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Adaptado a Madri, Miranda espera por oportunidade com Mano Menezes


Peça importante no tricampeonato brasileiro conquistado pelo São Paulo entre 2006 e 2008, o zagueiro Miranda agora busca o mesmo sucesso na Espanha. Defensor do Atlético de Madri, o jogador viu a equipe iniciar mal a temporada passada, mas recuperar-se com a chegada do técnico Diego Simeone, coroada com a conquista da Liga Europa sobre o Athletic de Bilbao, de Marcelo Bielsa.

Aos 27 anos, e passando férias no Brasil, Miranda contou em entrevista para a reportagem da GazetaEsportiva.net que não teve dificuldades para se adaptar à capital espanhola. Diante do bom futebol apresentando no Velho Continente e, após enfrentar jogadores como Messi e Cristiano Ronaldo, ele aguarda por uma nova oportunidade na Seleção Brasileira.

Embora campeão da Copa das Confederações, em 2009, com o Brasil, o jogador ficou fora da lista do então treinador Dunga para a disputa do Mundial em 2010. Desde a chegada de Mano Menezes, o defensor não voltou a aparecer no time brasileiro - e diz não saber o porquê. Ainda assim, o jogador, que falou sobre uma possível volta ao Tricolor no futuro, espera que, com o destaque que os Colchoneros obtiveram na temporada 2011/2012, seja relembrado na equipe nacional.

Veja a entrevista exclusiva com o zagueiro à reportagem da GE.net:

GE.Net: Você está durante as férias treinando em Paranavaí (PR). Por que faz isso? É para não perder espaço e voltar bem na pré-temporada?
Miranda: Na verdade, eu já estava há alguns dias parado por causa das férias e ainda tivemos alguns amistosos, em que praticamente não treinamos. E a gente vai realizar uma pré-temporada muito forte, já passaram isso para nós. Eles deram uma programação para as férias, para seguirmos. Não estou levando à risca, mas comecei a treinar um pouco. Meu amigo tem uma academia e me convidou.

GE.Net: Após uma temporada, qual o balanço que você faz do que ocorreu no Atlético de Madri? Adaptou-se bem à cidade e ao clube?
Miranda: Foi muito bom. Meu primeiro ano, e ainda consegui sair com o título, considero excelente. O Atlético é uma grande equipe, e jogar em um país que conta com Real Madrid e Barcelona acaba sendo complicado. Por isso que a conquista foi algo muito bom.

GE.Net: Em 2005, você deixou o Coritiba e foi para o Sochaux, da França. Em comparação à sua passagem pelo futebol francês, foi mais fácil na Espanha? Por quê?
Miranda: Foi diferente. Eu era muito novo (nota da redação: o zagueiro tinha 21 anos quando foi para a Europa a primeira vez) e desta vez saí do São Paulo já com mais experiência, passagem pela Seleção Brasileira. Antes, fui tratado como uma promessa, mas no Atlético cheguei com o status de jogador para resolver o problema defensivo da equipe e fui tratado desta forma. A experiência ajudou, assim como o estilo de jogo do futebol espanhol, que colaborou para o meu crescimento.

GE.Net: Apesar dos investimentos feitos, como a sua chegada, de Diego, Falcao García, o Atlético não se encontrou no início da temporada passada, o que forçou a saída de Gregorio Manzano. Qual a importância do Simeone para a melhora da equipe?
Miranda: Nós tínhamos um bom elenco, mas não conseguimos montar um bom time com o Manzano. O Simeone conseguiu dar uma nova cara para nossa equipe, subimos de produção, melhoramos no campeonato. Nossa equipe estava brigando por praticamente nada e chegou no final do Espanhol lutando por uma vaga na Liga dos Campeões da Europa. Mesmo com a mudança de estilo, característica, a equipe se adaptou com o Simeone e deu certo.

GE.Net: O que mudou com o Simeone como treinador?
Miranda: Formamos uma equipe mais compacta, defensivamente muito forte. Quando passamos a nos preocupar mais com a defesa, a equipe passou a jogar melhor.



GE.Net: O que foi decisivo para que o Atlético conquistasse a Liga Europa?
Miranda: Esta mudança de estilo. Antes, tocávamos bastante a bola, e com o Simeone o estilo mudou um pouquinho. Focamos defensivamente e isso foi crucial no final.

GE.Net: Por que acha que, mesmo com o sucesso da equipe, a ‘sensação’ do torneio era o Athletic Bilbao?
Miranda: Foi pelo o que o Bilbao estava apresentando na Liga Europa. Eliminou vários times grandes e estavam jogando muito bem. Contra nós eles entraram achando que seriam campeões, mas, enquanto eles entraram para jogar, nós fomos para ganhar. Foi o que aconteceu.

GE.Net: Esta badalação acabou atrapalhando o Bilbao?
Miranda: Acho que sim, atrapalhou. O Athletic Bilbao é uma equipe muito jovem. Nosso elenco, por outro lado, é muito experiente. Isso foi um fator decisivo na final, e o ponto mais positivo naquela decisão.

GE.Net: Qual a importância do título? Qual a reação dos torcedores?
Miranda: A nossa torcida comemorou muito, para mim foi muito importante, porque era meu primeiro ano no clube, ajudou para que os torcedores me recebessem muito bem. Conseguimos dar a volta por cima, estivemos em uma situação complicada no começo do ano, com todo o investimento feito. O título serviu para coroar este investimento, as contratações que fizeram. Chegamos para ficar entre os quatro melhores no Espanhol. Precisávamos de uma conquista para celebrar todo esse esforço.

GE.Net: Embora campeão da Liga Europa, o Atlético não conseguiu chegar a uma vaga na Liga dos Campeões da Europa. O que faltou?
Miranda: Nosso início de campeonato atrapalhou. Deveríamos ter tido um início melhor. Fomos mal no começo e isso pesou mais na frente. Fizemos um grande segundo turno, brigamos, mas o início foi crucial e pagamos na reta final (nota da redação: o Atlético de Madri terminou o Espanhol em quinto lugar, com 58 pontos, dois menos que o Málaga, que foi para a fase preliminar da Champions).

GE.Net: Com a conquista da Liga Europa, torna-se uma obrigação ir para a Champions na próxima temporada?
Miranda: Com certeza. Temos que terminar entre os quatro primeiros por tudo que já foi feito e seremos cobrados por isso. Sofremos uma cobrança na virada de turno, pela campanha que estávamos fazendo, mas depois a torcida passou a nos apoiar muito e por isso conseguimos recuperar.



GE.Net: Como é a rivalidade com o Real Madrid?
Miranda: A rivalidade é muito grande. São dois times em uma cidade grande, mas o Real tem mais investimento, mais força para conseguir contratações. É uma equipe, hoje, um pouco maior do que o Atlético.

GE.Net: Há semelhança com as rivalidades que você viveu com o São Paulo e as outras equipes paulistas?
Miranda: É diferente. A rivalidade lá é grande, mas não como as de São Paulo e Corinthians, ou São Paulo e Palmeiras. O fato de o Atlético estar há muito tempo sem ganhar tira um pouco o brilho dessa disputa entre os dois times.

GE.Net: Como é ter que marcar jogadores do estilo de Messi e Cristiano Ronaldo? Qual você considera o melhor?
Miranda: É uma experiência muito boa. São jogadores diferentes, completos, e com certeza foi bom. Serve de aprendizado. Estar entre os melhores acaba nos fazendo crescer. Acho que os dois são os melhores do mundo, mas o Messi leva uma pequena vantagem, até porque a equipe do Barcelona é ainda melhor do que a do Real Madrid.

GE.Net: O Neymar está no mesmo patamar destes jogadores?
Miranda: Todos são diferentes, o Neymar é um grande jogador, mas os dois ainda estão em um nível muito acima dele.

GE.Net: Muito se fala do futuro do Neymar. O Real Madrid e o Barcelona aparecem como os grandes interessados por ele na Europa. A Espanha é realmente o melhor lugar para ele atuar?
Miranda: Sim. O estilo do Neymar casa bem com o Campeonato Espanhol. A liga é muito forte, realmente boa. O futebol dele pode crescer ainda mais se ele for jogar na Espanha.

GE.Net: Se o Real tem o Cristiano Ronaldo e o Barcelona tem o Messi, o Atlético de Madri conta com o Falcao García no elenco. Qual a importância de contar com o artilheiro das duas últimas Liga Europa?
Miranda: Ele é diferente. É um jogador que praticamente decidiu para o nosso time em todos os jogos importantes. Ter um jogador desses faz com que você corra mais por eles, porque a qualquer momento ele pode fazer um gol para seu time. Considero que, junto do Diego, facilitou muito a nossa vida na Liga Europa, especialmente quando nosso time precisou.

GE.Net: Apesar da importância do Diego, ele não é nome garantido para a próxima temporada. Há boas chances de que ele volte para o Wolfsburg, da Alemanha. Quão importante seria mantê-lo no elenco?
Miranda: Não conversei com ele sobre isso, com certeza o Atlético vai fazer o possível para que ele permaneça no time. Mas sei que é difícil, porque o investimento é muito grande, não sei se temos esse poder para contratar ele. Ainda assim espero que ele continue, pois é um grande jogador, excelente profissional e uma boa pessoa.

GE.Net: Desde os tempos de São Paulo, você é considerado um zagueiro que sabe desarmar bem e tem velocidade para sair jogando. Mesmo assim, não teve muitas chances na Seleção com Mano Menezes. Por que você acha que isto aconteceu?
Miranda: Não sei. A Seleção é uma coisa diferente, à parte. Não sei por que não tive oportunidades, estou fazendo um grande trabalho no Atlético, mas acho que defesa é confiança, é opção. Vou aguardar minha oportunidade. Pelo futebol que estou apresentando, mais cedo ou mais tarde serei convocado.

GE.Net: Considera que falta um pouco mais de atenção do técnico Mano Menezes aos seus feitos na Europa?
Miranda: Acho que tenho espaço na equipe, mas o Mano está fazendo o trabalho dele, respeito as opções que ele vem fazendo, tem chamados outros grandes zagueiros. Vou aguardar, não é o momento para fazer críticas.

GE.Net: Qual sua opinião sobre os preparativos para as Olimpíadas? A defesa para a competição deverá ser feita com Thiago Silva e jogadores fora da categoria sub-23. Considera que há um problema na atual safra de zagueiros?
Miranda: São jogadores jovens, com muita qualidade. A experiência se ganha jogando. Eles estão fazendo um grande trabalho na Seleção e espero que possam render ainda mais e conquistem este título das Olimpíadas que está faltando.



GE.Net: Sobre o São Paulo, quando você estava no clube e ajudou na conquista do tri Brasileiro, o time era conhecido por sua força na defesa. Agora, não há uma confiança no setor – Paulo Miranda chegou a ser afastado pela diretoria. Você acha aquela equipe que dominou no Nacional deixou o são-paulino ‘mal acostumado’?
Miranda: Eu acho que deixou mal acostumado e saíram praticamente todos os jogadores da defesa na mesma época. Tem que ter tempo para conseguir os substitutos à altura, saíram praticamente quatro ou cinco jogadores que estavam muito bem.

GE.Net: Como você classifica as atuais opções que o time tem para montar a defesa?
Miranda: São grandes jogadores, que vieram com muita vontade de vencer. Trabalhei com Rhodolfo, é um excelente zagueiro e em breve eles vão conseguir montar o mesmo sistema defensivo forte das últimas temporadas. Eles têm qualidade para que isto aconteça.

GE.Net: Embora tenha contrato longo, você chegou a ser especulado no Inter, no começo deste ano. Houve realmente sondagens de brasileiros?
Miranda: Houve sondagens, mas a minha preocupação e objetivo é permanecer no Atlético de Madri. Penso em permanecer por mais cinco temporadas na Europa. Tenho mais dois anos de contrato e estou feliz no clube.

GE.Net: Houve sondagens de clubes rivais do São Paulo?
Miranda: Não gosto de falar muito sobre isso, porque nestes clubes também existem bons zagueiros, mas tiveram coisas que não deram certo. Fiz um trabalho muito bom no São Paulo, acabei me tornando um grande zagueiro e por isso vários clubes tentaram a minha contratação. Quem sabe no futuro.

GE.Net: Você ficou muito identificado com a torcida do São Paulo. Tem desejo de voltar e até encerrar a carreira no clube?
Miranda: Eu tenho desejo de um dia retornar. Meu sucesso no São Paulo foi graças ao apoio da torcida e espero um dia retornar e ter o mesmo sucesso que tive na primeira passagem.

GE.Net: Dá para dizer que só voltaria ao Brasil se for para o São Paulo?
Miranda: O São Paulo seria minha primeira opção, mas aí vai do clube. Tem várias situações, mas primeiro eu pensaria no São Paulo.

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