Eletrizante. Assim pode ser definido o ótimo clássico entre São Paulo e Santos, que terminou com vitória Tricolor, por 4 a 3, no Morumbi. Com formações ofensivas, os dois times não tiveram medo de ousar e se lançaram ao ataque. No primeiro tempo, principalmente, o ritmo foi alucinante. Em 20 minutos de partida, cinco bolas nas redes. Do lado do Sampa, Dagoberto, duas vezes, Pará, contra, e Jean marcaram. Já pelo Santos, Alan Patrick, Zé Eduardo e Neymar, de pênalti, balançaram as redes.

Com a vitória, o São Paulo alcançou a 9ª colocação, com 44 pontos. De quebra, encerrou o tabu do ano, já que em quatro partidas, o Tricolor havia perdido todas para o Peixe. Já o Alvinegro estacionou nos 48 pontos, permaneceu em 4º colocado, mas ainda mantém vivo o sonho da Tríplice Coroa.

Em início eletrizante, São Paulo abre 3 a 2 sobre o Santos

As escalações de São Paulo e Santos já sugeriam uma partida bastante aberta e ofensiva, mas nem o mais otimista torcedor esperava cinco gols em apenas 20 minutos de clássico. Mandante, o Tricolor começou tomando a iniciativa, com Ricardo Oliveira batendo de fora da área para defesa segura de Rafael. Mas quem abriu o placar foi o Peixe.

Melhor no duelo das revelações contra Lucas, o meia Alan Patrick iniciou jogada pelo meio e deu bom passe para Zé Eduardo, após driblar o volante Rodrigo Souto. O centroavante saiu na cara do gol e bateu para defesa parcial de Rogério Ceni, que deu rebote nos pés do mesmo Alan Patrick. Aí, ele não perdoou.

Diferente do que poderia se imaginar, o gol não abalou o São Paulo. Pelo contrário. Sem dar tempo para o Peixe comemorar a vantagem, o Tricolor empatou. Após boa jogada de Miranda pela direita, o zagueiro cruzou na cabeça de Ricardo Oliveira. Inteligente, o centroavante escorou para Dagoberto, que completou para o gol, aos 7 minutos.

E ao invés de diminuir, o ritmo da partida só ficou mais alucinante. Aos 13 minutos, Alan Patrick, de falta, cruzou para Edu Dracena, que desviou de cabeça para ótima defesa de Rogério Ceni.

Três minutos depois, veio a virada do Sampa. Em ótima jogada pela esquerda, Fernandinho driblou Pará e tocou para Ricardo Oliveira. Ao contrário do que imaginou Rafael, ele preferiu cruzar, ao invés de finalizar. E achou Dagoberto livre para virar o jogo.

Como um verdadeiro relâmpago, o Sampa ampliou. Em chutão da zaga para o ataque, Dagoberto dominou a bola pela esquerda e arrancou para cima da zaga santista. Depois de driblar Roberto Brum, foi desarmado por Pará, que acabou fazendo gol contra.

Sem se abalar com a virada, o Alvinegro descontou. Se redimindo do gol contra, Pará fez boa jogada pela direita e cruzou para Zé Eduardo descontar, aos 20 minutos.

A partir daí, o Tricolor passou a administrar o jogo e o Peixe seguiu pressionando. Durval, em dois lances de bola parada, finalizou bem, mas parou em ótimas defesas de Rogerio Ceni.

Peixe cresce, mas Tricolor vence no fim

Como já era de se esperar, os dois times não conseguiram manter o ritmo alucinante na segunda etapa. Insatisfeito com o fraco desempenho de Lucas, Carpegiani substituiu o garoto por Renato Silva no intervalo. Recuado, o Tricolor chamou o Peixe para o seu campo, e o time da Baixada não recusou o convite. 

Nos primeiros 10 minutos, porém, nada aconteceu. Mesmo buscando o empate, o Peixe ficava com a bola, mas não criava chances claras de gol. Apesar disso, o Alvinegro ficou em vantagem numérica, com a expulsão de Richarlyson, que já tinha cartão amarelo e fez falta dura em Zé Eduardo, aos 13 minutos.

A partir daí, o Santos passou a atacar ainda mais. E foi premioado pela sua insistência. Apagado na segunda etapa, Neymar invadiu a área pela esquerda, driblou Alex Silva, mas o zagueiro o derrubou. Pênalti, que ele mesmo converteu - na véspera do clássico, a Joia havia treinado penalidades e teve 80% de aproveitamento.

Após sofrer o empate, o São Paulo, mesmo com um a menos, voltou a agredir o Peixe. Pela esquerda, Diogo, que substituiu Fernandinho, fez boa jogada e rolou para o meio da área. Esperto, Dagoberto fez lindo corta luz e deixou para Jean, que sozinho isolou.

Depois, o Sampa teve outra boa chance para ampliar, mas novamente desperdiçou. Em boa jogada de Marlos, que entrou no lugar do iluminado Dagoberto, o meia rolou para Jean, que ficou na cara do gol. O lateral finalizou no cantinho, mas parou na ótima defesa de Rafael.

Quando tudo parecia definido, o São Paulo alcançou a vitória. Pela direita, Marlos cruzou para Ricardo Oliveira. O centroavante cabeceou para boa defesa de Rafael, que deu rebote. Livre, Jean só teve o trabalho de empurrar para as redes, selando o 4 a 3 no placar.

FICHA TÉCNICA

SÃO PAULO 4 X 3 SANTOS

Estádio: Morumbi, São Paulo (SP)
Data-Hora: 17/10/2010 - 18h30 (de Brasília)
Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF)
Auxiliares: Emerson Augusto de Carvalho (SP-Fifa) e Marcio Luiz Augusto (SP)

Público e renda: 23.791 pagantes / R$ 684.279,59

Cartões Amarelos: Jean (SÃO), Dagoberto (SÃO), Richarlyson (SÃO), Alex Silva (SÃO) e Ricardo Oliveira (SÃO); Danilo (SAN), Pará (SAN), Edu Dracena (SAN) e Felipe Anderson (SAN)

Cartões Vermelhos: Richarlyson (SÃO)

Gols: Alan Patrick 4'/1ºT (0-1), Dagoberto 6'/1ºT (1-1), Dagoberto 16'/1ºT (2-1), Pará contra 18'/1ºT (3-1), Zé Eduardo 20'/1ºT (3-2), Neymar, de pênalti 26'/2ºT (3-3), Jean 47'/2ºT (4-3)

SÃO PAULO: Rogério Ceni, Jean, Alex Silva, Miranda e Richarlyson; Rodrigo Souto, Carlinhos, Lucas (Renato Silva intervalo) e Fernandinho (Diogo 22'/2ºT); Dagoberto (Marlos 34'/2ºT) e Ricardo Oliveira. Técnico: Paulo César Carpegiani.

SANTOS: Rafael, Pará (Maranhão 20'/2ºT), Edu Dracena, Durval e Alex Sandro; Roberto Brum (Felipe Anderson 13'/2ºT), Arouca, Danilo e Alan Patrick (Breitner 40'/2ºT); Neymar e Zé Eduardo. Técnico: Marcelo Martelotte.