Paulo César Carpegiani tinha de ser demitido do São Paulo. Com ele no comando, a equipe não iria conseguir se recuperar no Brasileirão. Os jogadores não gostavam do treinador, o que não significa que o grupo fez corpo mole para derrubá-lo.

Muitos criticavam Carpegiani há muito tempo, eu não. Sempre achei que ele não era o principal culpado de algumas derrotas importantes na temporada (Santos e Avaí, por exemplo). Porém, o que vi nessa semana no CT da Barra Funda e no jogo contra o Flamengo me fizeram mudar de opinião.

Na terça-feira, ele comandou um treino tático em campo reduzido. Privilegiou apenas o ataque, deixou Rhodolfo e Xandão fora da atividade, assim como Fernandinho. O time era Jean e Juan; Rodrigo Souto, Wellington e Carlinhos; Marlos e Dagoberto.

Depois, na entrevista coletiva, disse que a tendência era de escalar três zagueiros, o que justificaria a ausência de Fernandinho na atividade. O camisa 12 até entrou no fim do treino, mas no lugar de Juan (?).

Porém, entrou no Engenhão com Fernandinho como titular. Ou seja, tudo que foi treinado na véspera, não foi aplicado no jogo. E não foi a primeira vez que isso aconteceu.

Os defensores de Carpa podem dizer que ele treinou o time correto na segunda, em treino fechado. Porém, os desfalques eram tantos que os goleiros reservas tiveram de participar, na linha, da atividade de posicionamento.

Não deu para entender. A sensação que tive é que ele desperdiçou um dia importantíssimo de treinamento.

Treino é treino, jogo é jogo. O velho clichê futebolístico parece ser levado ao pé da letra por Carpegiani. Agora, não mais no São Paulo.