Rivaldo está com sede de bola pelo São Paulo (Foto: Ari Ferreira)

O São Paulo inicia a sua participação na Sul-Americana às 19h30 desta quarta-feira. Para o duelo com o Ceará, em Fortaleza (com transmissão em tempo real pelo LANCENET!), Adilson Batista conta com o retorno de Rivaldo, poupado da última partida para estar em boas condições físicas.
Aos 39 anos e perto da aposentadoria (tem contrato com o clube até dezembro, com possibilidade renovar por mais uma temporada), o camisa 10 tem a chance de conquistar um tipo de título que ainda não obteve em sua carreira. Campeão do Mundo pela Seleção Brasileira, vencedor da Champions League, além de títulos nacionais por todos os países onde passou, o craque ainda não conseguiu uma taça sul-americana por clubes.
Quando vestia a camisa do Palmeiras, ele disputou a Libertadores de 1995, mas foi eliminado pelo Grêmio nas quartas de final. Em rápida passagem pelo Cruzeiro em 2004, também não obteve sucesso.
Se a Sul-Americana não tem a mesma relevância da Libertadores, é o torneio mais tranquilo para o clube conseguir uma vaga em 2012 na competição que é o grande objetivo de todo são-paulino.
– É um campeonato mais fácil do que o Brasileiro, pois são dez jogos para ser campeão. Nossa equipe vai brigar pelos dois títulos, tenho certeza disso. Mas temos de ficar concentrados e não perder o nosso foco – analisou o meia.
Se o título for conquistado, não será a primeira vez que um grande jogador em fim de carreira festejará um torneio inédito pelo São Paulo. Em 1993, Toninho Cerezo viveu situação semelhante no clube (leia mais detalhes abaixo).
Antes pouco aproveitado, Rivaldo agora ostenta o posto de titular do Tricolor. Depois de disputar seis jogos seguidos, ficar ausente de apenas um já fez o pentacampeão sentir saudade da bola. Nesta quarta-feira, é dia de estrear bem para, no fim do ano, completar o extenso currículo!
Entrevista exclusiva com Toninho Cerezo, bicampeão do mundo (1992-93) e da Libertadores (93), pelo São Paulo
Como foi voltar ao Brasil e ser campeão já no fim de carreira?
Foi ótimo aquela passagem, fechou minha carreira bem. Vinha ganhando títulos na Itália, poderia ter ficado, mas a Sampdoria (ITA) me liberou. Então, liguei para o Telê Santana para pedir uma indicação e ele disse: “Vem para cá”. Fui e acabamos ganhando tudo.

Vê semelhanças com a situação do Rivaldo atualmente?
Eu me sentia bem, com condições de jogar ainda. Sempre me cuidei muito, fiz um trabalho muito bom na base e tinha condições. Nesse ponto, somos semelhantes, sim, porque ele sempre se cuidou, tem uma postura admirável.

Ele ainda tem condições?
Ele está saindo para o jogo, buscando, fazendo a garotada segurar a bola e, em toda bola lateral, ele aparece na área. O Rivaldo pode até não jogar bem, mas participa e isso é muito positivo para o grupo.

Como vê as críticas que ele tem sofrido por conta da idade?
A gente passa por cima. Não tem de ligar para isso. Também tive essa desconfiança, diziam que estava velho. Mas, se você jogar bem, vão te respeitar, você será o patrão.

O que diria ao Rivaldo?
Que ele está em um grande clube, e estou torcendo por ele como grande são-paulino que sou. Não precisa provar nada, é um fenômeno.