Talvez a torcida do Santos reclame um pouquinho, mas nem ela pode reclamar do clássico de hoje à tarde no Morumbi.

Foi um jogo maravilhoso como há muito não se via. Um jogo que merecia bem mais do que os pouco mais de 23 mil espectadores anunciados.

Houve emoção do começo ao fim. Houve grande gols, grandes jogadas, falhas, acertos e muita movimentação dos dois lados.

Talvez o empate fosse o resultado mais justo, mas o gol em cima da hora que deu a vitória ao São Paulo também fez parte da emoção do jogo.

Ataques ganharam das defesas

Crucificar as defesas pelos gols tomados é o caminho mais curto para diminuir o mérito dos ataques.

Hoje os ataques venceram no Morumbi. Placar final: São Paulo 4 x 3 Santos.

Em cinco clássicos na temporada contra o Santos, o São Paulo conseguiu vencer o último do ano e ainda sonha com vaga na Libertadores estando a seis pontos do Corinthians, 50 contra 44 pontos.

O Santos perdeu, mas contou com a colaboração do Grêmio, o melhor time do segundo turno, que venceu o líder Cruzeiro de virada, 2 x 1, em Porto Alegre.



Com isso, o Cruzeiro continua líder com 54 pontos e o Santos manteve-se seis pontos atrás. A mesma diferença que o Flamengo, campeão brasileiro de 2009, tinha do então líder Palmeiras na mesma altura do Campeonato passado.

Gols em profusão

Até os 20 minutos do primeiro tempo já tínhamos cinco gols no Morumbi.

O jogo mal começou e Alan Patrick lança Zé Eduardo que chuta e Rogério Ceni falha, espalma esquisito para dentro da área e o próprio Alan Patrick com frieza de veterano, ele que só tem 19 anos, abre o placar para o Santos.

Pouco mais de cinco minutos após Ricardo Oliveira recebe passe de Miranda toca de cabeça para Dagoberto também de cabeça desviar na frente do goleiro Rafael e empatar o jogo.

O São Paulo virou pouco depois com um toque bonito de Ricardo Oliveira na cabeça de Dagoberto: 2 x 1.

O tricolor fez 3 x 1 num lançamento de Richarlyson para Dagoberto. O lateral Pará tenta impedir o chute para o gol e faz contra as suas redes.

Um minuto depois o mesmo Pará faz grande jogada e toca para Zé Eduardo diminuir para 3 x 2.

No segundo tempo, o Santos empatou num pênalti batido magistralmente por Neymar.

Foi o terceiro gol de pênalti que ele fez em Rogério Ceni nessa temporada.

Os dois anteriores foram de paradinha. Hoje bateu no canto esquerdo alto sem chance para Rogério.

Neymar sofreu pênalti cometido pelo zagueiro Alex Silva que jura que foi jogada normal.

Para mim não foi normal, houve a falta e o árbitro Sandro Meira Ricci estava bem colocado e deu o pênalti de forma incontinenti.

O Santos não se aproveitou da expulsão de Richarlyson em mais uma de suas jogadas tresloucadas.

Deu um carrinho desnecessário no tornozelo de Zé Eduardo no lado direito do ataque santista.

Rogério se redime

Goleiro sãopaulino que falhou no primeiro gol santista, se redimiu durante o jogo com ótimas defesas.

Uma delas poderia ser o 4 x 3 para o Santos já no fim do jogo.

Fez grande defesa num chute de Danilo aos 47 e aos 48 o São Paulo fez o gol da vitória com Jean depois de boa defesa de Rafael num cabeceio de Ricardo Oliveira.



Jean tinha perdido duas boas chances no segundo tempo e também teve seu momento de redenção dando a vitória ao São Paulo.

Rogério também fez duas grandes defesas contra o zagueiro Durval ainda no primeiro tempo.

Uma em cobrança de falta e outra numa jogada de área já quase aos 45 minutos.

Muita gente jogando muito

Os dois times jogaram um grande futebol e as falhas fizeram parte do jogo.

No São Paulo, Rogério apesar da falha no primeiro gol, se agigantou durante a partida e foi um destaque.

Além dele, o atacante Dagoberto pelos gols e muita participação, Ricardo Oliveira pelas assistências e o trabalho que deu para a zaga santista, Jean que foi incansável e a dupla de volantes Rodrigo Souto e Carlinhos Paraíba, este uma bela surpresa pela postura tática e habilidade com a bola no pé.

No Santos, Durval fez uma grande partida, Arouca também e o garoto Alan Patrick fez um grande primeiro tempo e caiu um pouco na segunda parte do jogo. Zé Eduardo deu muito trabalho lá na frente e Neymar teve repentes especiais em cima dos zagueiros sãopaulinos.

Foi um clássico para não ser esquecido. Entra para a história dos grandes jogos entre Santos e São Paulo. É o típico jogo do melhor do que pode apresentar o futebol brasileiro nas suas origens. Técnica, velocidade, habilidade e muitos gols. Deu gosto de ver.