Considerado o dono da melhor defesa do Brasil nos últimos anos, o São Paulo vive uma grande crise no setor. Os desfalques são tantos que existe a chance de João Filipe e Piris formarem a dupla de zaga, neste sábado, contra o Atlético-PR.

Uma simples conta matemática mostra o tamanho da improvisação. Somado o tempo de trabalho de ambos no clube, o resultado é de apenas 22 dias. O camisa 21 foi contratado às pressas do Botafogo. Já o paraguaio veio para solucionar a carente lateral direita, mas está sendo obrigado a tapar o buraco aberto na defesa.

Lado a lado, eles disputaram todo o segundo tempo diante do Ceará, na última quarta-feira (derrota por 2 a 1, pela Sul-Americana). Para dificultar ainda mais o entrosamento, a dupla esbarra na língua diferente.

– Só o que atrapalha um pouco é o idioma mesmo. Ele ajuda bastante também, é guerreiro, corre bastante e me ajudou muito nesse jogo. Agora é ver o que será decidido para a gente conseguir essa vitória em casa – declarou João Filipe, durante o desembarque da delegação na tarde de quinta-feira.

Aos 12 anos, Piris morou alguns meses em São Paulo, quando jogava pelo Juventus, da Mooca, e aprendeu um pouco de português. O paraguaio já atuou como zagueiro, quando defendia o Cerro Porteño (PAR). E, apesar de ter apenas 1,74m de altura (só um centímetro maior do que Marlos, por exemplo), ele se destacou no jogo aéreo.

Para João Filipe de 1,90m, tamanho não é problema, mas ele vive situação curiosa. Titular nas últimas duas partidas, é o único defensor garantido para sábado, mas ainda não fez nenhum treino tático com o elenco. Apenas jogou.

Piris só não será o companheiro de João Filipe se Rhodolfo tiver condições de atuar. O camisa 4 pediu para ser substituído no intervalo do duelo em Fortaleza, já que estava sentindo dores na coxa esquerda. Na manhã desta sexta-feira, ele realizará um exame de imagem para saber se terá condições de enfrentar o ex-clube.

No desembarque, Rhodolfo caminhava normalmente no aeroporto e afirmou não sentir mais dores no local:

– Das outras vezes em que tive lesões, não aguentava nem andar. Mas agora estou tranquilo. Vou tratar para tentar jogar.



Confira um Bate-Bola com João Filipe:

Você já disputou duas partidas, mas ainda não fez treino tático algum com a equipe Isso não atrapalha dentro de campo?
É verdade, mas eu vinha treinando no Botafogo e estou bem fisicamente. O professor passou o que queria para mim. Acho que é isso, temos que trabalhar forte. O nosso grupo é muito bom e vamos brigar até o fim.

E o entrosamento?
Rhodolfo me ajudou bastante desde que cheguei. Ele me acolheu, me falou como é que ele gostava de jogar e eu também falei como eu gostava de jogar.

Depois de dois jogos fora, agora é no Morumbi. Já jogou lá?
Não cheguei a jogar ainda. Quando estava no Botafogo, fiquei na reserva.

Ansioso para o primeiro contato com a torcida do São Paulo?
Um pouco. A gente fica ansioso, mas nada que atrapalhe.




Confira um Bate-Bola com Iván Piris:

Como você avalia seu desempenho contra o Ceará, principalmente quando passou a ser zagueiro?
Acho que o resultado foi muito bom. Eu joguei bem, me senti muito cômodo durante a partida. Tinha que defender, ajudar atrás, e isso é o que eu faço melhor.

Como recebeu as instruções para integrar a zaga no jogo? Com 1,74m apenas, não teve dificuldades nas bolas por cima?
Fiquei tranquilo. No Paraguai já joguei algumas vezes por ali. Eu sou baixo, mas tenho um salto muito bom para tirar a bola da área, que é o importante. Sou rápido e isso ajuda também. Tirei algumas bolas. Tenho um salto bom e consigo me posicionar.

Se jogar com João Filipe na zaga, o idioma não atrapalha?
Não, não tem problema nenhum. Eu também falo português (morou no Brasil quando tinha 12 anos), então acredito que não teremos problemas com isso.