Você, leitor, já ouviu alguns ditados populares como "O feitiço vira contra o feiticeiro", "Quem com ferro fere, com ferro será ferido" ou até mesmo "A grama do vizinho é mais verde"? Pois se depender da próvável escalação do Palmeiras, no clássico das 20h30 desta quarta-feira, contra o São Paulo, o técnico interino Jorge Parraga andou se inspirando neles.

Tudo porque, se depender do treinamento dos últimos dias, o comandante alviverde deverá escalar uma equipe com três zagueiros no Morumbi, para tentar parar o setor ofensivo do Tricolor, que vem em clara ascensão após a chegada de Fernandão.

Se confirmada, esta será a segunda vez no ano em que o Palmeiras atuará com três defensores de ofício, já que, por vezes, o volante Edinho faz esta função.

A primeira vez foi ainda no comando do técnico Antônio Carlos Zago, contra o Oeste, no Campeonato Paulista. Na ocasião, com o trio de zaga formado por Danilo, Maurício Ramos e Gualberto, o Alviverde, com o time reserva, empatou em 0 a 0 com a equipe de Itápolis, no Palestra Itália.

Desta vez, sem Léo, com uma lesão na coxa direita, o Verdão deverá ter a estreia de Leandro Amaro, contratado do Botafogo de Ribeirão Preto. Edinho seria a opção para completar o trio, mas como Pierre está suspenso, o camisa 3 terá que atuar no meio de campo.

O curioso desta "nova opção" que o gaúcho Parraga poderá utilizar, é que esta formação tem sido habitual no rival da noite desta quarta-feira, o São Paulo. Tanto Ricardo Gomes, como seu antecessor Muricy Ramalho, tentaram usar do esquema com dois zagueiros, mas acabaram se rendendo ao eficiente 3-5-2.

Mesmo sem Miranda, lesionado, Gomes irá escalar o curinga Richarlyson como um terceiro homem do setor defensivo, ao lado de Xandão e Alex Silva.

Esse esquema fez sucesso no São Paulo, principalmente no ano de 2005, quando o Tricolor conquistou a Libertadores da América e o Mundial Interclubes com três defensores: Lugano, Fabão e Edcarlos - por vezes, Alex era escalado.

Para saber sobre a formação com três zagueiros das equipes e seus integrantes, o LANCENET! ouviu dois especialistas na posição, sendo um de cada equipe. Confira!


Cléber - Ex-zagueiro do Palmeiras É um bom caminho, o Palmeiras, na verdade, já estava jogando assim, com um volante fazendo a de zagueiro. Os três são bons jogadores é uma formação interessante é um grande jogo. O Maurício é o ponto forte. Se bem que eu sou suspeito para falar, quando eu ia me aposentar no São Caetano, eu falei para o Dorival, vou sair mas você tem o Maurício aí, que é vai fazer bem minha função zagueiro. A ideia de espelhar o esquema do São Paulo é boa. Eu só não gosto quando ficam três "zagueirões" lá atrás. Mas com um volante é bom porque você ganha qualidade na saída de bola. É legal a ideia, até porque esse esquema não é fixo, quando você tem a bola você adianta os laterais e o volante vai para o meio.

Oscar - Ex-zagueiro do São Paulo O esquema não define o jogo, às vezes dá certo e às vezes não. Usar três zagueiros, em alguns casos, pode até atrapalhar. Essa formação mostra que você está preocupado com o ataque adversário. É uma forma mais simples de jogar, as posições são mais definidas. Essa formação, muitas vezes, é usada para segurar resultado. Com os dois times entrando desse jeito, mostra que há um respeito mutuo entre São Paulo e Palmeiras. O São Paulo joga em um 3-5-2 diferente, com um volante jogando como zagueiro. Essa formação muda quando o Tricolor está com a bola nos pés. O volante volta para o meio e ajuda na saída de bola. Cada treinador escolhe a posição que acha melhor. Sei que o Ricardo gosta mais do 4-4-2, mas às vezes os jogadores se habituam a um esquema tático e é difícil mudar. Se o time está ganhando tem que continuar assim, isso é que é importante. É um clássico de respeito mutuo.