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Sem dor, Wellington sorri e já mira o futuro: 'Algo bom está guardado'

Grave lesão sofrida no joelho e ausência na Olimpíada de Londres não tiram a confiança do volante do São Paulo, que retornará em sete meses

O guerreiro tricolor está baleado. A cena ainda está viva na memória do volante Wellington. O treino, numa segunda-feira no CT da Barra Funda, serviria para o técnico Emerson Leão começar a preparar o time para a partida contra o Bragantino. Até que, em lance na lateral direita, Wellington recebeu passe de Fabrício e, ao devolver a bola ao companheiro, sentiu um estalo no seu joelho esquerdo. Imediatamente, o desespero tomou conta do meio-campista de 21 anos. Os exames constataram o pior e, com uma ruptura no ligamento cruzado e uma lesão no menisco, a cirurgia era inevitável. Com a operação bem-sucedida, o retorno está programado apenas para setembro.

A rotina de treinos, viagens e jogos foi trocada por fisioterapia, remédios e ajuda para fazer qualquer coisa. Com a perna imobilizada, Wellington precisa de ajuda para colocar a roupa, calçar um tênis ou tomar banho. A mulher, Aline, chamada pelo volante de anjo da guarda, está na retaguarda do jogador o tempo todo.

Observando de fora, chama atenção a postura de Wellington. Foi a segunda grave lesão sofrida pelo jogador e, coincidentemente, no mesmo joelho. Na primeira, em 2010, ele perdeu vaga no Sul-Americano e no Mundial sub-20. Agora, no melhor momento de sua carreira, era forte concorrente a uma vaga no grupo que disputará a Olimpíada de Londres, competição que ele agora só acompanhará pela TV.

Mesmo assim, Wellington consegue abrir um sorriso e pensar no futuro.
Durante uma hora e meia, o meio-campista conversou com as reportagens do Sportv e do GLOBOESPORTE.COM em sua residência. Com a companhia da cachorra Mel e observado o tempo todo por Aline, Wellington falou bastante.

Abriu a tala, mostrou os curativos da lesão e, a cada movimento, tomava o máximo de cuidado para não apoiar a perna esquerda. Entre a aplicação de gelo no local e o jantar, ele diz acreditar que conseguirá dar a volta por cima no momento certo.
- Tenho certeza que o homem lá de cima está guardando algo bom para mim.

Veja a entrevista abaixo.

Para quem estava no CT no dia da sua lesão ou para quem viu a reportagem pela TV, foi impossível não ficar impressionado com o seu desespero ao ser carregado na maca.

O choro era do desespero porque sabia do que viria pela frente. Senti um estalo, mas a dor não foi tão forte. Você lembra dos familiares, dos amigos, da primeira lesão, passa um filme na sua cabeça, não tem jeito.Não poder ajudar seus companheiros é cruel demais. Você lembra dos familiares, dos amigos, passa um filme na sua cabeça. São sete meses sem fazer o que mais gosto na vida, mas tenho de agradecer a Deus porque poderia voltar totalmente zerado.

Você viu a imagem pela TV?

Fiz questão de ver porque queria entender o que aconteceu. Foi uma jogada simples, não fiz nenhum um giro, foi uma fatalidade. O pessoal do Reffis, analisando o que aconteceu, chegou à conclusão de que, quando fui devolver o passe, joguei todo o peso do corpo na perna esquerda. Mas agora não tem jeito, é focar na recuperação.

Como está sua cabeça? Será a segunda vez que você perde torneios importantes.

Nessa hora, você precisa rezar e pedir duas coisas: sabedoria e paciência porque não será fácil.

Querendo ou não, na cabeça fica aquela dúvida de como será a volta. Estava vivendo uma grande fase, podendo ajudar os meus companheiros no São Paulo. Mas todo mundo está ajudando. Meus pais estão por perto. Meu irmão mora no Paraná e, assim que ficou sabendo da lesão, pegou um ônibus e veio ajudar. Isso conforta e dá força para encarar o que vem pela frente. Vou perder a Olimpíada, mas tenho certeza de que o homem lá de cima está guardando algo bom para mim.

Com pouco mais de uma semana, como está a sua recuperação?

Estou muito animado. Não sinto dor nenhuma. Faz uma semana e já estou dobrando o joelho, o que da outra vez era impossível. Na primeira cirurgia, tinha tanta dor que precisei ficar um dia a mais no hospital para tomar a medicação na veia. Quando eu sento no sofá, posso até tirar a tala que uso para dormir. Consigo dobrar o joelho 115 graus. No Reffis, já faço exercícios de fortalecimento e, a todo momento, eles perguntam se está doendo. Eu falo que não e eles vão aumentando. É claro que vai chegar um momento em que vai doer porque eles vão forçar e faz parte. Mas estou pronto, sou guerreiro e nada vai me desanimar.

Para quem está acostumado a jogos e viagens, como é ficar em casa o tempo todo e assistir aos jogos pela TV?

É estranho. No jogo contra o Palmeiras, eu gritei, falei, procurei incentivar como se estivesse em campo. A parte mais difícil é precisar de ajuda para tudo. Nesse momento, é preciso ter controle e ser humilde para não reclamam quando as pessoas fazem coisas por vocês. Aline tem sido um anjo da guarda, está o tempo todo ao meu lado, não deixa ninguém encostar. Ela, inclusive, me leva e me busca no CT todos os dias.

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