título. Acha que, assim, pode se firmar como um técnico no qual os clubes queiram apostar para projetos longos?
Eu acho que ajuda. Mas, no Botafogo, que foi o clube mais gostoso no qual eu trabalhei, apesar de todas as dificuldades em dois anos de trabalho, o time chegou bem em todas as competições. Agora, o que eu quero é construir um trabalho de longo prazo no Cruzeiro.

Você sempre montou times insinuantes no ataque e, às vezes, um pouco expostos na defesa. Este Cruzeiro não faz tantos gols, mas tem uma das melhores defesas do campeonato. Como você encontrou tal equilíbrio?
O elenco possibilita ter uma boa defesa, conseguimos diminuir os espaços para o adversário. É importante não tomar gol porque, para nós, o que conta agora não é quantos gols faremos, mas quantos pontos somaremos. Se você vir os últimos campeões, eles tinham ótimas defesas; a do São Paulo de 2007, por exemplo, era excelente.

O Montillo é o grande jogador do Cruzeiro. Consegue conceber o time sem ele?
Apesar de uma ou outra derrapada, o Cruzeiro começou a engrenar com a chegada dele. Ele se encaixou como uma luva. Eu insisti muito para que o Montillo viesse e a diretoria se esforçou bastante. Mas é preciso ver que ele não joga sozinho. Tem Marquinhos Paraná, Fabrício, Wellington Paulista, Farias, os laterais, enfim, é um grupo bom. Quanto a ser o craque, acho que é difícil opinar, pois há grandes meias no campeonato: Conca, Douglas e Ganso, que infelizmente se machucou.

Já está pensando no confronto direto com o Corinthians?
De vez em quando eu penso, sim. Mas só terei uma ideia mais clara de enfrentá-los mais para frente. O desempenho do time nas partidas anteriores a essa me ajudará a refletir.

Você saiu do São Paulo com 64% de aproveitamento. Em 2005, quando o time ganhou tudo, muitos lembraram que você tinha participação, pois montou o elenco. Você se arrepende de ter saído?
Naquela ocasião houve uma série de equívocos, alguns dos quais meus. Eu tinha recebido três propostas do mundo árabe — uma delas muito boa. O convite me seduziu, eu comuniquei a direção e disse que sairia depois de dois jogos. Só que, depois da última partida, me informaram que o clube havia acertado com outro treinador. Daí a relação (com o São Paulo) ficou desgastada. Um mês depois, optei por sair. Se fosse hoje, eu teria agido de forma diferente.

Você sonha em voltar a dirigir o São Paulo ou em treinar clubes do exterior?
A princípio, repito, ambiciono fazer um grande trabalho a longo prazo no Cruzeiro. É claro que trabalhar em qualquer um dos grandes de São Paulo — e não apenas no Tricolor — é uma honra, desejo voltar para lá. Quanto a treinar clubes de fora, não é uma pretensão.

Você é supersticioso?
Não. Eu gosto de brincar um pouco, mas não tenho superstições. Não fará diferença estar com uma cueca preta, azul ou sem cueca. Sou católico e acredito em Deus.

CUCA
Alexi Stival
Idade: 47 anos
Nascido em: Curitiba (PR)
Clubes: Uberlândia (1998), Avaí (1999), Brasil de Pelotas-RS (1999), Avaí (2000), Inter de Limeira (2000), Remo (2001), Internacional de Lages-SC (2001), Gama (2002), Criciúma (2002), Paraná (2003), Goiás (2003), São Paulo (2004), Grêmio (2004), Flamengo (2005), Coritiba (2005), São Caetano (2005), Botafogo (2006 a 2008), Santos (2008), Fluminense (2008), Flamengo (2009), Fluminense (2009 a 2010) e Cruzeiro (desde 2010)
Títulos: Carioca de 2009 (Flamengo)

*Entrevista originalmente publicada na edição 207 do Jornal PLACAR

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