Emerson Leão teve como uma de suas primeiras metas quando chegou ao São Paulo, em outubro, recuperar o futebol de Casemiro e usou sua tradicional estratégia de provocar um comandado para motivá-lo. Com sucesso, já que o volante vive boa fase novamente a ponto de considerar o técnico um grande amigo.

“O Leão é sensacional, um amigo meu fora de campo. Temos um diálogo muito importante que fortalece a todos”, disse o meio-campista, rindo ao falar do estilo do chefe. “Ele gosta de dar uma cutucada porque todo jogador precisa disso para não se deslumbrar”, falou, citando exatamente o seu problema em 2011.

Leão não tem aliviado para o jogador, que já iniciou a temporada sem a camisa 8, sendo forçado a usar a 28, teoricamente de reserva. Casemiro, contudo, ganhou a posição no meio-campo, dando até carrinho e se destacando com lançamentos precisos – já foram cinco assistências nesta temporada. Mas o treinador, que já se recusou a chamá-lo de titular, minimiza publicamente a evolução do jogador.

“Foram cinco assistências positivas e 27 sustos. Então, ele está me devendo 22 [assistências]”, falou Leão, abrindo um sorriso. “É necessário entender e cobrar o Casemiro aos poucos, identificar os erros dele. Ele insiste em lançamentos, enfiadas de bola, e erra mais do que acerta, mas pelo menos tem a vontade de tentar”, completou.

Djalma Vassão/Gazeta Press

Volante já deu cinco assistências neste ano, mas Leão diz que ele ainda deve 22 por conta de seus sustos

A tática de Leão é observar o atleta de 20 anos de perto, a ponto de se informar até sobre suas saídas noturnas e indagá-lo sobre elas em conversas no CT da Barra Funda. Mas Casemiro tem se esforçado até fora de campo para mostrar um perfil diferente do que o fez ser considerado “mascarado”.

Recentemente, ele chegou a posar lendo um livro para foto no site oficial do clube, arrancando risos manifestados no Twitter até por Bruno Uvini, companheiro dele nas categorias de base da Seleção Brasileira e, há até poucas semanas, no São Paulo – está emprestado ao Tottenham, da Inglaterra.

O volante, contudo, garante ter mudado. “Fiquei mais maduro. Do ano passado para cá, adquiri experiência com o decorrer do tempo. E o pessoal vem falando, o Leão me orientando, o presidente me elogiando... A autoestima até aumenta”, apontou.

Em campo, a meta é continuar aparecendo positivamente com seus passes precisos. “Fico um pouco mais longe, mas venho trabalhando para isso acontecer. É mérito do treinamento. Consegui este rótulo de garçom e não vou parar. Continuarei trabalhando firme para continuar servindo os companheiros”, prometeu.