Ivan Piris é o novo dono da camisa 23 (Foto: Ari Ferreira)

Ao longo da história do São Paulo, apenas cinco paraguaios vestiram a camisa do clube. Piris, apresentado na tarde de quinta-feira, não se lembra de nenhum deles, mas tem na mente um outro famoso lateral-direito que veio de seu país.

Arce se destacou no rival Palmeiras de 1998 a 2002, clube pelo qual conquistou uma Libertadores. O novo reforço são-paulino se refere a seu ídolo como professor:

– Foi um jogador muito bom. Jogou muito bem também aqui no Brasil. Dos jogadores da atualidade, me espelho mais em Daniel Alves.

O que pouca gente sabe é que Arce tem um DNA tricolor. Cecílio Martinez, jogador do São Paulo na década de 60, é tio do ex-palmeirense. Dos paraguaios foi quem mais se destacou atuando pelo Tricolor.

Agora a responsabilidade está com Piris. Além de solucionar o problema da lateral, o jovem de 22 anos quer dar alegrias aos são-paulinos.

– O pessoal todo ficou muito contente. É uma satisfação vir aqui em um país onde há muitos bons laterais – vibrou o novo camisa 23.

Ele desembarcou no Brasil na manhã de quinta-feira e, à tarde, já estava correndo no CT. Com ritmo de jogo, tem condições físicas de atuar no domingo, contra o Vasco, no Morumbi. No entanto, o clube ainda aguarda, com esperança, sua regularização.
Arce sobre Piris: 'Tem se firmado como o melhor do Paraguai'
Nos últimos anos, Piris tem se firmado como o melhor lateral-direito do Paraguai. É um garoto de muita vitalidade e força física. Aliás, o poder de marcação dele é excelente, é a maior qualidade, certamente.

No começo da carreira, ele era meia, e depois virou lateral, como aconteceu comigo. Mas acho que nossas características são diferentes. Ele é mais força e marcação.

Eu o enfrentei pelo Rubio Ñu (time paraguaio do qual é técnico), e meus atacantes lhe deram muito trabalho (risos). Com certeza, a passagem pelo Brasil vai ajudá-lo muito a crescer. Vai atuar em um futebol de muita qualidade.

Outros paraguaios que passaram pelo São Paulo:

Cecílio Martinez - Ex-ponta-esquerda, jogou pelo clube de 1963 a 1965. Em 42 jogos, marcou 17 gols. Ele tinha fama no Paraguai e era ídolo de Nicolás Leoz, presidente da Conmebol. Até por isso, Leoz criou uma simpatia pelo Tricolor.

Ayala (2000)
Parceiro de Gamarra na Copa do Mundo de 1998, na qual o Paraguai teve uma das melhores defesas, chegou com pompa, mas disputou apenas oito partidas. Passagem apagadíssima.

Isasi (1997)
Nestor Isasi chegou com status de novo Arce, mas também ficou pouco tempo no clube. Foram 11 jogos ao todo e poucas lembranças da torcida.

Paraguaio (1968 e 1969)
Carlos Assim Safuan Garcia também foi uma decepção. Apenas três jogos e, mesmo assim, em amistosos.

Barrios (1944 a 1947)
Ruben Barrios foi contratado para ser o companheiro de Leônidas da Silva e não decepcionou. Ao todo, disputou 91 partidas e marcou 38 gols. Assim, sagrou-se campeão paulista pelo clube em duas oportunidades: 1945 e 1946.