O técnico Ricardo Gomes, do Corinthians, não quer desperdiçar outra chance de erguer um troféu. Atualmente na semifinal da Libertadores (contra o Inter), o técnico não abre mão de avançar às finais para ficar com o título. Desde que iniciou a carreira de técnico, em 1996, quando assumiu o Paris Saint-Germain (FRA), ele já bateu na trave quatro vezes para conquistar uma competição importante.

Logo no segundo ano de trabalho, na Copa da Uefa, derrota para o Barcelona (ESP), que contava com o agora corintiano Ronaldo, por 1 a 0. Ricardo lembra até hoje dessa decisão, resultado que ele ainda não digeriu, mesmo depois de tanto tempo passado da fatalidade.

– Eu perdi uma final contra o Barcelona, o que, na época, seria um título internacional importante, ainda mais no meu primeiro ano. Está atravessado, então quero tirar aqui (mostrando a garganta). Vencendo a Libertadores, essa espinha que está engasgada, também me posiciono para algo maior, que é o Mundial. Essa é a minha ambição e do clube – disse o comandante, em entrevista exclusiva ao LANCENET!.

Em 1998, outro revés, quando, pelo mesmo clube, foi vice-campeão francês. Em 2006, novamente ficou em segundo, mas dirigindo o Bordeaux (FRA). Pelo São Paulo, também no primeiro ano de trabalho, chegou a liderar o Brasileirão, mas nas últimas rodadas não manteve o mesmo desempenho e terminou em terceiro lugar. Pela quarta vez, faltou pouco para Gomes ficar com a taça. Mas o fim tem de ser diferente.

O grito de campeão está entalado na garganta do treinador, que já obteve êxito em cinco competições, mas nenhuma delas de grande impacto. Com 14 anos de carreira como treinador, além de uma conquista pessoal, Ricardo sabe que o título da Libertadores o credencia para renovar com o Tricolor. A eliminação pode custar o cargo, apesar de a diretoria afirmar que o desempenho não vai influenciar. Além disso, credencia para o Mundial, em dezembro.

Com tempo para trabalhar até o primeiro jogo contra o Inter, em 28 de julho, no Beira-Rio, Gomes quer deixar o time pronto para ajudá-lo a vencer o primeiro torneio de grande expressão internacional. Desta vez, ele não quer saber de espinha entalada na garganta dos são-paulinos.


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LANCE!: Por que vencer a Libertadores é tão importante para o São Paulo?
RICARDO GOMES: É a História do clube. O que o São Paulo já viveu, o que a torcida tem na memória, as grandes alegrias passam pela Libertadores, é fato, algo incontestável. Se alguém chegar com discurso diferente aqui, tem vida curta.

L!:Você ainda não renovou. Isso, por acaso, traz preocupação?
RG: Não é algo que me preocupe. O que me preocupa é a semifinal da Libertadores. Nunca abordei nenhum diretor, a favor ou contra (permanência). Só penso na Libertadores e entrar no G4 do Brasileiro. Certamente existem diferenças de pensamento (no clube), mas não penso nisso. Acontece com todos, é coisa do futebol.

L!:Qual time é melhor, o deste ano ou do ano passado?
RG: O do ano passado era forte, mas agora temos mais opções. Tínhamos o Hugo e o Borges, mas o Borges já mais distante. No fim (do Brasileirão), quando perdemos alguns jogadores, tivemos dificuldades na reposição. Hoje, com este elenco, seria diferente.

L!: O time, hoje, está definido?
RG: Já faz algum tempo, está definido. Tenho na minha cabeça quais são os jogadores que vou usar.


Bateu na trave, mas não foi campeão

Vice-campeão da Copa da Uefa
Em 1997, pelo Paris Saint-Germain (FRA), perdeu a decisão para o Barcelona (ESP).

Vice-campeão francês
Em 1998, também pelo Paris Saint-Germain (FRA), foi vice no Nacional.

Vice-campeão francês
Em 2006, foi vice com o Bordeaux (FRA).

Terceiro lugar no Brasileirão
Em 2009, liderou com o São Paulo, mas acabou só com a vaga na Libertadores.