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Fernandão: o Homem de Titânio do São Paulo

Choque em 2004 colocou placas no atacante e marcou sua virada na carreira. Nesta quarta, estreia em casa

Fernando era apenas um jovem goiano, ainda em busca de espaço no futebol mundial, mas, atuando na França, parecia destinado à vala comum de milhares de jogadores.

Uma cabeça argentina iria mudar a história daquele atacante...

Em 2004, o clássico francês tinha pouco mais de cinco minutos quando Fernando, do Olympique de Marselha, e Heinze, do Paris Saint Germain, se chocaram em uma disputa de bola aérea. O brasileiro fraturou um osso da face, acima do olho esquerdo, parou por dois meses e teve de colocar duas placas de titânio de 0,6 milímetros na região.

Fim? Recomeço! Os parafusos e placas são integrantes da parte mais vitoriosa da carreira de Fernando. Ou melhor, depois do titânio, ele foi promovido: Fernandão!
“Metalizado”, o atacante voltou ao Brasil, foi convocado pela única vez para defender o país na despedida de Romário, se tornou um dos principais atletas do Campeonato Brasileiro, ganhou a Libertadores e o Mundial de Clubes. Como capitão!

Feitos relevantes para quem, nos segundos seguintes ao choque com Heinze, temeu pelo fim da carreira.

– Na hora você assusta bastante, mas não foi nada demais. Depois de dois meses eu voltei a jogar – lembra o super-herói, agora com capa de três cores: branca, preta e vermelha.

É assim, senhor de si e habituado a minimizar os obstáculos em razão da busca pelas vitórias, que Fernandão vai fazer sua estreia no Morumbi com a camisa do São Paulo, nesta quarta-feira, às 21h50, contra o Cruzeiro (acompanhe em tempo real pelo LANCENET!).

A trajetória do Homem de Titânio lembra mesmo a de um herói dos quadrinhos. Herói que, para os são-paulinos, foi vilão em 2006, ao liderar o Internacional na decisão da Copa Libertadores. Herói que agora, do outro lado, quer se redimir perante sua nova torcida a partir desta quarta para, no fim do ano, tentar ser bicampeão do mundo em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Fernandão garante que nem no raio-x do aeroporto as placas são um problema.

– Não, elas são finas. Todo mundo me pergunta se sou parado no aeroporto ou se meu cabeceio ficou mais forte. Não teve nada disso (risos).

Será que não teve mesmo? Todo super-herói que se preze guarda bem os seus melhores segredos...

Com a Palavra

Wilson Yoshito Matsunaga, Cirurgião Crânio-maxilo facial

"Quando o indivíduo leva uma pancada no globo ocular, ocorre uma fratura de órbita porque o organismo tem uma defesa. É uma fratura no assoalho da órbita, um osso bem fino, de um ou dois milímetros, que implode propositadamente em razão dessa defesa.

O osso implode para acomodar a pancada do globo ocular, para evitar que o traumatismo atinja essa região. O sangramento também não ocorre no globo ocular, é canalizado todo para o assoalho.

O risco é a ocorrência de um sangramento muito importante, o hematoma pode comprimir o globo ocular e ocasionar a cegueira. Mas em 25 anos, isso ocorreu uma vez com uma paciente que tomava remédio anticoagulante.

As placas de titânio colocadas são bem finas, de 0,6 ou 0,7 milímetro. Os parafusos normalmente têm 1,5 milímetro. São necessários pelo menos dois parafusos de cada lado da fratura. Tecnicamente, isso é o mínimo, mas depende do tipo da fratura. Na semana passada, operei um paciente e usamos 26 parafusos e seis placas. Elas são quase imperceptíveis, percebemos a saliência óssea quando passamos a mão no local. A maior restrição é não poder tomar sol por dois meses."

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