Um dos principais personagens da decisão do Campeonato Brasileiro é um cidadão de 28 anos nascido na pequena Rancharia Paulista, cidade do interior de São Paulo. O goleiro Emerson, do Guarani, maior esperança do Corinthians para a conquista do título, diz ser “são-paulino desde criança”, mas acredita na vitória do Bugre contra o Fluminense, no domingo (5).

Se ele não levar gols contra o Tricolor carioca e o Timão vencer o Goiás, em Goiânia, o Alvinegro paulista fica com a taça.

- Sempre fui são-paulino, desde pequeno. Mas quando você se torna profissional acabada esquecendo essas coisas. Passa a se preocupar só em jogar e fazer um bom trabalho.

Apesar de estar envolvido diretamente no resultado de um dos jogos mais importantes do Brasil nesse ano, Emerson diz estar chateado com a repercussão que a partida causou. Principalmente quando o assunto é a mala branca que o Corinthians enviaria ao time de Campinas para “turbinar” o empenho dos jogadores na partida contra o Flu.

Desacostumado com o assédio da imprensa, o goleiro diz ter ficado chateado com o modo como suas palavras foram interpretadas.

- Sobre esse negócio de mala branca eu nem quero falar mais porque isso já deu muita confusão. Se você quiser falar de mala branca, ligue pra alguém da diretoria. O que me incomodou foi terem colocado como se eu tivesse falado que o Corinthians já tinha mandado dinheiro, e não foi nada disso. Não chegou nada pra mim. Eu sou profissional e não preciso de dinheiro extra para entrar mais motivado.

Já rebaixado, o Guarani não tem maiores aspirações no Campeonato Brasileiro. O ambiente no clube é ruim, como não poderia deixar de ser, mas o goleiro diz que é importante deixar uma boa impressão na rodada final do campeonato.

- O ambiente aqui não é dos melhores. Até porque se o ambiente estivesse bom em um time que foi rebaixado alguma coisa estaria errada. Mas cada um sabe da sua responsabilidade no último jogo, temos que fazer um bom trabalho para deixar uma boa impressão. A gente procura dar uma amenizada na situação para que as coisas não fiquem piores, com os jogadores mais desanimados e tristes porque os objetivos não foram alcançados.

Apesar de ter passado a maior parte da temporada na reserva, Emerson ostenta números melhores do que o goleiro titular. Presente em 13 das 37 partidas do Guarani no campeonato, ele levou, em média, 1,15 gols por jogo. Douglas, titular em 24 jogos, tem média de 1,5 gols sofridos.
Mesmo com os bons números, o goleiro diz não ter certeza de que continuará no clube em 2011. Com contrato até o meio do ano que vem, ele se preocupa com o futuro do elenco rebaixado no Brasileiro.

- Ainda não sabemos o que vai acontecer porque o time caiu. Eles podem querer reformular tudo aqui ou até manter alguns jogadores. Temos que esperar para ver. Eu tenho objetivos grandes. Quero fazer bons trabalhos em clubes grandes e conquistar títulos. Infelizmente a gente foi rebaixado aqui no Guarani, mas temos que manter a cabeça erguida.

Apesar das dificuldades, o jogador acredita na vitória sobre o Fluminense. Ele relembra a vitória de virada sobre os cariocas por 2 a 1, no primeiro turno, e dá esperança aos torcedores do Guarani e, principalmente, aos do Corinthians.

- O Fluminense é uma grande equipe, ganhamos deles aqui em Campinas, mas foi um jogo complicado, dificílimo. Agora, no segundo turno, as coisas são completamente diferentes, mas eu tenho que acreditar que nós podemos ir lá e ganhar deles, apesar de saber que as dificuldades serão grandes. Estaremos desfalcados de grandes jogadores, mas acho que podemos ir lá e fazer um bom trabalho.

Sem Mazola e Baiano, suspensos, o time de Campinas perde a dupla que marcou 12 dos 33 gols do time na competição. A partida contra o Flu acontece no próximo domingo, no Engenhão, às 17h. No mesmo horário, o Corinthians enfrenta o Goiás.