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A obsessão de Luis Fabiano


Esqueça o jovem briguento de 22 anos que foi embora do São Paulo em 2004 sendo chamado de pipoqueiro pelos torcedores. Luis Fabiano é hoje um “senhor” de 30 anos, com bagagem internacional, uma Copa do Mundo no currículo e muito mais maturidade.

Em entrevista exclusiva, o atacante, que ainda não sabe quando vai reestrear (o joelho direito o tirou do jogo contra o Goiás, na quarta-feira), revela os detalhes de sua volta ao clube e demonstra ter uma verdadeira obsessão por conquistar títulos pelo Tricolor. Leia abaixo alguns trechos da conversa – o texto completo está na edição de hoje, 24 de maio, do caderno de Esportes do JT.



Em que condições físicas você está?
Ainda quero melhorar tanto fisicamente quanto tecnicamente. Sinto que estou preso para fazer alguns movimentos. Sei que aos poucos vou me soltar e ser a peça que falta. Mas ainda preciso melhorar
para fazer uma estreia digna. Não quero ser uma decepção.

O que significa o retorno ao São Paulo?
É importante para continuar minha história aqui. Foram três anos na minha primeira passagem, o que é pouco tempo para ganhar títulos importantes. Fui embora em 2004 e, no ano seguinte, o São Paulo conquistou vários títulos e eu não estava. Essa nova chance vai servir para ganhar o título que falta. Voltei para ser campeão. Quero ficar ainda entre os cinco maiores artilheiros do São Paulo. Mas o que quero mesmo é conquistar títulos. Gols eu já fiz muitos.

Você tem 118 gols, contra 242 do Serginho Chulapa. Não dá para ser o maior artilheiro?
Tem chance, mas não é o meu objetivo. Quero títulos. Na minha primeira passagem, eu marcava três gols e o time sofria quatro. No Sevilla, consegui ser o quinto maior artilheiro e ganhar seis títulos em seis anos. Aqui fui artilheiro do Paulista, da Libertadores, do Brasileiro, da Copa dos Campeões e ganhei só o Rio-São Paulo. O que falta é título. Quando vier o primeiro vão vir muitos. Mas tem de manter os jogadores, porque eu confio neste grupo. Vejo muito talento, jogadores de qualidade, mas é preciso manter. O Alex Silva não sabe se fica. O Miranda já vai, tem outros em fim de contrato.

Você acha que aqueles torcedores que lhe chamaram de pipoqueiro em 2004 estavam no Morumbi para recebê-lo? Você acha que ainda precisa conquistá-los?
Não preciso provar mais nada para ninguém. Conquistei tudo o que tinha de conquistar fora do Brasil. Fui campeão do mundo pelo Porto antes do São Paulo. Mas tenho de matar um leão por dia. No futebol, passado é passado. Ninguém pode achar que sou o mesmo Luis Fabiano de 22 anos. Nunca dá para fazer as mesmas coisas. Mas gol eu sei fazer. Pelo menos eu acho, não desaprendi. Claro que sempre vão existir dez, 15 que não vão gostar de mim. Nem Jesus agradou a todo mundo. Mas tenho certeza de que os que me xingaram estavam lá na festa gritando. O futebol muda rápido, o que passou, passou. Os que me vaiaram vão me aplaudir.

A diferença do Luis de 30 anos é ser mais tranquilo em campo?
Agora sou da paz. Obviamente não sou bonzinho, vou fazer besteiras, porque não tenho sangue de barata. Mas vou pensar muito mais antes de fazer qualquer coisa.

Você se firmou como o centroavante da Seleção, mas após o fracasso na Copa não foi mais chamado. Ainda pensa em Seleção?
Eu penso em voltar, tenho condições de ajudar, ser útil. Mas isso vai depender do meu desempenho, vai depender se o treinador quer contar comigo… Agora estou pensando apenas no São Paulo. A Seleção virá naturalmente se eu for bem aqui.

Quase um ano depois, você já chegou a uma conclusão do que deu errado na Copa?
Se eu pudesse voltar no tempo, a única coisa que faria diferente era no intervalo (do jogo contra a Holanda) dar uma ligada no time. O primeiro tempo foi excepcional, todo mundo jogando bem. A Holanda estava medrosa, dando muita porrada, toda atrás. Aí voltamos com um pouquinho de excesso de confiança e fomos surpreendidos. Mas o que tinha de ser feito, foi feito. Infelizmente, às vezes, não dá certo. Agente fez de tudo para chegar à final, o ambiente estava bom. Perder uma Copa não tem explicação. Dói até hoje e vai doer para sempre.

Você abriu mão de muito dinheiro (para sair do clube espanhol Sevilla)?
Eu abri mão de prêmios que eu tinha para receber, de uma temporada inteira. Não adiantava ficar lá, machucado, infeliz, e ganhando dinheiro. São coisas de que você às vezes precisa abrir mão. E fiz isso porque era o São Paulo. Se fosse outro, eu não faria. Eu disse para o presidente do Sevilla: pode ficar com tudo.


globo

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