Lucas foi corintiano de 2003 a 2006
(Foto: Luiz Pires / VIPCOMM)

É inegável que o meia Lucas, do São Paulo, iniciou a temporada 2012 a todo vapor. Disposto a deixar de ser promessa para virar realidade, ele tem sido o jogador mais regular do time comandado por Emerson Leão e, inclusive, já marcou três gols nas primeiras seis partidas do time no ano - contra São Caetano, Oeste e Ponte Preta. No domingo, o jogador, de 19 anos, vai atrás de um objetivo importante, sobretudo para um são-paulino: vencer o Corinthians pela primeira vez como atleta profissional.
Desde que disputou sua primeira partida pela equipe principal, Lucas enfrentou o rival três vezes. Foram duas derrotas (0 a 3 e 0 a 2, ambas pelo Brasileiro de 2010) e um empate (0 a 0, no segundo turno do Brasileiro de 2011). Ele não atuou na vitória por 2 a 1, pelo Paulista do ano passado, pois estava com a Seleção Brasileira sub-20, disputando o Campeonato Sul-Americano. Também não esteve em campo na goleada por 5 a 0 que sua equipe sofreu no primeiro turno do último Brasileirão: cumpriu suspensão. E isso já causa certa cobrança do torcedor, que ver o jogador desequilibrar diante do maior rival.
Curiosamente, Lucas poderia estar do outro lado no clássico deste domingo, já que foi atleta do Corinthians entre 2003 e 2006. O jogador estudava pela manhã, treinava no Timão à tarde e jogava futebol de salão à noite. Durante muito tempo, o pai do atleta, Jorge, pediu que o clube de Parque São Jorge ajudasse seu filho, dando escola e um alojamento.

Cansado das promessas, ele esperou o final do contrato e aceitou a proposta do São Paulo. Lucas morou quatro anos no CT de Cotia e hoje é uma das estrelas do time de cima. A mudança de “casa” do jogador provocou acusações mútuas entre os dirigentes e eternos rivais Andrés Sanches, hoje ex-presidente do Corinthians, e Juvenal Juvêncio, atual mandatário do Tricolor.

Um dos responsáveis pelo crescimento de Lucas, o técnico Emerson Leão diz que uma das grandes virtudes do garoto é acreditar em seu próprio potencial.

- É um menino que procura o jogo. Prende a bola em demasia, mas confia no drible. Ele tem crédito. No jogo contra o Comercial, chutou sozinho mais que o restante do time inteiro. Isso mostra o quanto ele tenta. Mas é claro que eu tenho que ficar pegando no pé dele de vez em quando. É garoto e acha que não precisa descansar.

Na concentração, antes do jogo contra o Comercial, tive de falar para ele voltar para o quarto, já que ele não para quieto. Nas férias, como o Neymar, jogou bola o tempo todo. Mas é inegável que vive um ótimo momento - diz o treinador.

O garoto, por sua vez, não quer saber de polêmica. Para não perder o foco no clássico, Lucas não quis conversar com os jornalistas. Em rápido contato com a assessoria de imprensa, preferiu manter o silêncio para não falar sobre a troca de clube e sobre a expectativa do torcedor são-paulino para o final de semana.