Na derrota do São Paulo para o Ponte Preta, por 1 a 0, nesta quarta-feira, pela Copa do Brasil, o atacante Luis Fabiano deixou o campo reclamando de um pênalti não marcado que ele teria sofrido nos acréscimos da partida. Mas, para os comentaristas do "Redação SporTV" desta quinta-feira, o lance apontado pelo jogador são-paulino não passou de encenação (assista ao vídeo).

Segundo jornalista Carlos Cereto, Luis Fabiano se jogou no gramado. O comentarista admitiu, no entanto, que poderia se confundir e marcar o pênalti se estivesse no papel do árbitro.

- O São Paulo reclama muito de um pênalti em cima do Luis Fabiano. Na minha visão não foi pênalti, porque embora plasticamente até pareça, se eu estivesse apitando talvez marcasse, mas você vendo com calma por todos os ângulos você percebe que o Luis Fabiano se atira. Aliás, ele é especialista em cavar pênalti. Na minha opinião não houve pênalti, mas não acharia um absurdo se o árbitro Luis Flávio de Oliveira tivesse marcado. Tem a temperatura da hora, do jogo, e depois tem a temperatura da TV, do replay - disse Cereto.

Já o comentarista Renato Maurício Prado afirmou que a imagem da televisão deixa claro que o atacante são-paulino simulou o lance.

- O que para mim fica claro que não é pênalti é a preocupação do Luis Fabiano em cravar aquela perna ali, ou então estava querendo quebrar a perna do zagueiro, porque a bola estava na frente e ele no caminho da bola. Por que de repente ele joga aquela perna esquerda para trás? Ou foi para receber o choque ou queria pegar o zagueiro, o que não faz muito sentido. Estou com o Cereto, para mim claramente cavou o pênalti, deixou haver o choque e se jogou - disse Prado, que criticou a atitude do jogador.

- Foi mais uma vez aquele vício, porque ele tinha a bola relativamente dominada no bico da área e preferiu cavar o pênalti - concluiu.

Analistas apontam crise no São Paulo

Outro assunto comentado no programa foi o corte do zagueiro Paulo Miranda pela diretoria do São Paulo. O jogador, que havia sido relacionado pelo técnico Emerson Leão para enfrentar a Ponte Preta, nem sequer embarcou para Campinas, onde o jogo aconteceu. Ele ainda teria sido apontado como culpado pela derrota para o Santos nas semifinais do Campeonato Paulista.

De acordo com Renato Maurício Prado, a atitude da diretoria, que contrariou o desejo de Leão em ter o jogador em campo, é sinal de que a crise já se instalada no São Paulo.



- A menos que tenha havido uma questão disciplinar, uma questão na Justiça contra o clube, porque se foi na parte técnica, foi uma interferência no lado do Leão. Se o dirigente decide tirar o Paulo Miranda do time porque ele falhou contra o Santos, não é a função do dirigente, ele interferiu no trabalho do Leão. Se não pode ser chamada de crise é porque o São Paulo ainda não foi eliminado, porque se for o circo pega fogo e eu não sei nem se o Leão fica - analisou.

Para o comentarista Telmo Zanini, o caso envolvendo o zagueiro Paulo Miranda expôs desentendimentos entre Leão e a diretoria tricolor.

- Acho que o Leão me pareceu que saiu bem dessa história. Ele está tentando contemporizar visivelmente. Disse que esporte coletivo não se pode culpar ninguém. Acho que ele está tentando empurrar um pouco até o próximo jogo para definir a situação. Em outros tempos, ele já teria chutado o balde há muito tempo. Mas ele deixou claro que não está de acordo. Acho que não é fumaça não, é um incêndio claro na equipe.

Já o apresentador André Rizek comentou que o São Paulo tem perdido a áurea que sempre envolveu a sua gestão, comumente apontada como exemplo no futebol brasileiro. Para ele, a administração do clube foi eficiente nos três anos seguidos em que o time sagrou-se campeão brasileiro (2006,2007 e 2008), mas, hoje, enfrenta uma crise interna inevitável.

- Para mim o São Paulo perdeu aquele verniz de ser um clube diferente, com uma diretoria com um nível melhor. Faz as mesmas lambanças que os outros times vêm fazendo. Já foi no passado uma diretoria diferente - apontou.

O São Paulo volta a campo na próxima quinta-feira (10), às 21h50 (de Brasília), contra a Ponte Preta. O jogo é válido pela partida de volta das oitavas de final da Copa do Brasil.