“Se tem alguém que está seguro no São Paulo, é o Ricardo Gomes. Ele está sólido no time”. A frase é do diretor de futebol João Paulo de Jesus Lopes e foi dita depois da partida contra o Universitário do Peru, nesta terça-feira à noite no estádio do Morumbi. Com isso, ele garantiu mais uma vez a permanência do técnico mesmo em caso de eliminação na Copa Libertadores da América.

O São Paulo empatou em zero a zero no tempo regulamentar e venceu nas cobranças de pênalti por 3 a 1. O jogo serviu para mostrar o humor da torcida que apoiou o time, vaiou e chamou de “burro” o treinador. “O Ricardo pegou este time no ano passado em má situação e o levou à luta pelo título até a última rodada. No Campeonato Paulista, ele levou o São Paulo às semifinais, o que não aconteceu com outros dois times do trio de ferro (Corinthians e Palmeiras). E, na Libertadores, a equipe teve a segunda melhor campanha. O Rucardo tem muito crédito”, avaliou.

Também apresentou mais um problema: o atacante Marcelinho Paraíba fez cara feia quando foi chamado por Ricardo Gomes para entrar em campo aos 45 minutos do segundo tempo. “Eu queria ter entrado antes para ajudar o time a escapar da cobrança de pênaltis”, disse o jogador depois da partida. Ele cobrou e converteu uma das penalidades.

João Paulo negou que este comportamento, somado às reclamações de Cicinho e Washington em ocasiões anteriores, demonstrem falta de comando do técnico. “Nós sabemos como ele tem trabalhado no dia a dia. E o que ele tem feito nos deixa satisfeito”, afirmou o dirigente.

Cicinho e Washington foram cobrados pela diretoria. O atacante chegou a ser punido com multa no salário. Marcelinho Paraíba será advertido também, se o treinador pedir. “O São Paulo tem hierarquia e aqui ela é obedecida. Já desligamos atletas por isso, mesmo que publicamente não tenhamos dito”, contou João Paulo. Para o dirigente, entre os três atletas e o técnico, Ricardo “é quem está mais sólido”.

Ricardo Gomes mostrou irritação ao ouvir de um repórter que Marcelinho Paraíba tinha se recusado a dar a mão para ele quando foi chamado. “Ele me cumprimentou sim”, disse. O treinador não espera que jogadores como Marcelinho, Léo Lima e Cléber Santana se contentem em ficar na reserva. “São caras acostumados a jogar. É normal que não gostem. Agora, eu decido quem joga ou não joga”, afirmou.