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Preleção: Inter tem boa perspectiva pelos lados contra o São Paulo


Quem acompanha o blog Preleção com maior frequência sabe que não gosto de fazer projeções. São vários os empecilhos: treinos fechados, escalações sigilosas, estratégias diferentes. Qualquer surpresa no time, na estrutura tática ou na proposta de jogo lançam por terra a projeção. Melhor sempre é analisar o que aconteceu, buscar explicações, apresentar uma interpretação das estruturas táticas e estratégias. Mas a circunstância - uma semifinal de Copa Libertadores - pede uma projeção para Inter x São Paulo, mesmo sob risco de diferenças entre o debate de hoje, e a prática de amanhã.

Mesmo sem Tinga, Celso Roth deve manter o 4-5-1 com dois volantes e três meias ofensivos (ou 4-2-3-1). Para substituir o armador central, candidatam-se Giuliano e Andrezinho, jogadores de características diferentes - o primeiro mais ágil e dinâmico, o segundo mais cerebral e organizador.

A possibilidade de centralizar D’Alessandro, com Rafael Sobis entrando no lado direito, parece remota porque o próprio Roth não gosta de ver o argentino refém de volantes. Outra hipótese de menor chance é o retorno ao sistema com três volantes e dois meias (o 4-3-2-1), entrando Wilson Matias - estrutura utilizada pelo treinador colorado nos primeiros treinos táticos da intertemporada.

O São Paulo tem duas variações possíveis, sem que seja necessário modificar a escalação. A polivalência de Richarlyson permite que ele seja zagueiro pela esquerda, no 3-5-2, ou volante no 4-4-2 - situação que empurraria Hernanes e Marlos para uma faixa mais ofensiva da intermediária do Inter. Pelo histórico recente do clube, apostar no 3-5-2 não é nenhum sacrilégio.

Neste cenário, confirmando-se o 3-5-2 são-paulino, a melhor alternativa para o Inter é o jogo incisivo pelos lados do campo. Os problemas de marcação do sistema com três zagueiros tornam-se ainda mais evidentes quando ele se depara com três atacantes, ou com um atacante e dois meias abertos pelos lados - caso do Inter.

Recuperando a teoria: o 3-5-2 brasileiro utiliza a marcação individual por função. Zagueiro persegue atacante, volante encaixa com meia, meia vigia volante, ala bate com lateral, atacante pressiona zagueiro. Ao invés das zonas de marcação dos sistemas com linha de quatro defensores, os treinadores brasileiros que adotam o 3-5-2 preferem ver seus atletas marcando individualmente os adversários.

Este problema conceitual do 3-5-2 torna-o vulnerável ao 4-2-3-1. Isso porque indefine-se a marcação do meia-extremo. Se Jean e Júnior César precisam “bater lá em cima” com Nei e Kleber, basta os laterais do Inter manterem ambos ocupados, que D’Alessandro e Taison terão muito espaço para desenvolver velocidade às costas dos mesmos. Cria-se um dilema para o zagueiro: ou ele deixa o seu posto original e aproxima a marcação do meia-extremo, o que abre espaço na área e elimina a sobra; ou ele mantém o posicionamento inicial, espera a chegada do meia-extremo, mas permite que ele calcule a melhor jogada com tempo de sobra.

Esta vantagem do 4-2-3-1 sobre o 3-5-2 já se fez clara na vitória do Inter sobre o Flamengo, domingo - leiam aqui. Taison atuou entre as costas de Léo Moura e o zagueiro Jean. Antes que o rubro-negro descobrisse quem deveria marcá-lo, ou de que forma ele deveria ser marcado, Taison já havia feito um gol, e seguiu levando vantagem até o final da partida

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