Rogério, 38, maior ídolo do São Paulo na atualidade e seu líder dentro de campo, foi o responsável direto por 21% dos gols sofridos pela equipe nesta temporada.

A Folha analisou as 33 vezes em que a defesa do clube do Morumbi foi vazada em 2011 e detectou que sete falhas claras do goleiro resultaram em tentos para os rivais.


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Nem todos os erros se transformaram em frangos marcantes, como o que fechou a goleada por 5 a 0 aplicada pelo Corinthians há pouco mais de uma semana --a bola passou por baixo do camisa 1 após chute de fora da área de Jorge Henrique.

As falhas passam por saída de gol equivocada (contra o Avaí), rebotes mal dados em finalizações de longa distância (ante Ponte Preta, Santos e Paulista) e chutes defensáveis que o goleiro não pôde agarrar (Botafogo e outra vez contra o Paulista).

Em alguns desses momentos, Rogério admitiu o equívoco. Foi o que fez depois de falhar pela segunda partida consecutiva no gol que abriu a derrota por 2 a 0 para o Botafogo, na última semana. Em outros, preferiu se calar.

"Ele tem crédito", afirmou o técnico Paulo César Carpegiani, quando questionado sobre as falhas cometidas pelo goleiro titular e capitão.

Entre os quatro grandes clubes do Estado, o São Paulo é o que mais tem sofrido no ano com falhas de goleiro.

Rafael, 21, do Santos, que falhou na final do Paulista, cometeu três erros claros que geraram gols. O Palmeiras, com o revezamento entre Marcos e Deola, e o Corinthians, do contestado Júlio César, um a mais.

Apesar disso, a confiança da diretoria em Rogério continua inalterada. Todos os cartolas ouvidos pela reportagem deram respostas semelhantes quando questionados sobre o momento delicado vivido pelo goleiro.

Lembraram que foi nesta temporada que Rogério marcou o centésimo gol de sua carreira, em tarde de grande atuação contra o Corinthians --na última vitória são-paulina, contra o Ceará, pegou pênalti e foi o destaque do time.

"Para mim, o Rogério está vivendo um dos seus melhores momentos. O ano nos mostra que ele está em ótima forma física e técnica. Os erros podem acontecer agora como poderiam ter acontecido dez anos atrás. O peso dele é tão grande que não podemos culpá-lo por nada", afirmou o diretor de futebol do clube, Adalberto Baptista.

Pelo respaldo da diretoria e pelo posto de intocável adquirido em mais de 20 anos de São Paulo, o goleiro dificilmente irá para o banco até o fim de sua carreira.

Seu contrato vai até dezembro do próximo ano. E ainda não há certeza se Rogério irá se aposentar ou continuar jogando depois de 2012.