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Cotas de televisão dominam receita dos clubes brasileiros


O Campeonato Brasileiro 2012 começa sábado e, a três dias de a bola rolar, a empresa BDO Brazil divulgou um estudo baseado no balanço financeiro de 20 clubes do país em 2011. A pesquisa levantou receita, déficit e principais fontes de renda de cada clube. Nem todos, no entanto, estarão no Brasileiro. Quatro times da elite - Sport, Náutico, Bahia e Atlético-GO - não então na lista.

De acordo com o balanço, o Santos é um dos times que mais chamam a atenção. No embalo de Neymar, o clube cresceu 62% de 2010 para 2011, pulou para o quarto lugar na lista e ultrapassou Flamengo e Palmeiras. Mas o clube que segue como o que mais arrecada ainda é o Corinthians. São Paulo e Internacional se mantêm logo atrás.

O estudo também aponta que as cotas de TV ainda são a maior fonte de renda. De 2007 a 2011, por exemplo, a porcentagem na receita dos clubes passou de 22% para 36%. Na sequência vêm os patrocínios e a publicidade, que hoje também situam-se na faixa de 36%. Outras receitas, no entanto, acabaram caindo. É o caso das bilheterias. Com os principais estádios fechados para obras, elas são apenas 8% dos rendimentos. As transferências com participação dos clubes também diminuíram.

A pesquisa, no entanto, também apresentou o déficit e o endividamento dos principais clubes brasileiros em 2011. As dívidas, por exemplo, tiveram um aumento de 19%. No total, apenas seis dos 20 clubes não tiveram déficit. O Santos teve R$ 7.393,00 de superávit, o que confirma o bom momento do clube.

"Há dois anos o Santos cresce mais de 60%. É o melhor exemplo do Brasil hoje em dia. Antes, eles faturavam muito pouco, cerca de R$ 50, 60 milhões por ano. Hoje, com um crescimento astronômico, o clube já fatura quase R$ 200 milhões. E isso deve-se totalmente à gestão do clube, que tem uma torcida pequena. A decisão de não vender o Neymar foi muito acertada. Afinal, ele foi fundamental nesse processo", explicou Amir Somoggi, diretor da BDO Brazil.

"Outro que também tem uma gestão muito boa no Brasil é o Atlético-PR, só que acabou sendo rebaixado e não entrou na lista porque o clube não divulgou o balanço. Fora do Brasil, vejo o Arsenal muito bem, mas não se alavanca tanto".



"Aqui os clubes costumam gastar demais com o futebol e não o exploram comercialmente. Se o Flamengo tivesse a gestão de um Santos, por exemplo, seria imbatível. Com o potencial, a mídia e a torcida que tem, ninguém iria segurar".

"Acho que os clubes deveriam aproveitar esse bom momento de conclusão de receitas para instituir um modelo de gestão mais equilibrado. Se em 2012 os times aumentassem em 10% suas receitas ? um número perfeitamente normal ? e reduzissem em 5% o custo com o futebol, automaticamente fechariam o ano sem déficit algum", completou.

Entre todos os 20 clubes que entraram na lista, o Botafogo é, disparado, o com maior déficit. O clube carioca fechou o ano com saldo negativo de R$ 166.614 milhões. A diferença para o que vem logo acima é de R$ 130.471. O número astronômico, no entanto, é explicado por Amir Somoggi.

"Esse déficit grande registra a despesa de tributos que não estavam em dia com a Timemania. É uma atualização monetária de dívidas com o governo federal e todos os clubes do país já passaram por isso".

Assim, de acordo com o diretor da BDO Brazil, o déficit do Botafogo seria de R$ 18 milhões, e o clube sairia da última para a 14 posição. A pesquisa também apontou que o clube teve uma receita de R$ 59.544 em 2011. Mesmo assim, ficou atrás de todos do eixo Rio, São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul, além do Coritiba.

Uma estatística chamou a atenção na pesquisa. Segundo a BDO Brazil, as dívidas dos clubes brasileiros têm sido cada vez menos provenientes de incentivos fiscais a serem parcelados, por exemplo, pela Timemania.

Ainda de acordo com o estudo, o crescimento nos últimos três anos deste tipo de dívida foi de 82%. Para Somoggi, os indícios são muito preocupantes, principalmente porque os débitos deixam de ser com o estado e ficam, em geral, com empresas.

"Isso é algo terrível. Não é mais a Timemania que vai resolver. Os clubes têm que parar de gastar mais do que arrecadam, antecipando dinheiro de TV, do banco e do patrocinador. Estão gastando mais do que podem".

O relatório também apontou um grande crescimento de dois clubes em particular: Figueirense e Coritiba. Ambos subiram da Série B à primeira divisão do futebol brasileiro em 2010 e, por causa disso, tiveram suas receitas quase dobradas no ano seguinte. No total, o clube catarinense teve aumento de 141%. Já os paranaenses cresceram em 117% no mesmo período.

O diretor da BDO Brazil, Amir Somoggi, relaciona totalmente o crescimento das receitas do clubes do Paraná e de Santa Catarina com a volta à elite do Campeonato Brasileiro no ano passado. "Foi por causa disso, claro. A receita de TV aumenta muito o faturamento e tanto Coritiba quanto Figueirense foram beneficiados com a ascensão à Série A".

Apesar de concordar com Somoggi, o presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, também destaca outros pontos, e se nega a fazer algum prognóstico para os próximos anos. "O nível de renovação de contratos de patrocínio, a cota de TV e o aumento da receita de sócios foram fundamentais. Não dá para prever se vai seguir assim".

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