publicidade

A vez do São Paulo

A graça dos rivais, nestes dias, tem sido tirar onda com o São Paulo, única equipe importante do Estado a amargar jejum de títulos.

O Santos é tri paulista, o Corinthians enfim capturou a Libertadores, o Palmeiras se reconciliou com conquistas ao faturar a Copa do Brasil. E a Portuguesa, que falhou no Estadual e patina no Brasileiro, se escuda no fato de ter sido campeã da Série B em 2011. Não sobrou nada para a turma do Morumbi.

Uma verdade relativa essa história de abstinência de triunfos. O São Paulo posa de espectador nas últimas três temporadas, mas tem retrospecto brilhante nos anos 2000. Desde a alvorada do milênio pra cá, enriqueceu seu acervo com 3 Paulistas (2000, 2002, 2005), 3 Brasileiros (2006/07/08), o Rio-São Paulo de 2001, a Taça Libertadores e o Mundial de Clubes, ambos de 2005.

Retrospecto pra lá de animador, para fartar qualquer um. Mas o são-paulino, mal-acostumado a ver o time no topo, anda amuado, por dois motivos: por sentir falta do que festejar e por causa do destaque que os adversários conseguiram de uns tempos para cá. Não vou tirar a razão deles, pois torcedor é insaciável e insatisfeito por natureza. Quanto mais a equipe sobressai, tanto mais incomodam as fases de baixa.

Porém, elas são normais. Não há na história quem se mantenha constantemente no alto, muito menos no futebol, atualmente com dinâmica atroz. As oscilações têm de ser encaradas como rotineiras e até necessárias. Isso mesmo, necessárias. As crises existem para ensinar, têm função pedagógica. Os períodos de vacas magras servem para estimular a criatividade de dirigentes, de jogadores e técnicos. Viram desafios, motivam. Sacodem a poeira da estagnação.

O mal tricolor recente tem sido a soberba, especialmente após o tri brasileiro enfileirado. Nunca antes neste País um clube havia alcançado proeza semelhante na Série A. A trinca de ouros passou a certeza de imunidade àqueles que comandam o São Paulo, Deu-se importância excessiva ao bordão "É diferentxeeee!!", repetido à exaustão por seu presidente, e o clube empacou. O que poderia ser um mantra virou folclore.

A autossuficiência levou a uma série de equívocos, o mais gritante deles a defenestração de Muricy Ramalho, o técnico do tri. Havia resistência ao trabalho dele, no Morumbi, aliada à convicção de que sua participação no sucesso estava supervalorizada. Ou seja, a permanência era supérflua. Erro de avaliação, que resultou na contratação e dispensa de vários professores dali em diante. Todos tiveram de conviver com sombra pesada do ranzinza e eficiente "ex".

Parece que enfim chegou o momento da guinada. Ney Franco desembarca no São Paulo cercado de rara boa vontade generalizada. Talvez pelo perfil light, pelas maneiras polidas e pelos resultados também que obteve. Há consenso de que se deve apostar alto em seus métodos - e dar-lhe crédito, na forma de tempo. É provável que sofra menos pressão para apresentar balanço positivo do que tiveram Carpegiani, Adilson, Leão.

Ney estreia contra um Palmeiras reanimado, embora estafado, pela final da Copa do Brasil. Um jogo em que, na teoria, sua equipe é favorita. Por isso mesmo, um clássico de risco. O São Paulo deste domingo será muito parecido, na forma, com aquele de Leão, exceto pela ausência de Lucas e pela estreia de Rafael Tolói. O novo treinador garante, no entanto, que haverá mudanças na prática. A conferir. Certo que o São Paulo tem elenco suficientemente bom para brigar pelo título. É a hora dele.

VEJA TAMBÉM
- São Paulo vence Águia de Marabá e se aproxima das oitavas na Copa do Brasil.
- Veja a provável escalação do Tricolor para o jogo de hoje
- Veja como assistir Águia de Marabá vs São Paulo ao vivo


Receba em primeira mão as notícias do Tricolor, entre no nosso canal do Whatsapp


Avalie esta notícia: 4 2

Comentários (1)

Enviar Comentário

Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado e logado no nosso site. Para se cadastrar, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui.