Embora considere o rótulo “paz e amor” um exagero, Emerson Leão admite estar mais calmo nesta nova passagem pelo São Paulo. Só a violação de seu trabalho esvazia o “tanque de paciência” do treinador. E para manter-se blindado, o ex-goleiro cita seu aproveitamento de 72,6% na temporada.

“Estou consciente do meu bom nível de aproveitamento junto com os atletas. Ter isso em um país como o nosso, que é o país do futebol, responde a qualquer pergunta. Para mim, isso é o que basta”, argumentou o treinador, que neste ano igualou o recorde de vitórias seguidas (11) da história do clube.



Os resultados têm mantido o técnico mesmo com suas divergências com a diretoria. Leão, porém, estabelece um limite para sua paciência. “Não tenho limite para o meu tanque (de paciência) desde que não me incomodem nem violem o meu trabalho. Procuro me manter como um bom profissional sempre”, disse.

O comandante não considera o afastamento de Paulo Miranda imposto pela diretoria como uma interferência, comparando o caso a de um jogador em negociação. O que mais influenciou sua aceitação no caso foi o que ouviu ao ser contratado em outubro: sua função seria apenas treinar os atletas que os dirigentes lhe colocassem à disposição.

“Sou prático. Sou eu que trabalho no gramado e sei disso desde o meu primeiro dia. Então não tenho preocupação. A coisa mais importante é seguir trabalhando, dar ao torcedor felicidade e aos jogadores, liberdade de ação com vontade presente”, discursou Leão.

Neste ponto de vista, seu desempenho é positivo, como mostra o aproveitamento de 72,6% no ano. Mesmo assim, o técnico sabe que sua indisposição com os dirigentes pode custar seu emprego. “Surpresas positivas e negativas acontecem. Não sou eu que tenho que achar o que é justo. Tenho que apresentar trabalho, e meus índices ajudam”, insistiu.