Jorge Wagner está de malas prontas para o Japão (Credito: Reginaldo de Castro)

Domingo, no Morumbi, Jorge Wagner vai escrever o final para uma trama de sucesso que começou a ser produzida em janeiro de 2007. De passagem comprada para o Japão, onde atuará pelo Kashima Reysol, o meia fará seu último jogo pelo São Paulo.

– Não sei qual será minha reação na despedida. Foram quatro anos de clube. Será uma emoção muito grande, todo um filme relembrando as conquistas, os momentos de tristeza, de felicidade que fazem parte do jogador. Só no momento saberei como vai ser – analisou o jogador, em entrevista exclusiva ao LANCENET!.

Durante quase quatro anos, Jorge protagonizou momentos de glória pelo Tricolor, cuja torcida aprendeu a respeitar sua maneira de ser, de atuar e de ganhar títulos. Características que vêm desde os tempos em que brilhava pelo rival Corinthians, mas que em nada interferiram na sua relação com os são-paulinos.

– Tenho um respeito enorme pelo torcedor do São Paulo, que me acolheu. Tive uma passagem muito boa pelo Corinthians, fiz dois gols na final em 2003 (do Paulistão, São Paulo 2x3 Corinthians), por isso seria muito difícil uma aceitação, mas o torcedor me abraçou – lembra.

Baiano de nascimento, Jorge orgulha-se de ter escrito no São Paulo um roteiro tranquilo, de episódios bem distintos dos que nortearam as obras de seu xará e conterrâneo Jorge Amado. Prova disso é que ficou fora de poucos jogos. Pelo Sampa, disputou 209 e marcou 22 gols. Números nunca alcançados por ele em qualquer outra agremiação.

Agora, o camisa 7 vai deixar um dos cenários no qual mais gostou de atuar para tentar agradar também a crítica internacional. Antes disso, vai encarar o Atlético-MG, na cena final. Mas, independente do resultado dela, se depender do são-paulino, o sucesso de Jorge já está garantido.

Bate-Bola com Jorge Wagner

LANCENET!: Está preparado para deixar o clube?
JORGE WAGNER: Vai ser aos poucos, gradativamente. Já vinha me preparando nos últimos seis meses. Desde que cheguei, tinha a intenção de cumprir o contrato e em seguida ter outra oportunidade no exterior.

LANCENET!: E por que o Japão?
JORGE WAGNER: Sempre tive um carinho muito especial pelo futebol japonês, acompanho há muito tempo, gosto da cultura, da comida, nunca me interessei a aprender a língua porque é difícil. Mas acho um país muito charmoso, a tradição. Dois países que iria de olho fechado são Japão e Alemanha.

LANCENET!: Como analisa sua passagem pelo São Paulo?
JORGE WAGNER: Foi excelente. Tudo que sonhava, acho que conquistei. Queria um clube que me desse condição de trabalho, contrato longo para ter uma sequência no meu país, reconhecimento da imprensa.

LANCENET!: O time vive um momento difícil. Como vê isso?
JORGE WAGNER: Espero que não demore muito para voltar a ser o que sempre foi. Mas é por conta do momento de transição pelo qual o clube está passando.

A obra: Jorge e o São Paulo

Figurino
Camisa com número 7 às costas, branca com listras vermelha e preta ou totalmente listrada de vermelho, preto e branco.

Atores principais
"Foram vários amigos, gosto de me relacionar muito bem. Tem o Marlos, concentro mais com ele. O Miranda, que está há mais tempo, o Ricky, o Renato Silva . Fiz uma grande amizade com o Cleber Santana também, talvez por ser do Pernambuco."

Cenas principais
"Os bicampeonato brasileiro, o gol contra o Vasco, em São Januário, de falta, em 2008. E outro contra o Goiás, estádio vazio, estreia do Brasileiro de 2007. Belo gol, pena que não tinha ninguém para ver (risos)."

Cenas que faltaram
"Um título da Libertadores, pela importância da competição".

Diretor
"Boa parte da minha carreira devo ao Muricy Ramalho, por tudo que ele fez por mim, no São Paulo e no Internacional."

Trilha sonora
"Eu quero ser muito famosa. E ter o seu amor". Trecho de Famosa, música da Cláudia Leitte que minha esposa adora.