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Em nome do pai

Além da pressão de dirigir a seleção na Copa, o técnico Dunga ainda sofre com a possibilidade de perder seu Edelceu, que voltou a ser hospitalizado em Ijuí (RS)


JOHANNESBURGO - A cara fechada, a rabugice e o espírito revanchista são características que acompanham Dunga há anos. Mas o treinador da seleção ganhou um motivo a mais para ficar de mal com o mundo: seu pai luta contra a morte em Ijuí, cidade do Rio Grande do Sul. Edelceu Verri, de 71 anos, sofre de Alzheimer há oito anos e está internado num hospital. “A situação do pai de Dunga é realmente grave”, confirma Juarez, amigo e espécie de empresário do treinador.
À distância, Dunga pena com o martírio do pai, que nem reconhece mais as pessoas. “O Dunga liga diariamente para a mãe, em busca de notícias. Quem acha que ele não tem um bom coração está completamente enganado”, assegura o amigo, que tenta manter o treinador concentrado apenas na seleção. “O Dunga já tem uma carga de pressão muito grande por estar à frente do Brasil numa Copa do Mundo.”
Dona Maria Verri, mãe de Dunga, mal pôde acompanhar as duas primeiras partidas do filho como treinador numa Copa do Mundo. Ela passa 24 horas por dia no hospital ao lado do marido, que tenta escapar da morte. As internações de seu Edelceu não são novidade. Desde 2002, o grande incentivador da carreira de Dunga sofre com os efeitos devastadores do mal de Alzheimer. Em 2007, ele chegou a ser operado para a retirada da vesícula biliar, em decorrência de pneumonia e insuficiência respiratória.
Numa entrevista recente, Dunga já falou do drama familiar quando perguntado sobre a pressão que enfrenta à frente da seleção. “Não existe pressão maior do que a da minha mãe, que há oito anos acompanha a luta do meu pai contra o Alzheimer. Em nenhum momento ela fraquejou. Então não serei eu a fraquejar. Podem falar o que quiser, não existe nada pior do que isso”, justificou o treinador, que se emociona ao falar de seu pai.
Mudança de planos
Assim que a delegação brasileira desembarcou na África do Sul, Dunga garantiu que não manteria contato com qualquer familiar durante toda a Copa do Mundo. “Não sou muito de ligar para casa. Se minha família tiver problema, não vou poder resolver. Daqui a 40 dias, terei tempo para falar com minha mulher e ficar na internet”, respondeu o campeão mundial em 1994, naquela oportunidade.
Porém, a mais nova recaída do pai fez Dunga rever seus conceitos. Ele costuma ligar para a mãe depois do almoço e antes de dormir. A sua mulher também tem sido acionada, para contar as novidades sobre os dois filhos do treinador, que disputa sua quarta Copa do Mundo — a primeira na função de comandante.

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