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Longe de ser unanimidade, Carpegiani penou com baixas e falta de critério

Treinador teve problemas com vários atletas do elenco, sofreu com desfalques em momentos decisivos e mostrou erros infantis em alguns jogos


Paulo César Carpegiani foi contratado pelo São Paulo no dia 3 de outubro do ano passado para ocupar a vaga deixada por Sérgio Baresi. Dez anos após sua primeira passagem, ocorrida em 1999, ele deixou ótima impressão no início. O São Paulo precisava de uma combinação grande de resultados para se garantir na Taça Libertadores da América de 2011. E, adotando um esquema altamente ofensivo, com quatro homens de frente, o time deu uma arrancada que chegou até a deixar o seu torcedor cheio de esperança. Foram cinco vitórias (Vitória, Grêmio Prudente, Santos, Atlético-PR e Cruzeiro) e apenas uma derrota (Ceará) em seis partidas.


Paulo Cesar Carpegiani técnico do São Paulo na derrota para o Botafogo-SP (Foto: Ag Lance)



As coisas começaram a mudar de figura com a derrota para o Corinthians por 2 a 0, no estádio do Morumbi. De lá para a frente, o time alternou demais em campo e terminou o Campeonato Brasileiro na nona colocação. Com isso, após sete participações consecutivas na principal competição das Américas, o Tricolor voltaria a disputar a Copa do Brasil na temporada seguinte.

Apesar de não ter alcançado o seu objetivo, Carpegiani fez coisas importantes em poucos meses do seu trabalho. Recuperou Carlinhos Paraíba que, de “turista” no CT da Barra Funda, virou titular inquestionável no meio-campo. Deu nova vida a Fernandinho, que vinha sendo muito criticado pela torcida, e transformou o garoto Lucas de promessa em realidade.


Paulo Cesar Carpegiani observa Lucas no treino do São Paulo (Foto: Luiz Pires / VIPCOMM)

Veio a temporada 2011, e Carpegiani mostrou poder. Pediu a contratação do zagueiro Rhodolfo, do Atlético-PR, e foi atendido. Deu o seu aval para a chegada do lateral-esquerdo Juan, que ficou sem contrato com o Flamengo. Mas, quando Rogério Ceni viu a possibilidade de trazer Rivaldo para dar mais qualidade ao meio-campo, Carpegiani torceu o nariz. As coisas começariam a sair dos eixos, o que ficou provado pouco tempo depois.

Sem a necessidade de jogar com quatro atacantes, como em 2010, Carpegiani passou a escalar o time que considerou ideal. Com uma característica toda particular: a velocidade. Com isso, Rivaldo ficou sem espaço, assim como Cleber Santana, Rodrigo Souto e Fernandão, três dos atletas com salários mais altos dentro do clube. Junior Cesar, quando se recuperou de contusão, só foi utilizado na suspensão de Juan.

Para complicar ainda mais, o treinador entrou em rota de colisão com jogadores importantes. Primeiro, foi Dagoberto. Após uma discussão durante um jogo contra o Linense, o treinador foi a público e disse que, daquele jogo em diante, o jogador não era mais inegociável. Na ocasião, o camisa 25 foi multado em 10% do seu salário. Na sequência, o atrito foi com Alex Silva, que faltou a um treinamento. Junior Cesar se estranhou com o treinador durante uma atividade, tanto que pediu para ser negociado e foi embora para o Flamengo. (veja no vídeo ao lado a irritação de Carpegiani com Dagoberto)

A maior polêmica, no entanto, crescia a cada jogo da equipe na temporada. Rivaldo não se conformava de não ser utilizado. Carpegiani, por sua vez, deixava claro que o camisa 10 quebrava o ritmo de sua equipe e que só iria utilizá-lo em ocasiões especiais. A insatisfação dentro do grupo foi crescendo, a ponto de o treinador deixar de ser unanimidade.



Rivaldo e Carpegiani no treino do São Paulo (Foto: Ag. Estado)

De solução para o meio-campo do São Paulo, Rivaldo transformou-se em problema para Paulo César Carpegiani, que claramente achava que a lentidão do camisa 10 não se encaixava no time (Foto: Ag. Estado)

Dentro de campo, o Tricolor fez a sua obrigação, que era garantir vaga na semifinal do Campeonato Paulista. Na hora da decisão contra o Santos, no entanto, Carpegiani perdeu Lucas e Rhodolfo, machucados, e o time amargou uma derrota por 2 a 0. Sobrava então a Copa do Brasil, a grande prioridade do primeiro semestre. Uma inesperada derrota por 3 a 1 para o Avaí transformou o sonho da Libertadores em pesadelo. Na saída do gramado, Rivaldo, que não foi usado em Florianópolis, meteu a boca no treinador, que revidou na entrevista coletiva, questionando o caráter do camisa 10.

Carpegiani balançou, chegou a ter sua demissão confirmada pelo então vice-presidente de futebol, Carlos Augusto de Barros e Silva, mas na última hora o presidente Juvenal Juvêncio mudou de ideia e segurou o técnico. Pior: o comandante voltou atrás na polêmica com Rivaldo, pediu desculpas públicas, reconhecendo o seu erro e dizendo que o meia não havia falado nada de grave. Com isso, perdeu ainda mais força entre os jogadores. No entanto, tinha a defesa do principal nome do elenco: o goleiro e capitão Rogério Ceni.
carpegiani são paulo corinthians



(Foto: Mario ângelo / Agência Estado)Goleada para o Corinthians voltou a colocar o
técnico na fogueira (Foto: Agência Estado)

Veio então o Campeonato Brasileiro, e o comandante ganhou fôlego com o início arrasador. Nas cinco primeiras rodadas, o Tricolor teve 100% de aproveitamento. Porém, a situação começou a ser inverter no clássico contra o Corinthians. Com um time muito desfalcado, o São Paulo foi atropelado por 5 a 0 e as cornetas voltaram a soar. Elas ganharam ainda mais intensidade com o tropeço seguinte, diante do Botafogo, no Morumbi, por 2 a 0. E a situação se tornou insustentável após a terceira queda, desta vez contra o Flamengo, na última quarta-feira, por 1 a 0.

Falta de critérios durante as partidas também pesaram contra o técnico

Carpegiani também foi criticado por conselheiros influentes do Morumbi pela falta de critério dentro das partidas. Contra o Corinthians, por exemplo, após terminar o primeiro tempo com um homem a menos e empatando por 0 a 0, achou que poderia enfrentar o oponente de igual para igual. Ele chegou a ser aconselhado por membros da comissão técnica a reforçar a marcação com a entrada de mais um volante, mas pensou em surpreender o rival no contra-ataque. Resultado: com um buraco no meio-campo onde Carlinhos não estava mais, os volantes do Corinthians deitaram e rolaram. O São Paulo levou cinco gols em 45 minutos.

Em relação a Rivaldo, o técnico dizia que só poderia utilizar o camisa 10 quando tivesse Fernandinho em campo, já que o forte era o seu lançamento. Contra o Flamengo, por exemplo, botou Rivaldo e sacou exatamente Fernandinho. A postura tática do time também causava irritação. Nas primeiras vitórias fora de casa, o treinador povoou o meio-campo com quatro volantes. No Engenhão, abriu o time que, mesmo com uma formação ofensiva, deu apenas um chute no gol de Felipe na etapa complementar.

O fim do trabalho de Carpegiani no São Paulo foi anunciado com uma nota no site oficial do clube. Uma despedida seca para o treinador, após nove meses de altos e baixos. E pouco apoio.

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