Exatos 49 dias após deixar o Atlético-PR em último lugar no Brasileiro, com cinco derrotas e nenhuma vitória nas seis primeiras rodadas, Adilson Batista reencontrará o clube que diz ser o do seu coração às 18h30 (de Brasília) deste sábado. E só depende do seu time para provar a reviravolta na carreira: basta ao São Paulo vencer para ficar, ao menos até o fim da tarde de domingo, na liderança.

Com 31 pontos, em terceiro lugar, o Tricolor tem a chance de fazer a sua parte no Morumbi e obrigar Corinthians e Flamengo a não vencerem Ceará e Figueirense, respectivamente, para continuar dividindo o primeiro lugar. Se ambos tropeçarem, os são-paulinos retomarão o posto que ocuparam até a sexta rodada.

Atingir a ponta da tabela, algo inimaginável para Adilson há pouco mais de um mês, não seria especial para o chefe por ser diante do Furacão. "Tenho o maior carinho pelo clube, que me abriu as portas desse mundo maravilhoso do futebol. Sou muito grato a eles e respeito muito os atletas. Mas hoje estou no São Paulo e tenho que vencer o jogo em busca da liderança", discursou.

Seus números no time atual, porém, são bem superiores às cinco derrotas e um empate pelo Brasileiro com os curitibanos. À frente do Tricolor, Adilson, na liga nacional, alcançou três vitórias, uma igualdade e perdeu somente uma partida. O problema é atuar como mandante - com o técnico, a equipe só ganhou do Bahia, empatando com o Atlético-GO e perdendo do Vasco.

A maior preocupação do treinador, contudo, é arrumar a sua defesa, que já terá um protetor a menos com a suspensão do meio-campista Carlinhos Paraíba. O ex-zagueiro já não conta com Bruno Uvini, no Mundial sub-20, Xandão, Luiz Eduardo e Rodrigo Caio, todos machucados, e Rhodolfo é dúvida por conta de um edema na coxa esquerda.

O treinador, porém, ganhou um reforço na cabeça de área, já que Denilson conseguiu efeito suspensivo que o libera para atuar até improvisado como zagueiro, caso Rhodolfo seja vetado. Mas o mais provável é que o volante Zé Vitor seja o seu substituto na companhia de João Filipe, que fará seu primeiro jogo no Morumbi - Piris também pode atuar.

Na vaga de Carlinhos Paraíba, Cícero deve ser recuado para ocupar o meio-campo com Wellington e Rivaldo. Na frente, Lucas e Dagoberto, ausentes da derrota de quarta-feira para o Ceará pela Copa Sul-americana, voltam a formar o ataque titular.

Já o Furacão, mesmo em penúltimo lugar, tem conseguido apresentar um bom futebol nas últimas rodadas e vem se recuperando na competição. Porém, a tabela foi ingrata com o Rubro-negro, colocando em sequência partidas difíceis que impediram sua saída da zona de rebaixamento, mesmo com todos os esforços mostrados pelo grupo.



No meio de semana, o técnico Renato Gaúcho poupou o time titular do confronto pela Copa Sul-americana, diante do Flamengo. Ainda assim, desfalques é que não faltam para o comandante atleticano montar a equipe.

Os volantes Kleberson e Cleber Santana, titulares absolutos, cumprem suspensão automática. Os meias Branquinho e Paulo Baier, os atacantes Nieto e Rodriguinho e o volante Paulo Roberto, seguem vetados pelo departamento médico, enquanto o lateral direito Wagner Diniz não pode enfrentar o Tricolor por questões contratuais.

O treinador quebra a cabeça para formar a equipe e só vai divulgar a escalação momentos antes da partida. Ainda assim pondera, sabendo que não são muitas alternativas que tem no elenco para estudar. "Com um elenco reduzido, perder tantos jogadores no mesmo setor é complicado, mas não adianta lamentar", afirmou.