Cerca de uma hora antes do início do clássico entre Corinthians e São Paulo, o cambismo reinava soberano nos arredores do Pacaembu. Com ajuda de uma determinação da Federação Paulista de Futebol, em conjunto com a Polícia Militar, os cambistas abasteciam os torcedores que não compraram ingresso antecipadamente.

Sob argumento de "aumentar a segurança", as bilheterias do estádio foram fechadas ao meio-dia. Com isso, quem veio para acompanhar o Majestoso se viu obrigado a recorrer ao poder paralelo, que não esconde a alegria:

- Só da nóis (sic) aqui. Ou é com a gente ou com ninguém - afirmou um dos cambistas ouvidos pela reportagem do LANCENET!, que não quis se identificar.

E eles estavam por toda parte. Era possível reconhecê-los nas entradas da numerada, da arquibancada, cadeira especial laranja e tobogã. Não se vê qualquer preocupação da Polícia Militar em limitar o acesso dos cambistas nos arredores do Pacaembu.

Sancionada em 15 de maio de 2003 pelo presidente Lula, a Lei 10.671/03, mais conhecida como Estatuto do Torcedor, determinou a implantação de melhorias contundentes no tratamento ao consumidor, obrigando clubes e entidades a promover o desenvolvimento do futebol brasileiro nas áreas de gestão, infraestrutura e segurança. Mesmo com a determinação de um agravamento da pena para cambistas, que agora podem pegar até seis anos de prisão, além de multa, nada mudou.