Era uma noite de quarta-feira, estádio Mangueirão, em Belém. Quarenta mil torcedores empurravam o Brasil para cima da Argentina na decisão da Copa Rocca do ano passado. Até que, aos oito minutos do segundo tempo, Lucas avançou pela direita, invadiu a área na velocidade e, na saída de Orion, marcou seu primeiro gol com a camisa da Seleção Brasileira. A cena ainda é tão viva na cabeça do camisa 7 do São Paulo que ele ataca de narrador e, com detalhes, relembra seu feito.

- Lá vem o Brasil, Jefferson toca para Cortez, que sai pela esquerda fazendo grande jogada. Ele toca para Borges, que faz o pivô para Danilo e lança Lucas na direita. Sozinho, o garoto avança. Lá vai Lucas, saiu o goleiro, ele bateu, é gooollll do Brasil. Lucas, o garoto, faz Brasil 1, Argentina 0.


De bem com a vida, o garoto volta ao palco do importante gol disposto a ajudar na arrancada inicial do São Paulo rumo ao título inédito da Copa do Brasil e a vaga na Libertadores de 2013.

- Aquele gol jamais vai sair da minha cabeça. Você atuar como titular da Seleção contra a Argentina e ainda marcar, é algo para guardar com muito carinho. Volto ao Mangueirão pronto para fazer a minha parte pelo São Paulo, que vai com tudo em busca do título. A Copa do Brasil é o caminho mais curto para a Libertadores e não podemos deixar essa chance passar.


Jogador mais cobiçado do elenco tricolor, Lucas é alvo de vários times da Europa. Ele sabe que, provavelmente, 2013 será a sua última chance de disputar o principal torneio das Américas pelo Tricolor. Com o vexame de 2011 diante do Avaí servindo de aprendizado, ele não admite passar mais um ano em branco.

- O que aconteceu na Copa do Brasil serviu de lição. No futebol, você não pode achar que ganhou o jogo antes de entrar em campo. Cometemos esse erro contra o Avaí. Quero jogar a Libertadores, quero conquistar títulos. O São Paulo é uma equipe acostumada a ganhar e justo na minha geração, isso foi interrompido. Farei de tudo para sentir essa emoção em 2012.