Jean marcou nos acréscimos, em jogada pelo alto, e definiu vitória do São Paulo
Foto: Wagner Carmo/Gazeta Press



Com quatro vitórias em quatro confrontos, o Santos era o grande algoz do São Paulo na temporada. Era, até a história mudar neste último domingo, quando a equipe alvinegra viveu um verdadeiro "pesadelo aéreo" no Estádio do Morumbi e sofreu um amargo revés por 4 a 3, após ser dominada nas laterais do campo e ver o time tricolor abusar das jogadas pelo alto.

"Foi um jogo atípico", definiu o treinador do clube praiano, Marcelo Martelotte. O desabafo é justificado pelo desempenho perfeito do time tricolor pelas extremidades do campo. Com os velozes Dagoberto e Fernandinho, o São Paulo sufocou as faixas direita e esquerda da defesa santista e marcou quatro gols depois de investidas pelos setores.

Perdidos, os alas santistas Pará (posteriormente substituído por Maranhão) e Alex Sandro não conseguiam conter os ataques rivais. Para se ter uma ideia, o clube do Morumbi efetuou apenas 11 cruzamentos na partida, todos eles vindos do lado esquerdo (sete) e direito (quatro) do campo de ataque - só Dagoberto cruzou três vezes. Contudo, a eficiência foi a principal arma do time tricolor.

O domínio são-paulino pelas laterais

"Procuramos evitar que eles fizessem tantas jogadas pelas laterais, que é o ponto forte do São Paulo. Sabemos que o Fernandinho, o Lucas e o Dagoberto buscam muito o fundo do campo e não conseguimos neutralizar esses lances. Por isso, tivemos tantas dificuldades no primeiro tempo", afirmou um atônito técnico santista, que viu seu time ser derrotado com três gols de cabeça, frutos de jogadas vindas das extremidades.

"Erramos no posicionamento dos nossos defensores na área. Não podemos deixar que os atacantes adversários subam sozinhos para cabecear", justificou Martelotte. O único tento são-paulino não proveniente de cruzamento na área foi o terceiro, que também saiu após nova jogada pela lateral esquerda - Dagoberto recebeu um lançamento de Richarlyson, fez uma bela jogada individual e viu Pará fazer gol contra.

De acordo com o Footstats, a equipe tricolor trocou 128 (62%) passes nas faixas ofensivas do gramado. Além disso, permaneceu por 6m52s nessas regiões, o que representa 57% do total de posse de bola passados nas laterais do ataque.


Dagoberto e Ricardo Oliveira atuaram próximos um do outro no ataque, com Lucas e Fernandinho pelas pontas

Foto: Reinaldo Marques/Terra

Acuado, o Santos fracassava em diversas jogadas no setor ¿ foram 25 perdas de bola nas faixas laterais, ou 73,5% - e teve que fazer 18 desarmes (90%) nas extremidades ofensivas - sem contar as 11 faltas na região, que representam 69% do total de infrações cometidas pelo time alvinegro.

Agora, com o resultado adverso, o clube praiano perdeu uma chance incrível de se aproximar ainda mais dos líderes da competição. No entanto, o sonho de conquistar o Campeonato Brasileiro continua vivo na equipe santista, que terá como próximo adversário o Grêmio Prudente, no domingo, às 18h30 (de Brasília), pela 31ª rodada do torneio.

Confira os números das investidas são-paulinas pelas laterais do ataque:

Dribles:

Pela direita - 8 (36%)
Pela esquerda - 13 (59%)
Pelo meio - 1 (5%)
No campo defensivo - 0 (0%)

Passes:

Pela direita - 46 (22%)
Pela esquerda - 82 (40%)
Pelo meio - 30 (15%)
No campo defensivo - 48 (23%)

Cruzamentos:

Pela direita - 4 (36%)
Pela esquerda - 7 (64%)
Pelo meio - 0 (0%)
No campo defensivo - 0 (0%)

Posse de bola:

Pela direita - 2m44s (22%)
Pela esquerda - 4m08s (34%)
Pelo meio - 1m22s (11%)
No campo defensivo - 3m58s (33%)

Confira os números do calvário santista pelas laterais da defesa:

Desarmes:

Pela direita - 8 (40%)
Pela esquerda - 10 (50%)
Pelo meio - 2 (10%)
No campo ofensivo - 0 (0%)

Faltas cometidas:

Pela direita - 7 (44%)
Pela esquerda - 4 (25%)
Pelo meio - 2 (12%)
No campo ofensivo - 3 (19%)

Perdas da posse de bola:

Pela direita - 4 (12%)
Pela esquerda - 3 (9%)
Pelo meio - 3 (9%)
No campo ofensivo - 24 (70%)