A torcida do São Paulo pediu raça ao time nos minutos finais do duelo desta terça-feira, mas o técnico Ricardo Gomes saiu em defesa do elenco. O treinador avisou que o Tricolor dominou o Universitario durante a partida inteira no Morumbi e, mesmo assim, não conseguiu furar o bloqueio defensivo dos peruanos durante os 90 minutos.

"Criamos o que tínhamos de criar. No primeiro tempo, nosso time ficou sempre em cima do adversário. Como o tempo foi passando, a ansiedade aumentou. O torcedor vem para ver o São Paulo fazer quatro ou cinco gols, isso é normal. Se fizesse gol cedo, o jogo seria diferente, mas não aconteceu e fomos na personalidade, na garra. Tivemos várias oportunidades claras, enquanto o adversário só avançou uma vez. Não faltou raça", analisou.

Com o empate sem gols no tempo normal, o Tricolor só garantiu a classificação com a vitória por 3 a 1 nos pênaltis, em jogo válido pelas oitavas de final da Copa Libertadores.

Ricardo Gomes reconheceu a inferioridade do time peruano, mas lembrou que partida eliminatória resulta em um equilíbrio de forças no campo. Além disso, o Universitario se despediu da competição tendo sofrido apenas dois gols (sem contar a decisão nos pênaltis).

"Em jogo de Copa (torneio com mata-mata), um clube pode ficar fora diante de adversário inferior. Isso acontece, mas fizemos de tudo e a bola não entrou. Já ganhei quatro Copas (por clubes europeus), mas perdi outras para times com menor qualidade técnica", comparou.

O treinador, inclusive, explicou que o Tricolor já superou equipes até mais perigosas na fase de grupos da competição, quando a ansiedade era menor. "O Once Caldas é melhor que o Universitario, pois conta com atacantes perigosos. E o Monterrey também é superior. Mas o jogo é completamente diferente no mata-mata", completou.