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Piazon: 'No Brasil, jovem tem de dar resultado desde cedo'

Em entrevista exclusiva ao LANCENET! em Londres, atacante revelado pelo São Paulo conta como tem sido seus primeiros meses no Chelsea

Dos cinco meses em que Lucas Piazon mora em Londres (ING), janeiro foi, até agora, o mais intenso. Ao atingir a maioridade, ele pôde, enfim, ficar oficialmente à disposição do elenco profissional do Chelsea, que em 2011 desembolsou 10 milhões de euros (R$ 22,5 milhões em valores atuais) pelo atacante revelado pelo São Paulo.

Dias depois, foi relacionado pela primeira vez para um jogo oficial, contra o Swansea – o mesmo se repetiria no clássico diante do Manchester United, em 5 de fevereiro. A estreia, no entanto, ainda não virou realidade para o camisa 35.

Piazon está ansioso, mas diz não ter pressa. Sabe que o primeiro jogo profissional pode nem ocorrer nesta temporada, e garante não se incomodar. Prefere a hora certa em vez de uma cobrança prematura por resultados imediatos ainda na adolescência, situação comum no Brasil.

Na casa onde mora em Londres, à beira do rio Tâmisa, com a mãe Marizabel e a irmã Juliana (o pai Antonio está temporariamente no Brasil), Piazon falou ao LANCENET! mais sobre essa expectativa.

Como foram os primeiros meses em Londres, à espera de completar 18 anos e ficar com o time profissional do Chelsea?
Quando cheguei, já sabia que não ia jogar, nem estava com esperança de jogar nem pelo time B ou pelo sub-18. Aí conseguiram em outubro minha liberação na Fifa. Joguei mais de dez jogos no fim do ano passado. Foi bom para ir me adaptando. Treino é muito diferente. No jogo você aprende mais. Foi bom para mim, muito produtivo, pude me adaptar ao estilo de jogo daqui, marcação, tática, então nesses aspectos foi muito boa minha vinda antes dos 18 anos.

Você foi bem recebido pelo elenco profissional do Chelsea? Como foi essa recepção?
Muito boa, pelos brasileiros principalmente. Até quando eu ainda não treinava com eles, David Luiz, Ramires e Alex estavam aqui sempre me dando força, qualquer coisa que eu precisasse era só falar com eles. Foi tranquilo para mim e agora que estou treinando com eles, melhor ainda.

Passou algum apuro nesses primeiros meses na Inglaterra? Você fala inglês?

Apuro acho que não. Quando eu era menor e morava em Curitiba já fazia aulas de inglês, e estou fazendo aqui também, o Chelsea deixa uma professora à minha disposição toda quarta e quinta de manhãzinha. Sempre que dá vou às aulas, uma hora, uma hora e meia, e está tranquilo. Hoje já me viro, consigo me comunicar numa boa com todo mundo. Quando cheguei também não foi um problema muito grande, conseguia falar o básico para me virar, então idioma não foi um problema.

Sabe como é, cidade nova, tudo novo... Não se perdeu nenhuma vez por Londres?

Não, não (risos). Aqui é muito fácil de se localizar, em qualquer lugar. É só chamar um táxi e falar que vou ao estádio do Chelsea, onde eu ficava, não era problema.

Já fez amigos em Londres?

Fiz amizade com os meninos que treinavam comigo, tenho amizade com Bruno, que joga pelo QPR (Queens Park Rangers, da Primeira Divisão da Inglaterra), ele jogou com David Luiz quando era menor. Fiquei dois meses morando com David. As pessoas que trabalham com nosso empresário (Giuliano Bertolucci) e trabalham aqui, tem bastante gente.

Como foi o período como hóspede de David Luiz?

Quando vim, fiquei um tempo no hotel, porque meus pais estavam aqui. Depois comecei ir para a casa dele. Foi ótimo, para amadurecer, aprender coisas novas. A gente sempre estava junto, treinava junto, voltava, jogava videogame, saía para jantar. Muito bom.

Agora, qual é sua maior ansiedade: estrear pelo Chelsea ou ter mais chances para se firmar?

Os dois. Nesses dois jogos em que estava no banco queria ter jogado pelo menos um pouquinho, mas foram muito complicados. No primeiro (contra o Swansea), o time estava perdendo até o último minuto e acho que ele (o técnico Andre Villas-Boas) não queria me botar essa pressão tão grande de estrear com o time perdendo. No clássico (com o Manchester United), quando estava 3 a 0, até achei que daria para jogar um pouquinho, mas quando o Manchester começou a crescer no jogo também já sabia que não seria minha estreia. Estou treinando para pelo menos estrear em breve e me firmar.

Como você se encaixaria no sistema de Andre Villas-Boas?
Ele joga com três atacantes, me encaixaria na esquerda ou na direita. Aqui eles me usam também como meia central, nas categorias de base, mas acho difícil que me escale dessa maneira.

Villas-Boas já conversou com você, sobre como gosta de jogar?
Não me perguntou como gosto de jogar, mas acho que ele já sabe, acompanhou os jogos do time B. Como a gente é português e brasileiro, é fácil o contato pelo idioma.

Este ano tem Olimpíada em Londres, e você tem idade para jogar a do Rio, em 2016. Acha que tem chance de uma convocação?

Se fosse para escolher seria a do Brasil, claro. Até o começo do ano, como a Olimpíada está aí e eu não tinha jogado, estava sem esperança. Mas se pintar a oportunidade de estrear e jogar bem, seria muito bom, mas acho que as chances são pequenas. A gente já está em fevereiro, a Olimpíada é daqui a cinco, seis meses, está em cima. Tem jogadores em atividade há muito mais tempo do que eu e estão bem na minha frente, então acho difícil.

Seu contrato com o Chelsea vai até 2017. Como projeta a carreira? Vê problema se for emprestado?
O que quero é me firmar aqui, ter chance de jogar. Se precisar me emprestar para algum clube da Inglaterra por seis meses, por uma temporada, não tem problema nenhum.

Isso é normal na Europa, os jovens não têm muito espaço nas equipes grandes e os clubes emprestam para as menores para ganhar experiencia, ritmo de jogo, ver como é. Acho bom, é bom para os jovens estarem jogando na Premier League. Um jovem cresce muito por isso e se tiver de me emprestar não vejo problema nenhum.

Faz parte do crescimento. Talvez eu não tivesse chance assim se não saísse. No Brasil, jogador jovem tem de dar resultado desde cedo.

Apesar dos problemas que chegou a ter no Sâo Paulo, antes da venda para o Chelsea, você sente falta do Brasil?
Claro que sinto falta, morei com meus amigos três anos em Cotia (onde fica a base do São Paulo), sente falta da convivência, de estar sempre junto brincando, mas também gosto muito daqui.

Nota da Redação: Em janeiro de 2010, quando Piazon completaria 16 anos, a família do atleta e seu agente, Giuliano Bertolucci, tentaram na Justiça do Trabalho evitar que um novo contrato com o São Paulo fosse registrado. Meses depois, o clube e o pai do jogador entraram em acordo.

Acostumou-se com o frio da Inglaterra no inverno?

Em casa a gente fica no quentinho, o duro é treinar. Nos primeiros dez minutos é problema. A orelha fica dura (risos). Tem nevado muito, até o rio congelou.

EM DEFESA DE TERRY
Capitão do Chelsea, John Terry tem sido figura recorrente nos noticiários por conta de uma acusação de racismo a Anton Ferdinand, do Queens Park Rangers. O fato fez a Federação Inglesa de Futebol tirar do zagueiro a braçadeira na seleção da Inglaterra.

Irritado com a punição a seu homem de confiança sem seu consentimento, o técnico Fabio Capello criticou a entidade publicamente a uma TV italiana. O mal-estar gerado foi determinante na saída do treinador, que pediu demissão na semana passada.
Lucas Piazon treina com o elenco profissional do Chelsea há pouco mais de um mês, mas se sente confortável em elogiar a postura de Terry, capitão do time.

– Ele é um cara muito importante, para o Chelsea e para o grupo. É aquele capitão mesmo, quando não joga vai ao vestiário e fala com todos, trata todo mundo igual. Ele está há muito tempo aqui, veio das categorias de base, tem liderança e faz muito bem sua função de capitão – avaliou o jogador.

– Em toda parte do mundo tem polêmica. Tem jogadores que ficam mais bravos em campo, coisas do futebol – completou Piazon.
COM A PALAVRA - Marizabel Piazon (mãe de Lucas)
Chamado após levar o pai no aeroporto

Em janeiro, antes de o pai dele (Antonio) viajar, ele disse: "Já imaginou se Villas-Boas chama ele para o jogo bem na semana em que estou no Brasil?". Domingo à noite, a gente tinha chegado do aeroporto e de repente toca o telefone. Lucas atendeu daquele jeito dele, calmo, e só falava "O.K., O.K.", desligou e não falou nada.

Ouvi que era voz de homem, mas queria saber. Perguntei e ele disse: "Era meu técnico.

"E o que ele queria com você no domingo à noite?"

"Não, ele disse que amanhã vou treinar com a equipe principal e estou indo viajar com eles na terça-feira para o jogo."

Dei um grito e tentamos ligar para o pai, mas era bem na hora do voo e ele soube apenas quando chegou no Brasil.
Todo jogo que ele vai para o banco a gente fica com essa expectativa.

Contra o Manchester United tinha certeza de que ia jogar. Pô, estava vencendo por 3 a 0... (o Chelsea levou o empate). Estamos felizes por Lucas estar treinando. Não estou tão ansiosa pela estreia. Tem de ser num bom momento e ele precisa estar preparado para a oportunidade.
QUEM É ELE
Nome: Lucas Domingues Piazon

Nascimento: 20/1/1994, em São Paulo (SP)

Altura e peso: 1,82m e 75kg

Posição: Atacante

Título: Campeão sul-americano com a Seleção Brasileira sub-17 (em 2011, no México)



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