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Leão já rugiu mais alto


Os dirigentes do São Paulo sempre se autoproclamaram diferentes, de vanguarda. Em alguns momentos, num passado não muito distante, de fato demonstraram mais organização e visão que seus pares. Mas atitudes recentes mostram que o modo de agir é igual ou, em muitos casos, muito pior que o dos rivais. O caso envolvendo o zagueiro Paulo Miranda é exemplar.

Antes de mais nada, deixo claro que não sou a favor do poder absoluto normalmente atribuído aos técnicos brasileiros. Acredito que eles devem ser cobrados, convesar com os diretores e, em determinadas situações, aceitar ingerências sim no trabalho, nas contratações, no planejamento. O grande problema é que 90% dos que ocupam cargos de direção não entendem muito mais de futebol e de relacionamento humano do que eu, você ou quem quer que seja. Quase ninguém se preparou para isso. Acabam movidos pela paixão e só por ela — além daquela dose de autoritarismo dos que consideram acima do bem e do mal.



E neste episódio o presidente do São Paulo colocou tudo isso para fora ao mesmo tempo, apoiado pela diretoria. Com o time concentrado e com o técnico Émerson Leão decidido pela permenência de Paulo Miranda na equipe (mesmo depois das falhas contra o Santos), chegou a determinação de que o jogador deveria voltar para casa e que estava afastado até segunda ordem. Em outras palavras, jogaram toda a culpa da derrota na semifinal do Paulistão nas costas de um único personagem. (O objetivo aqui nem é discutir se Paulo Miranda jogou bem ou mal, nem mesmo se tem condições de ser titular ou jogar no São Paulo).

Depois da derrota para a Pontre Preta, Leão deixou explícito seu descontentamento, mas tentou ser diplomático — em outros tempos, provavelmente nem teria trabalhado em Campinas. Mas quem ficou mais de um ano sem despertar interesse de nenhum clube importante sabe que ter sucesso no São Paulo é, provavelmente, sua última chance de voltar e permanecer na elite dos “professores”. Preferiu engolir seco.

Além de transferir responsabilidade, a diretoria do São Paulo desvaloriza o próprio patrimônio, diminui publicamente seu técnico e, talvez o mais grave, causa nos demais atletas uma instabilidade desnecessária num momento em que o grupo ainda está vivo na disputa mais importante do primeiro semestre, a Copa do Brasil.

Mas, cá entre nós, é muito mais fácil apontar o dedo para Paulo Miranda do que assumir a própria incompetência.

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