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Adinam se conforma em estar na história por ter levado o primeiro gol

A carreira de qualquer goleiro está sujeita a ficar marcada por um lance ou uma característica específica, seja para o lado positivo ou para o negativo. Andrada sofreu o milésimo gol de Pelé, Taffarel pegou pênaltis na Copa de 1994, Barbosa falhou na final de 1950, e Rogério Ceni é artilheiro. O capitão do São Paulo exibe uma trajetória de importantes defesas, mas foi consagrado pelos gols que faz. Com isso, marcou também a carreira de Adinam, que sofreu o gol que deu origem à longa lista do tricolor.

"Já entrei para a história do futebol, do Rogério e do São Paulo. Isso vai ficar marcado, mesmo quando eu parar. No Brasil, as pessoas lembram mais das coisas ruins do que das boas. Quando chego a um clube, sempre tem essa pergunta. Mas quem tomar o centésimo vai ficar marcado também", prevê o goleiro, aos 35 anos, atualmente defendendo o Pelotas-RS.


Rogério Ceni marcou o primeiro gol de sua carreira contra o União São João, em Araras

O lance envolvendo Rogério Ceni aconteceu no dia 15 de fevereiro de 1997, quando o são-paulino bateu falta para superar o então garoto Adinam, que nada pôde fazer para evitar a derrota do União São João de Araras, no estádio Hermínio Ometto.

"A falta foi bem batida, apesar de ter sido no meu canto. Geralmente, ele cobra bem mesmo, é um privilegio que aperfeiçoou, pois sabe o que o goleiro adversário está pensando. Mesmo se eu tivesse mais experiência, dificilmente não tomaria aquele gol. Além disso, jogadores como Marcos, Fábio e Carlos Germano também tomaram. Isso vai mais da qualidade dele do que da falha dos goleiros", analisa.

Porém, naquele dia, o primeiro goleiro a sofrer gol do ídolo tricolor ainda não tinha possibilidade de imaginar que muitos o seguiriam. "Foi como tomar um gol normal, como hoje. Não tem muita explicação. Mas claro que goleiro não gosta de levar. Como foi o primeiro, eu nunca poderia saber qual seria a sequência dele, se ele continuaria batendo. Eu não tinha visto reportagem sobre isso antes".

E 1997 tinha tudo para começar de um jeito diferente para Adinam. Afinal, o União havia conquistado o título da Série B do Campeonato Brasileiro do ano anterior, criando uma grande expectativa na cidade do interior. Mas logo no Paulistão os jogadores perceberam que a temporada não seria tão fácil.

"A expectativa é sempre legal quando você começa o ano e achávamos que o time podia dar certo. Mas, quando um time pequeno não se reforça, as coisas não andam tão bem", lamenta o arqueiro, que se recorda de ter participado de todos os jogos do acesso em 1996, ao lado do zagueiro Lica.

Porém, 1997 não reservava boas partidas para os jogadores do União. E o primeiro grande revés foi justamente no gol de Rogério Ceni. Atualmente, porém, Adinam acompanha com naturalidade o rumo que a carreira do são-paulino tomou depois daquele dia 15 de fevereiro.

"Claro que em 97 ninguém gostaria de tomar gol de goleiro, principalmente no Brasil, onde não se falavam nisso quase nunca. Mas depois que ele fez o primeiro, ficou legal ver o que vem fazendo. Vem agradando a todo mundo e atingindo metas", pondera.

A questão é que os problemas do União São João causaram outro revés histórico naquela temporada. Pelo Campeonato Brasileiro, Edmundo espantou o país ao marcar todos os gols da goleada por 6 a 0 do Vasco sobre o time do interior paulista. Mais uma vez, Adinam estava no gol.
"Muitas pessoas não viram o que foi o jogo contra o Vasco. O Edmundo estava em uma fase extraordinária, mas o União teve muito mais oportunidades, só que perdeu gol embaixo da trave", lamenta, sem colocar a goleada e o tento de Ceni como fatores mais doloridos do ano. "Tomar gols é normal, o ruim foi quando o União caiu (para a Série B)".

Pouco tempo depois, Adinam deixou o time de Araras e passou por diversas equipes do futebol nacional, como Coritiba, Goiás, Portuguesa, Paysandu, Sport e Avaí, entre outros. "Fui campeão no Goiás em 1999 (do Estadual) e no ano seguinte pelo Paysandu (Paraense). Tive várias coisas legais na carreira, mas o pessoal prefere lembrar do Rogério e do Edmundo", ri.

Mesmo assim, o atual goleiro do Pelotas vê o lado positivo da inovação de Rogério Ceni, pois acha sua posição mais valorizada no Brasil em parte graças ao capitão do São Paulo.

"Ele deu uma visibilidade muito maior para os goleiros. Com as regras de agora, não basta ser bom só embaixo das traves, tem que trabalhar bem com o pé, fazendo lançamento, reposição. Às vezes, serve até como um líbero, como ele faz no São Paulo. E abriu espaço para o pessoal que tem essa qualidade de bater faltas. Quem começou com isso foi o Chilavert, mas não se compara ao Rogério", aposta.

Adinam garante ter facilidade para trabalhar com os pés dentro de sua área, mas prefere não se arriscar na frente. "Até tenho uma técnica boa, mas não é minha praia", finaliza.

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