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Controlar o jogo é o desafio do São Paulo de Leão


Em 2002, o Santos comandado por Emerson Leão, repleto de garotos formados na base do clube, se impôs na fase de mata-mata diante de rivais poderosos e experientes, como São Paulo e Corinthians, além do Grêmio na semifinal, e conquistou o título brasileiro que consagrou a geração de Diego e Robinho. Na Vila, no Morumbi e até no Olímpico, o time santista soube controlar o jogo, trabalhar a bola com o timing de acelerar e cadenciar. Venceu e convenceu.

Dez anos depois, a virtude do alvinegro praiano naquela conquista nacional é o que falta ao São Paulo comandado pelo mesmo técnico. A campanha no Paulistão comprova a inconstância da equipe, considerando o nível da competição: em onze jogos, seis vitórias, quatro empates, um deles o 3 a 3 com o Palmeiras, e a derrota para o Corinthians. Apenas a sexta colocação e a “vantagem” de só ter mais um clássico pela frente, mas diante do Santos de Neymar e Ganso. É o segundo ataque mais positivo, com 26 gols, porém a equipe já sofreu 14, média superior a um por partida.

No 4-3-1-2 ou no 4-2-3-1, esquemas da preferência de Leão, o tricolor paulista conta com os nove gols de William José, que assumiu a bronca de suprir a ausência de Luis Fabiano, as arrancadas em diagonal a partir da direita de Lucas, a notável presença de área de Cícero, a desenvoltura de Bruno Cortês no apoio – a despeito dos já conhecidos problemas na composição da última linha defensiva – e o crescimento de Casemiro no meio-campo.



O treinador só não contava que Jadson, contratado como solução para a camisa dez, fosse demorar tanto a se readaptar ao futebol brasileiro e encaixar seu estilo na equipe – ainda que ele não seja o meia cerebral “e canhoto” que Leão tanto pediu a Juvenal Juvêncio. Os sistemas utilizados pelo treinador precisam do toque criativo do meia central e Jadson, embora não se omita, também não faz a diferença. Sem o elemento facilitador, não há domínio da bola e do ritmo da disputa.

Quando Leão troca o camisa dez por Fernandinho e centraliza Cícero, o time perde o meia de ligação, mas acelera pelos lados e tem dois homens pronto para a conclusão no centro. Sobra para Casemiro armar o time. Maicon, que podia comandar o toque no meio-campo, ainda não se firmou.



O quarteto ofensivo no 4-2-3-1, sem Jadson: velocidade pelos flancos com Lucas e Fernandinho e presença de área com William José e Cícero. Na armação, Casemiro.

Nos 3 a 0 sobre o Guaratinguetá, a defesa – que já sofria com Wellington à frente da zaga e perdeu ainda mais combatividade com a lesão do volante – não foi vazada apenas pela segunda vez no torneio regional e o time, mesmo com Rodrigo Caio improvisado na lateral-direita na vaga de Piris e Lucas desgastado pelo retorno da Suíça, foi um pouco mais seguro e consistente, muito pela organização defensiva, a óbvia fragilidade do oponente e a bela atuação de Casemiro na armação, mais uma vez fazendo o trabalho de Jadson.



O 4-3-1-2 inicial contra o Guaratinguetá: Rodrigo Caio improvisado na lateral-direita, retaguarda mais segura, Casemiro fazendo o trabalho de Jadson na articulação e Lucas, mesmo desgastado, arrancando em diagonal a partir da direita e procurando William José.

Mas segue sem controlar o jogo com segurança. Nos clássicos e jogos mais pesados tem sido um detalhe que muitas vezes afasta os três pontos do Morumbi. Se goleia os times de menor investimento, coisa que o rival e líder Corinthians não consegue, acaba resgatando o estigma de “pipoqueiro” do início da década passada quando é hora de decidir.

A classificação para a fase final do longo Paulistão deve vir com relativa tranqüilidade e o início da Copa do Brasil também não trará maiores problemas para o time de Leão. O desafio é “engrossar a casca” de uma equipe jovem, ainda em formação, para os grandes jogos. Como o Santos há uma década.

O sucesso da missão passa pela capacidade de jogar bonito, como deseja o técnico, e mostrar a solidez necessária para fazer o clube mais vencedor do país voltar a erguer taças e ser temido.

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