Vencedor de quatro dos oito Campeonatos Paulistas que disputou na carreira, Cafu acompanha a competição como espectador desde 1997 e lamenta constatar: os clubes não dão mais valor ao Estadual e diminuem sua qualidade. O ex-lateral direito, contudo, vê com ânimo a atual edição do torneio e está certo de que, com mais clássicos, a disputa terá o significado que merece.

"Há muito tempo não se vê um campeonato desse nível. O futebol paulista precisava ter quatro semifinalistas tão fortes", apontou o pentacampeão, que vestiu a faixa de campeão paulista em 1989, 1991 e 1992, pelo São Paulo, e 1996, pelo Palmeiras e hoje se anima por ver confronto direto entre os quatro grandes na semifinais.



Acervo/Gazeta Press


Nas quatro oportunidades em que levantou o troféu estadual, o ex-jogador fez parte de equipes que fizeram história. O que prova sua teoria de decréscimo da qualidade da disputa. "Na minha época o campeonato era mais competitivo, dava-se mais ênfase à conquista do Campeonato Paulista. Hoje virou um simples torneio", afirmou.

O Paulistão é, sem dúvida, importante para Cafu ter iniciado a carreira que teve como um de seus auges a taça da Copa do Mundo de 2002 que ele ergueu no Japão. Muito antes, foi no Estadual de 1989, quando surgiu no São Paulo como um jogador ofensivo de qualidade, que o atleta conquistou seu primeiro título.

Em 1991, recolocou o Tricolor como campeão em São Paulo com a base que venceu o Brasileirão daquele ano e, em 1992 e 1993, ganhou a Libertadores e o Mundial de Clubes. Ainda em 1992, em meio à disputa do título mundial com o Barcelona, Cafu foi decisivo para os são-paulinos derrotarem o Palmeiras, garantindo para si seu terceiro título estadual.


Na penúltima vez em que jogou um Paulistão, Cafu era um dos grandes nomes de uma equipe que marcou epóca. Foi destaque do Palmeiras campeão em 1996 com uma rodada de antecedência no segundo turno, sem necessidade da disputa de uma final e com mais de 100 gols marcados.

Embora só tenha deixado o Verdão em 1997, após um quarto lugar no Estadual, foi o desempenho na edição de 1996 do torneio que abriu as portas da Europa para o lateral direito. Na sequência da carreira, passando por Roma e Milan, na Itália, ele ganhou respeito internacional e vida longa na seleção brasileira.

Por isso, é com nostalgia e um pouco de tristeza que Cafu pede mais valor ao Paulistão. "Fiz muitos gols pelo São Paulo e pelo Palmeiras e tive muito sucesso com ambos. Eu gostava de disputar o Campeonato Paulista", recordou.