O técnico Ney Franco mal chegou ao São Paulo e já passa a conviver com um período de "turbulência", conforme suas próprias palavras após a derrota por 1 a 0 contra o Vasco nesta quarta-feira, no Estádio do Morumbi. Foi durante o confronto, aliás, que o treinador ouviu os primeiros insultos vindos das arquibancadas, justamente em sua estreia diante do torcedor tricolor.
"Futebol é resultado, o torcedor está acostumado com uma equipe que vem a campo para ganhar, em busca de títulos. Nesse momento de turbulência em função dos jogos, hoje jogamos muito abaixo da crítica. Temos de entender isso, absorver, servir como autocrítica e não servir para jogar o elenco para baixo", afirmou o comandante, logo após o revés que deixou a equipe tricolor distante do topo do Brasileiro.
Comandado por Ney Franco apenas pela segunda vez, o São Paulo mais uma vez demonstrou desorganização em seu meio de campo, especialmente no setor ofensivo. A prova disso foi a grande quantidade de passes errados no ataque tricolor: 10, contra outros 10 em todas as demais faixas do campo, de acordo com dados estatísticos do Footstats.
E os erros vistos por Ney Franco não param por aí. Na defesa, o São Paulo penou para sair jogando com seus zagueiros e desperdiçou nada menos que nove lançamentos, dando a bola de presente ao time do Vasco em diversas oportunidades. E, no meio de campo, a equipe tricolor ainda foi desarmada 11 vezes, sendo cinco delas apenas do lado direito, em lances capitais que originaram contra-ataques cruzmaltinos.
Impaciente, a torcida tricolor não quis saber de apoiar o time, mesmo quando a partida estava 0 a 0. No intervalo, os gritos de "raça", tradicionais quando o treinador Emerson Leão ainda estava no clube, ecoaram pelo Morumbi, com menos de 11 mil pagantes. E, após o gol do Vasco, os irritados são-paulinos gritaram desde "vergonha, vergonha, time sem vergonha" até "burro, burro, burro", este direcionado ao expulso Rodrigo Caio.
Ney Franco, por fim, ainda viu as arquibancadas dispararem contra o presidente Juvenal Juvêncio, que idealizou sua contratação. "Juvenal, vai se f..., meu São Paulo não precisa de você" foi entoado durante todo o segundo tempo, e apenas o atacante Luis Fabiano foi poupado das vaias - apesar de uma ala do Morumbi chamá-lo, mesmo que em pouca gente, de "pipoqueiro". Ney Franco, pelo jeito, terá muito trabalho pela frente.
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