Ralf posa para o L! no CT Joaquim Grava: Cão-de-guarda estará em ação no Majestoso (Foto: Eduardo Viana)

Do desconhecido volante que veio do Grêmio Barueri, no início de 2010, ao cão-de-guarda da Fiel atual, Ralf se consolidou, em um ano e meio, como um dos principais jogadores do Corinthians. Neste domingo, contra o São Paulo, no Pacaembu, ele quer acabar com a sequência de cinco vitórias do rival e ainda trava uma disputa pessoal com o promissor Wellington, que tenta desbancá-lo nos roubos de bola, neste Brasileirão.

Além da ponta da tabela do nacional, o duelo com jovem Wellington é pelos desarmes. Na competição, Ralf ainda leva ligeira vantagem, com uma média de 5,2 roubos de bola por partida.

Coincidência ou não, Ralf e Wellington, apesar de não se conhecerem ainda, cresceram na mesma região quando eram mais jovens, na Zona Sul de São Paulo, próximo ao Grajaú. Mesmo com a disputa, o corintiano rasgou elogios à estrela emergente do tricolor, e espera um bom duelo entre os "ladrões" na tarde de domingo.

– Ele tem muita qualidade, é jovem, e está começando uma carreira que tem tudo para ser vitoriosa – afirmou Ralf, ao LANCENET!.

Na 3ª colocação do Brasileirão, o Corinthians tenta abafar o início 100% do líder São Paulo. Da última vez que se enfrentaram, no dia 27 de março, pela primeira fase do Paulistão, o Timão foi derrotado por 2 a 1 e, de quebra, ainda viu Rogério Ceni comemorar seu centésimo gol na carreira. Ralf rejeita a vontade maior em vencer neste domingo, pelo feito do goleiro no último Majestoso, mas ressalta a importância da vitória.

– Não ficamos "engasgados", mas obviamente não queremos perder novamente. Vamos brigar pela vitória porque sabemos que precisamos para seguir bem no campeonato.

Protetor do setor defensivo corintiano, Ralf entra em campo no domingo tentando alcançar o São Paulo e seguido de perto por Wellington. No Pacaembu, o volante espera sair vitorioso das duas disputas.

Confira um bate-bola com Ralf:

LANCENET!: Você sabia que o Wellington cresceu na mesma região que você cresceu, em São Paulo? Ele elogiou suas qualidades. Já o viu jogando?
RALF: Agradeço. Infelizmente, não tive, ainda, oportunidade de conhecê-lo. Mesmo do outro lado, acompanho sempre os jogos dos rivais, e eu pude ver que ele tem qualidade. Espero que ele só cresça na carreira.

L!: Vocês estão em uma disputa pelos desarmes. Acha que ele pode ser um cão-de-guarda também?
R: Sim, até mais do que eu, pelo fato de ele ser jovem e estar em uma equipe que fornece boa estrutura. Ele tem tudo para aprender muito e fazer isso, também. Vai acrescentar muito ao time do São Paulo.

L!: Como foi sua passagem pelas categorias de base do São Paulo?
R: Foi rápida, era época da Copa São Paulo, e eu fiquei por três ou quatro meses. Infelizmente, não tive a oportunidade de jogar, acabei não sendo aproveitado, mas fico feliz em ter tido sucesso na carreira.

L!: Assim como você, Wellington passou pelo rival e não foi aproveitado. Os clubes vacilaram em não manter os cães-de-guarda?
R: Não, isso tudo faz parte do futebol. Infelizmente, não somos nós que planejamos tudo em nossas vidas. Isso cabe a Deus e a outros fatores. Se eu não tivesse passado pelo São Paulo há alguns anos, não estaria aqui hoje, e o mesmo poderia ter acontecido com o Wellington.

Passagem pelo São Paulo: Cão-de-guarda não aproveitado

Assim como o rival Wellington, Ralf também já teve uma passagem pelas categorias de base do adversário deste domingo. Entre os anos de 2004 e 2005, o cão-de-guarda foi jogador do São Paulo por cerca de quatro meses, enquanto tinha a expectativa de participar da Copa São Paulo de juniores – na época a competição era sub-20.

Sem ser aproveitado na equipe que, na época, contava com Jean (hoje titular do rival) e Hernanes (agora na Lazio-ITA), Ralf se desligou do clube para procurar um novo destino.

Top 5 em desarmes no Brasileirão-2011 (números em média)

Willians (Flamengo) 5,8
Cicinho (Palmeiras) 5,8
Ralf (Corinthians) 5,2
Cortês (Botafogo) 5,0
Wellington (São Paulo) 4,8