Carpegiani durante treino no CCT da Barra Funda
Há um mês no São Paulo, com 83% dos pontos ganhos, o técnico Paulo César Carpegiani, 61, conta à Folha que o esquema com quatro jogadores ofensivos surgiu da necessidade de arriscar pela má campanha. E diz que atacará o Corinthians, amanhã, mas admite que pode se expor ao contra-ataque do rival.
O treinador prevê ter bela equipe para 2011, tanto que pediu à diretoria que mantenha todos os atletas atuais com poucas contratações.
Folha - Você usou no São Paulo um sistema que exige treino por ter muitos jogadores ofensivos. Você esperava que fosse dar certo tão rápido?
Paulo César Carpegiani - [Sim] Pela inteligência dos jogadores, por ser um grupo muito qualificado. Apesar de ter uma ou outra posição meio carente, como é o caso agora. Mas a qualidade do grupo favoreceu bastante.
Quando você veio [ao São Paulo], já tinha ideia de como utilizar os jogadores?
Não, porque, quando cheguei, havia jogadores colocados de lado, como o Dagoberto. Então, conversei com ele, pela inteligência dele, e ele me deu uma resposta de imediato. Tinha vários atletas machucados para o jogo com o Vitória [triunfo por 2 a 0]. Então, formei a escalação dentro daquilo que tínhamos, em razão da necessidade de ganhar. O time respondeu, e eu, dentro da coerência, encaminhei a equipe.
Você vê esse esquema parecido com linha de três ofensiva, utilizada na Europa?
Nós jogamos com quatro atacantes, com dois por dentro e dois por fora.
Você sempre conversa com o jogadores para saber se eles podem executar a função?
Sempre converso. Nada desce goela baixo. Se não tem a característica para executar, não contrario.
Quando foi contratado, a diretoria lhe pediu algo?
A mim, não pediram nada. Sei daquilo que o São Paulo exige, que é um time "multicampeão". Essa é uma responsabilidade do treinador do São Paulo embutida em qualquer diálogo. Mas não tive cobrança nenhuma.
O São Paulo estava jogando abaixo do seu potencial?
Não gostaria de analisar porque interfere na área de quem me antecedeu.
Você acha que o seu elenco é similar ao do Corinthians?
Não quero fazer nenhum tipo de comparação. Mas meu elenco é excelente. Gostaria de que todos permanecessem. Fiz esse pedido ao presidente [Juvenal Juvêncio]. Não sentamos ainda para conversar, não tivemos a definição. Tenho uma ou outra posição carente ainda no time. Esse grupo vai render mesmo, no próximo ano. Com a sequência, temos condições de fazer uma bela equipe de futebol.
Você estava falando em encaixe do time. O Corinthians, por ter meio forte e contra-atacar, não é favorecido pelo estilo do São Paulo?
Não sei. Futebol, não digo que é exclusivamente contra-ataque, mas, se fizer uma estatística da competição Copa do Mundo, verá que a maioria dos gols é contra-ataque. Você encontra espaço aberto porque o time sai para o ataque e desguarnece ao natural. Mesmo sabedor disso, pela posição do São Paulo, você tem que tentar sair, tomar iniciativa, buscar resultado. Talvez propicie o jogo do Corinthians. A gente sabe.
Acaba tendo que dar a vantagem por ousar?
Sempre prefiro tentar impor no campo do jogo.
Há um mês no São Paulo, com 83% dos pontos ganhos, o técnico Paulo César Carpegiani, 61, conta à Folha que o esquema com quatro jogadores ofensivos surgiu da necessidade de arriscar pela má campanha. E diz que atacará o Corinthians, amanhã, mas admite que pode se expor ao contra-ataque do rival.
O treinador prevê ter bela equipe para 2011, tanto que pediu à diretoria que mantenha todos os atletas atuais com poucas contratações.
Folha - Você usou no São Paulo um sistema que exige treino por ter muitos jogadores ofensivos. Você esperava que fosse dar certo tão rápido?
Paulo César Carpegiani - [Sim] Pela inteligência dos jogadores, por ser um grupo muito qualificado. Apesar de ter uma ou outra posição meio carente, como é o caso agora. Mas a qualidade do grupo favoreceu bastante.
Quando você veio [ao São Paulo], já tinha ideia de como utilizar os jogadores?
Não, porque, quando cheguei, havia jogadores colocados de lado, como o Dagoberto. Então, conversei com ele, pela inteligência dele, e ele me deu uma resposta de imediato. Tinha vários atletas machucados para o jogo com o Vitória [triunfo por 2 a 0]. Então, formei a escalação dentro daquilo que tínhamos, em razão da necessidade de ganhar. O time respondeu, e eu, dentro da coerência, encaminhei a equipe.
Você vê esse esquema parecido com linha de três ofensiva, utilizada na Europa?
Nós jogamos com quatro atacantes, com dois por dentro e dois por fora.
Você sempre conversa com o jogadores para saber se eles podem executar a função?
Sempre converso. Nada desce goela baixo. Se não tem a característica para executar, não contrario.
Quando foi contratado, a diretoria lhe pediu algo?
A mim, não pediram nada. Sei daquilo que o São Paulo exige, que é um time "multicampeão". Essa é uma responsabilidade do treinador do São Paulo embutida em qualquer diálogo. Mas não tive cobrança nenhuma.
O São Paulo estava jogando abaixo do seu potencial?
Não gostaria de analisar porque interfere na área de quem me antecedeu.
Você acha que o seu elenco é similar ao do Corinthians?
Não quero fazer nenhum tipo de comparação. Mas meu elenco é excelente. Gostaria de que todos permanecessem. Fiz esse pedido ao presidente [Juvenal Juvêncio]. Não sentamos ainda para conversar, não tivemos a definição. Tenho uma ou outra posição carente ainda no time. Esse grupo vai render mesmo, no próximo ano. Com a sequência, temos condições de fazer uma bela equipe de futebol.
Você estava falando em encaixe do time. O Corinthians, por ter meio forte e contra-atacar, não é favorecido pelo estilo do São Paulo?
Não sei. Futebol, não digo que é exclusivamente contra-ataque, mas, se fizer uma estatística da competição Copa do Mundo, verá que a maioria dos gols é contra-ataque. Você encontra espaço aberto porque o time sai para o ataque e desguarnece ao natural. Mesmo sabedor disso, pela posição do São Paulo, você tem que tentar sair, tomar iniciativa, buscar resultado. Talvez propicie o jogo do Corinthians. A gente sabe.
Acaba tendo que dar a vantagem por ousar?
Sempre prefiro tentar impor no campo do jogo.
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