Após o primeiro treino com o elenco do São Paulo, na manhã deste sábado, Fernandão foi oficialmente apresentado como reforço do clube paulista. O diretor de futebol, João Paulo de Jesus Lopes, anunciou o atacante com a seguinte frase: "a novela acabou", lembrando que o jogador já era cobiçado pelo Tricolor em 2004, quando ele ainda estava no futebol francês. Dono da camisa 15 agora, o atleta está inscrito no Brasileiro e na Libertadores, mas não enfrentará o Flamengo neste domingo, às 16h, no Maracanã, pelo nacional. Ele vai se preparar para o duelo contra o Cruzeiro, nesta quarta-feira, no Mineirão, pelas quartas de final do torneio continental. Confira os principais trechos da entrevista do recém-chegado.

Fim da novela e sede de ser campeão

"Foi quase uma novela sim, mas não da minha parte, porque eu já tinha demonstrado o interesse em vir, pelas pessoas que conheço daqui. A expectativa de vestir a camisa é grande. Sei dos objetivos de título do São Paulo e batem com os meus. Nunca busquei o individual, pois ele vem em conseqüência do grupo. Sempre fui um jogador de grupo e serei até o fim da carreira. Espero que seja uma longa etapa e com muitas vitórias".

Preparado para jogar quarta, mesmo sem entrosamento

Estava trabalhando normalmente e não tenho problemas para jogar. Agora o entrosamento terá que ser na conversa mesmo. Amanhã (domingo) vou treinar, mas o pessoal estará no Rio. Segunda e terça teremos treinos e vamos conversando. Já conheço vários jogadores até de atuar contra e quando se joga com grandes atletas é mais fácil entrosar. E fora de campo é rápido, hoje já fizeram gozações comigo no treino".

Sem rótulo de estrela e com perfil de líder

"Nunca fui estrela, quem me conhece sabe disso, nunca agi assim, mesmo no Inter quando era capitão. Procurava dar exemplo aos garotos. Só dá prazer jogar ao lado de jogadores que são experientes e de seleção. A liderança você não adquire se impondo e sim com respeito e exemplo no dia a dia. Minha maneira de ser e de sempre querer vencer fez com que eu me tornasse um líder no Inter. Aqui tem jogadores com essas características. Serei o mesmo de sempre, pensando grande, seja no jogo ou no treino".

Sem problemas de relacionamento em grupo

"Se eu fosse ruim de grupo não teria tantos amigos. Às vezes a fama é construída por jogadores que não estão tão interessados. Eu quero sempre vencer e puxo os outros. Se tem alguém que não quer, talvez ache isso de mim. Quem jogou ao meu lado sabe da minha lealdade e companheirismo. Não jogo tênis, jogo futebol, dependo dos outros jogadores, e se metade do grupo estiver desinteressado eu não serei campeão. E isso não vou querer".

Libertadores não se joga bonito, e sim de forma eficaz

"É complicado o time ter que empolgar. Tem grandes jogadores e às vezes as coisas não acontecem como a equipe pensa. Mas Libertadores não tem como jogar bonito, tem que ser objetivo e eficaz, não tomar o gol e fazer. O São Paulo tem melhor campanha e vai decidir em casa, já prova que o time está tendo essa eficácia".

Preferência no ano passado pelo Goiás e não pelo São Paulo

"Às vezes as coisas acontecem e saem na imprensa, mas as pessoas não sabem. Sou de família e penso muito nela. Tinha várias propostas, mas pensei que minha família teria que ficar bem no momento. Não vejo como um ano perdido, ganhei experiência, estou aqui no momento certo. Hoje estou readaptado ao futebol Brasileiro do mesmo jeito de quando saí".

Insatisfação de alguns reservas no Tricolor

"É preciso lidar da melhor maneira com isso. Eu tenho que mostrar em campo que posso ser titular. Até certo ponto é bom, mostra que o cara está interessado. Todo mundo aqui pode ser titular, é um grupo de muita qualidade e quem está fora vai ter que se esforçar muito. O que não pode é deixar de treinar e ter o objetivo de vencer".