O técnico Abel Ferreira, do Palmeiras , e o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, selaram a paz momentos antes do duelo entre os clubes, nesta segunda-feira, no Morumbis, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Os dois se encontraram na zona mista do estádio e se cumprimentaram, como uma forma de dar um ponto final às polêmicas que acirraram a rivalidade dos clubes no mês passado. Belmonte pediu desculpas a Abel por tê-lo chamado de "português de m...". – Sinceramente, estava à espera que fizesse isso, pediu desculpas, e desculpas aceitas, isso é o mais importante – disse Abel Ferreira. – Qualquer instituição, Palmeiras ou São Paulo, são maiores do que qualquer personalidade. Fica uma boa imagem para o que deve ser o futebol, não somos perfeitos, cometemos erros, e nada melhor do que reconhecê-los. Uma bela atitude, e o importante agora é o jogo. Dentro das quatro linhas somos adversários, e fora somos parceiros, trabalhamos pela valorização do futebol. Isso é maior do que qualquer coisa – completou o técnico do Palmeiras .

No duelo pelo Campeonato Paulista, o São Paulo discordou de algumas decisões da arbitragem, e após o empate, Carlos Belmonte, ainda no túnel que liga os vestiários, gritou em direção ao trio de arbitragem: – Safado do c...! O Abel apitou para vocês, este português de merda! – gritou. O Palmeiras considerou a fala xenofóbica e estudou ir à Justiça contra o diretor são-paulino. A presidente Leila Pereira, em entrevista ao ge , disse que Belmonte havia se tornado persona non grata no clube e considerou o ataque do São Paulo como "histérico". Carlos Belmonte foi denunciado por ter xingado Abel, com pena máxima possível para 270 dias, somadas as sanções previstas nos dois artigos em que foi enquadrado. Para a pena ser a menor possível, o dirigente e o São Paulo se ofereceram para gravar um vídeo em que o cartola se retrata. Ele pagou uma multa de R$ 50 mil e não pode ir aos jogos do São Paulo até o final do Campeonato Paulista. Além do Belmonte, também foram denunciados o presidente Julio Casares e o adjunto Fernando Bracalle Ambrogi, que poderiam ser suspensos por até 180 dias. Eles foram multados em R$ 30 mil cada. Ao todo, fora pagos R$ 205 mil em multas.