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Mata-mata é com Muricy! Santos vence São Paulo e vai à final

Neymar, Ganso e Elano fazem a festa em pleno Morumbi: 2 a 0 Peixe, que aguarda Palmeiras ou Corinthians

Muricy Ramalho saiu do São Paulo com a imagem muito desgastada em 2009. Com o estigma de "amarelão" em fases eliminatórias, o treinador pode, enfim, ir à desforra justamente contra o ex-time dois anos depois. Com uma alteração sua que mudou os rumos da partida, o Santos de Muricy venceu o São Paulo por 2 a 0 em pleno Morumbi, na tarde deste domingo, e se classificou para as finais do Campeonato Paulista.

Os gols de Elano, de cabeça, e de Ganso põem o Peixe na decisão do Paulistão, para enfrentar o vencedor de Palmeiras e Corinthians no próximo domingo. Os arquirrivais jogam a outra semifinal neste domingo, às 16h, no Pacaembu.

A vitória santista representa a quinta eliminação seguida do São Paulo em semifinais do Estadual. Depois de São Caetano, em 2007; Palmeiras, em 2008; Corinthians, em 2009; Santos, em 2010 e agora em 2011, o Tricolor contabiliza mais um mau resultado em mata-mata no Campeonato Paulista.

O Peixe, por outro lado, chega à terceira final seguida na competição. Muricy Ramalho também curte momento de rei na Vila Belmiro: o treinador ainda está invicto no comando do Santos.

O San-São deste domingo teve emoção do começo ao fim. O Peixe, que teve as melhores chances do primeiro tempo mas viu o arquirrival crescer de produção ainda na etapa inicial, conseguiu chegar à vitória graças a dois fatores: a visão tática de Muricy Ramalho, que aproximou Ganso e Elano do ataque ao sacar Zé Eduardo no intervalo; e a individualidade dos Meninos da Vila. Neymar e Paulo Henrique Ganso só não fizeram chover na segunda etapa!

SAN-SÃO À MIL POR HORA

Nada de precaução! Como o Peixe tem o América (MEX) pela frente em Querétaro na próxima terça-feira, a expectativa era de que alguns jogadores titulares fossem preservados e não jogassem o San-São. Ledo engano. Nenhum jogador santista quis ficar de fora da decisão e Muricy Ramalho acabou escalando força máxima. Pelo lado do Tricolor, Carpegiani, a não ser pela ausência de Lucas, machucado, também tinha praticamente todos os titulares à disposição. Espetáculo formado!

O Santos queria repetir o desempenho da primeira fase, quando bateu o Tricolor na Arena Barueri por 2 a 0, na quinta rodada. E a partida começou do jeito que o torcedor gosta: com velocidade e chances para ambos os lados.

A tônica do primeiro tempo acabou sendo a desatenção dos defensores, presas fáceis para os rápidos homens de ataque - das duas equipes. Logo a 2 minutos, Alex Silva bobeou na entrada da área e foi desarmado por Neymar. A Joia invadiu a área e finalizou com o pé esquerdo, Rogério tocou e a bola beliscou a trave tricolor.

Na sequência, Marlos fez o mesmo que Neymar, desarmou um desatento Danilo na intermediária e disparou rumo à área. O camisa 11 são-paulino só parou em Durval, que o travou na hora do chute.

Discreto, Ganso reservou alguns bons momentos para aparecer - e ser decisivo. Aos 18, ele enxergou Léo livre na esquerda e o lateral chutou forte, para boa defesa de Rogério. Doze minutos mais tarde, quem viu Léo, muito participativo em campo, foi Neymar. A Joia deu um belo toque de calcanhar e Léo foi travado por Xandão no momento derradeiro.

O São Paulo, jogando com a torcida a favor, precisava equiparar forças e mostrar seu arsenal. E Dagoberto, responsável pela classificação do Tricolor às quartas de final da Copa do Brasil, levou o time adiante. Aos 32, Dagol fez fila e chutou de esquerda. Um minuto depois, ele aproveitou falha de Jonathan - mais um defensor dando bobeira no clássico - e arrematou para boa defesa de Rafael. Na sobra, Ilsinho ainda parou na muralha santista novamente.

O Tricolor sentiu o aviso de Dagoberto e passou a agredir mais o rival. A partir daí, as tabelas entre Ilsinho, Jean e Marlos pelo lado direito, à exemplo das partidas do São Paulo contra o Goiás, voltaram a surtir efeito e a levantar a torcida no Morumbi.

Se a primeira etapa não terminou da maneira como começou, de forma alucinante nos primeiros minutos, ao menos deu a promessa de um segundo tempo ainda mais saboroso.

No intervalo, um fato inusitado: Muricy Ramalho, que saiu do São Paulo de forma conturbada em 2009, viu seu nome ser cantado por torcedores tricolores no Morumbi.

MUDANÇA FATAL

Já sem o sol forte dos primeiros 45 minutos, o Santos começou ditando as regras da segunda etapa. Com o zagueiro Bruno Aguiar no lugar de Zé Eduardo, Muricy voltou ao seu esquema predileto, o 3-5-2, aproximou Ganso e Elano do ataque e fez Jonathan participar efetivamente da partida.

Primeiro, Neymar colocou o camisa 4 na cara do gol, mas Juan atrapalhou o santista na hora do chute. Em seguida, a Joia enxergou Jonathan novamente no lado oposto do ataque. Já dentro da área, o ex-cruzeirense hesitou em chutar e cruzou para Léo emendar torto. Neymar quase aproveitou de letra.

O São Paulo parecia atrapalhado no começo de segundo tempo e nem mesmo o apoio vindo das arquibancadas parecia mudar o panorama do jogo.

O que parecia inevitável, e que começou com a alteração de Muricy, aconteceu: o Santos abriu o placar do San-São, com Elano, aos 15 minutos. Ganso recebeu na área, ganhou da zaga adversária e cruzou, ou melhor, colocou a bola na cabeça do camisa 8. Gol de Elano, para abrir o marcador no Morumbi!

O Tricolor, em um momento de desespero, se lançou ao ataque, especialmente após a entrada de Fernandão. Com investidas atabalhoadas, o São Paulo esperava uma sobra na área para que o camisa 15 aproveitasse. Mas a defesa do Peixe estava atenta, e jogou nos colos de Paulo Henrique Ganso a responsabilidade de decidir o jogo.

E ele correspondeu! Aos 27, o maestro do Peixe lançou Neymar e a Joia se viu diante de dois marcadores dentro da área. Como um jogador experiente, Neymar parou a jogada e enxergou Ganso vindo por trás. O camisa 10 tocou de primeira e deu números finais ao jogo.

Nos minutos finais e com 2 a 0 á favor, Muricy ganhou uma pequena dor de cabeça. Elano se esticou para afastar bola na área e sentiu o músculo adutor da coxa direita. O meia pode ser dúvida para a decisão contra o América (MEX), na terça-feira.

Coube ao Tricolor tocar a bola e tentar abrir espaços, mas a tão criticada zaga do Santos manteve-se impenetrável. 2 a 0 e terceira final seguida do Santos em Campeonatos Paulistas. Depois de perder para o Corinthians em 2009, o Peixe bateu o Santo André em 2010 e agora aguarda Palmeiras ou Corinthians para buscar o bicampeonato estadual.

As duas equipes ainda têm compromissos em competições paralelas. São Paulo encara o Avaí na próxima quarta-feira, em partida válida pelas quartas de finais da Copa do Brasil, no Morumbi. Um dia antes, o Santos duela com o América (MEX), em Querétaro, pelas oitavas da Copa Santander Libertadores.

FICHA TÉCNICA:
SÃO PAULO 0X2 SANTOS

Estádio: Morumbi, São Paulo (SP)
Data/hora: 30/4/2011 - 21h50
Árbitro: Raphael Claus
Auxiliares: Luis Alexandre Nilsen e Guilherme Ceretta de Lima

Renda/público: R$ 1.232.468,00 / 44.675 pagantes
Cartões amarelos: Casemiro, Miranda, Juan (SPO); Ganso (SAN)
Cartões vermelhos: -
GOLS: Elano, 15'/2ºT (0-1); Ganso, 27'/2ºT (0-2)

SÃO PAULO: Rogério Ceni, Xandão, Alex Silva, Miranda; Jean, Casemiro (Fernandão 18'/2ºT), Carlinhos, Ilsinho (Willian 44'/2ºT) e Juan; Marlos (Rivaldo 24'/2ºT) e Dagoberto. Técnico: Paulo César Carpegiani.

SANTOS: Rafael, Jonathan, Edu Dracena, Durval e Léo (Alex Sandro 29'/2ºT); Arouca, Danilo, Elano (Adriano 34'/2ºT) e Ganso; Neymar e Zé Eduardo (Bruno Aguiar, intervalo). Técnico: Muricy Ramalho.

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