Cícero, autor de dois gols no último jogo, deve ganhar vaga ao lado de Rivaldo para estreia na Sul-americana

Quando terminou 2010 sem vaga na Libertadores pela primeira vez após sete anos, o São Paulo se motivou para esta temporada com a chance de se classificar para o principal torneio das Américas com um título inédito para o clube. Depois da frustração na Copa do Brasil, o time inicia às 19h30 (de Brasília) desta quarta-feira, contra o Ceará, em Fortaleza, a luta pelo antes desprezado troféu da Copa Sul-americana.
O Tricolor paulista nunca deu tanto valor à disputa como nesta edição. Pela primeira vez, estará na competição com a possibilidade de ir à Libertadores caso seja campeão. Por isso, Adilson Batista, em meio a desfalques, não pretende poupar ninguém e já se cogita até priorizar o torneio em fases mais avançadas.
Apesar de estar em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro, a dois pontos do líder Flamengo, o elenco admite ser mais fácil ganhar a Sul-americana do que, com um elenco carente de zagueiros e atacantes, se manter entre os primeiros colocados da liga nacional para se garantir na Libertadores de 2012. Por isso, o clube que já é tricampeão da Libertadores e vencedor da Conmebol busca outro título internacional.
O discurso, contudo, ainda é de dar tanto valor aos dez jogos que podem ser feitos na Sul-americana quanto aos 23 que restam no Brasileiro. "Vamos entrar na Sul-Americana com o intuito de ser campeão, assim como no Brasileiro", prometeu Adilson Batista, que parece transmitir a confiança ao desfalcado elenco.
"Temos time para ser campeão da Sul-americana, que é um caminho mais curto para estarmos na Libertadores de 2012, com menos jogos. Vai ser uma correria também no Campeonato Brasileiro e vamos ter que saber disputar as duas competições ao mesmo tempo", falou o zagueiro Rhodolfo.
A equipe, ainda convivendo com muitas ausências, terá que provar as palavras do defensor. Adilson optou por não inscrever Ilsinho, Zé Vitor, Dener, Willian José e Henrique. Dos 25 registrados para o torneio, oito não estão á disposição para enfrentar o Ceará: Xandão, Luiz Eduardo, Luis Fabiano e Rodrigo Caio, machucados, Lucas, que está na seleção brasileira, Casemiro e Bruno Uvini, que disputam o Mundial sub-20, e o goleiro Léo, que não foi relacionado para viajar ao Nordeste.
O veterano meia Rivaldo, contudo, retorna à equipe, assim como o lateral direito Piris, que estava suspenso na vitória sobre o Avaí, no domingo, pelo Brasileiro. Adilson só não anunciou quem substituirá Lucas. Cícero, autor dos dois gols da virada em Florianópolis, sai na frente em disputa com Marlos e Fernandinho.
Escolha à parte, a confiança é de que é possível superar a melhor campanha são-paulina no torneio, em 2003, quando foi eliminado pelo River Plate nas semifinais, nos pênaltis. Já o Ceará tenta estrear na competição já como surpresa. Irregular no Brasileirão, o time de Vagner Mancini acredita que pode surpreender em uma disputa eliminatória, como fez na Copa do Brasil - superou o favorito Flamengo e chegou às semifinais.
Para encarar o São Paulo, o Vovô não contará com o goleiro Fernando Henrique, o lateral esquerdo Vicente e o volante João Marcos, contundidos, e o meia Thiago Humberto, afastado por problemas internos. A única dúvida de Mancini é se escala Felipe Azevedo, mais recuado em um trio de atacantes, ou o armador Enrico.
"O Felipe Azevedo ajuda mais a marcar, é mais forte. O Enrico é mais técnico e com qualidade para enfiar a bola. Vai depender de como o São Paulo vai se armar", comentou o volante Michel, que sente a equipe mais preparada para enfrentar o Tricolor do que na derrota por 2 a 0, em Fortaleza, há quase dois meses pelo Brasileiro. "Agora esperamos a vitória mesmo se jogarmos mal", concordou o zagueiro e capitão Fabrício.
FICHA TÉCNICA
CEARÁ X SÃO PAULO
Local: estádio Presidente Getúlio Dornelles Vargas, em Fortaleza (CE)
Data: 10 de agosto de 2011, quarta-feira
Horário: 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Sandro Meira Ricci (Fifa-DF)
Assistentes: Dibert Pedrosa Moises e Rodrigo Pereira Jóia (ambos Fifa-RJ)
CEARÁ: Diego; Boiadeiro, Fabrício, Diego Sacoman e Egídio; Heleno, Michel, Rudnei e Felipe Azevedo (Enrico); Osvaldo e Roger
Técnico: Vagner Mancini
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Piris, João Filipe, Rhodolfo e Juan; Denilson, Carlinhos Paraíba, Wellington e Rivaldo; Cícero (Marlos ou Fernandinho) e Dagoberto
Técnico: Adilson Batista