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Ser educado pode fazer mal à saude

Caro Ricardo Gomes: será que vale a pena continuar colocando a sua saúde em risco nesse mundo cada vez mais sujo e cheio de sacanagem do futebol?

Ricardo é uma das figuras mais limpas e corretas do meio. Como jogador, fez uma brilhante carreira aqui e na Europa. Tem muito prestígio em Portugal pelo que jogou no Benfica ao lado de Mozer e Valdo, e na França por sua passagem pelo Paris Saint-Germain junto com Leonardo e Valdo.

O problema é que ele é muito educado para ser treinador. Isso não dá certo, porque a pessoa não extravasa e vai engolindo sapos e se estressando. No futebol é preciso dar porrada para sobreviver, no sentido de que faz mal não dar um murro na mesa de vez em quando.

Ano passado ele levou um susto quando dirigia o São Paulo, mas mesmo assim manteve seu comportamento. E agora veio um susto mais grave.

Eu jamais aceitaria ser treinador. O estresse e a pressão minam a saúde de qualquer um, e é muito difícil ter paz para trabalhar. Tem dirigente que fica azucrinando, a imprensa faz pressão, a torcida pega no pé, é preciso administrar os problemas de relacionamento dentro do elenco… É muita preocupação para pouca estabilidade.

Se eu fosse o Ricardo Gomes, deixaria de ser técnico e passaria a ser um conselheiro especial do presidente do clube. É o que faz o francês Bernard Lacombe no Lyon. Ele foi jogador de Copa do Mundo, treinador, manager… Mas só agora, como braço direito do presidente Jean Michel Aulas, tem uma vida tranquila.

Torço muito pela recuperação do Ricardo. E espero que a família e os amigos o convençam a parar de se aborrecer com as muitas agruras da profissão de treinador.

Ontem encontrei no Rio dois grandes amigos que não via há um bom tempo: o cantor Fágner, que adora futebol, e o Carlos Roberto, que jogou comigo no Botafogo.

Aliás, o Carlos Roberto é um exemplo de como os treinadores não são respeitados nos clubes. Ele foi campeão carioca pelo Fogão em 2006, mas pouco depois foi demitido e substituído pelo Cuca – que tinha sido acertado contrato com o clube antes mesmo de a diretoria dizer ao Carlos Roberto que ele estava fora.

No papo sobre futebol, que contou com outros amigos durante o almoço, o que mais ouvi foi a repetição do que vivo escrevendo aqui na coluna: o nível do futebol brasileiro está ruim, falta imaginação, criatividade, talento…

É bom saber que tenho companhia nas críticas que faço.


Colunista: Paulo C. Caju

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